O dia mais difícil da vida de Paulo Ricardo de todos os tempos, segundo o próprio
Por Gustavo Maiato
Postado em 12 de outubro de 2025
Durante entrevista ao canal Splash, o cantor Paulo Ricardo relembrou o que definiu como "o dia mais difícil da minha vida de todos os tempos". O episódio aconteceu em 1988, durante uma viagem com o baterista Paulo Pagni (P.A.) rumo a Los Angeles, onde o RPM faria a mixagem do álbum "Quatro Coiotes", o último da fase clássica da banda.
"Ser brasileiro já é andar na corda bamba todo dia, mas aquele foi realmente um dia difícil", contou o vocalista. Ele e P.A. haviam embarcado antes dos outros integrantes do grupo, que ficaram no Brasil, quando o baterista começou a passar mal durante o voo. "No meio do voo, o Paulo começou a dizer que estava passando muito mal. Eu falei pra ele pedir um remédio pro comissário, achando que fosse algo simples", relembrou o cantor.


Logo ficou claro que não era apenas um mal-estar passageiro. "O voo fez escala em Lima, e o Peru estava em estado de sítio. Eu disse: 'Cara, são duas da manhã, se a gente descer aqui pode morrer de tiro ou de infecção hospitalar. Aguenta firme até Los Angeles'." Segundo o músico, a tensão foi crescente até o pouso. "Ele dizia: 'Eu vou morrer'. E eu pensei: 'É, ele vai'. Eu tinha 24 anos e comecei a pensar em como levar o corpo de volta pro Brasil. Foi desesperador."

Ao chegarem a Los Angeles, o estado de saúde de P.A. era gravíssimo. "Fomos direto pro hospital, e o médico disse que se tivéssemos chegado meia hora depois, ele teria morrido. Era uma pancreatite aguda." O baterista sobreviveu após dias internado, mas o episódio ficou marcado como um dos maiores sustos da história do RPM.
Anos depois, em entrevista ao canal Vitrola Verde, Paulo Pagni confirmou a história e deu mais detalhes do que aconteceu naquela viagem. Ele contou que começou a passar mal ainda no voo da Varig, que fazia escala no Peru, e que o comandante chegou a alertar sobre o perigo de descer no país, então sob toque de recolher. "O comandante disse que era melhor seguir até Los Angeles, porque em Lima o risco era enorme. Eu não aguentava de dor e achei que ia morrer. Foram as horas mais longas da minha vida."

Ao desembarcar, a dupla ainda enfrentou outro perrengue. "Quando chegamos no hospital, a enfermeira achou que não tínhamos dinheiro pra pagar. Estávamos com as roupas rasgadas, parecendo dois loucos. Ela pediu 20 mil dólares adiantados, mas o Paulo mostrou que tínhamos 50 mil na mão e disse: 'Coloca ele no melhor quarto e com o melhor médico'."
P.A. ficou sete dias internado em observação e, segundo ele, o diagnóstico foi claro: o problema havia sido causado pelo álcool. "Eu tava bebendo champagne e Jack Daniel's desde o aeroporto. Me ferrei. Quando saí do hospital, me deram alta e falaram pra eu nunca mais beber. No dia seguinte, parei numa lanchonete e comi um hambúrguer! Mas parei de beber."

Confira a entrevista completa abaixo.

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