Rick Bonadio cita medo de ser jogado para escanteio quando soube de morte dos Mamonas
Por Gustavo Maiato
Postado em 24 de janeiro de 2024
Rick Bonadio foi o produtor do único álbum dos Mamonas Assassinas, autointitulado e lançado em 1995. Em entrevista ao Podihhcast, ele comentou sobre como se sentiu quando soube da tragédia da morte de seus amigos.
"Durante um longo período, eu enfrentei e superei, sabe? Ficava realmente mal ao falar sobre isso. Após a tragédia, perdi não apenas amigos, mas também a peça fundamental no meu trabalho. Eu era o cara do trampo, e meus amigos eram tudo para mim. Não pensava neles como meros colegas. Quando eles faleceram, a única coisa que passou pela minha mente foi a necessidade de criar novos artistas para continuar na música. Senão, eu seria colocado de lado. Eu era o empresário requisitado, mas no dia seguinte, ninguém me atendia mais.
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Essa realidade me atingiu em cheio. Você está lá, no auge, e, de repente, ninguém te dá bola. É quando você descobre quem são seus verdadeiros amigos. Com algumas exceções, o mercado da música é majoritariamente composto por pessoas não tão legais. Cerca de 10% são realmente amigos até hoje – aqueles que continuaram ao meu lado mesmo depois do meu declínio.
Após esse ano difícil, onde tentei me reerguer, conheci o Charlie Brown. Já estava produzindo as demos deles quando fui contratado para a Virgin Records. O convite veio do Aluísio Reis, que me conheceu pelo meu trabalho com os Mamonas. Ao entrar na Virgin, pensei: ‘Agora, acho que consigo recomeçar.’ Meu estúdio estava quase pronto, e o primeiro artista que contratei foi o Charlie Brown".
As músicas dos Mamonas Assassinas
As músicas dos Mamonas Assassinas são marcadas por sua irreverência, humor ácido e letras satíricas. O grupo brasileiro, formado por Dinho, Bento, Júlio, Samuel e Sérgio, conquistou o público na década de 1990 com um estilo único que misturava rock, pop e elementos de outros gêneros musicais.
A superficialidade das letras do álbum homônimo dos Mamonas Assassinas pode enganar, sugerindo que se trata apenas de composições engraçadas e temáticas leves. Contudo, uma análise mais aprofundada revela surpresas nos grandes sucessos que marcaram a década de 1990. Em uma entrevista divulgada pelo canal Falando de Mamonas, o saudoso guitarrista da banda, Bento Hinoto, compartilhou insights sobre duas músicas que, apesar de cômicas, abordam temas que são verdadeiras tragédias.
A primeira delas é "Jumento Celestino", que narra as desventuras de um indivíduo que parte da Bahia em busca de melhores oportunidades em São Paulo. A segunda, "Bois Don’t Cry", explora o tema central da traição conjugal. Bento Hinoto ressalta: "As histórias que contamos nas letras dos Mamonas são verídicas entre aspas, né? Porque contamos coisas sobre o cotidiano.
Agora, tentamos ver o lado engraçado das coisas. ‘Jumento Celestino’ é uma tragédia! O cara que vem lá da Bahia e tal. Contamos de uma maneira engraçada. Já ‘Bois Don’t Cry’ é a história de um corno. Acredito que sempre vamos manter esse estilo de humor. É a única coisa que sabemos fazer direito".
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