Roger Waters foi expulso do serviço militar, onde arrumou treta por ser autoritário
Por Bruce William
Postado em 08 de fevereiro de 2024
Roger Waters, membro fundador do Pink Floyd, teve uma relação marcada pela tragédia com seu pai, Eric Fletcher Waters. Eric era um soldado britânico que serviu na Segunda Guerra Mundial e foi morto em ação em 1944, quando Roger tinha apenas cinco meses de idade. Eric Waters era parte do 8º Batalhão do Royal Fusiliers e morreu na Batalha de Anzio, na Itália.
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A ausência do pai de Waters devido à guerra teve um impacto profundo em sua vida e em sua obra. A morte de seu pai foi um tema recorrente nas letras de muitas músicas do Pink Floyd, especialmente no álbum "The Wall", lançado em 1979. A obra é uma ópera rock que aborda temas como alienação, isolamento e a devastação causada pela guerra.
Uma das músicas, "Another Brick in the Wall (Part 1)", por exemplo, faz referência à perda do pai de Waters e como isso contribuiu para a construção simbólica do "muro" que separa o personagem principal da sociedade. O álbum é, em parte, autobiográfico, refletindo as experiências e emoções de Waters em relação à guerra e à perda de seu pai.
Ao longo de sua carreira, Roger Waters continuou explorando temas relacionados à guerra, à política e à condição humana em suas composições. A relação com seu pai e as cicatrizes deixadas pela guerra influenciaram profundamente sua perspectiva artística e sua abordagem lírica ao longo dos anos.
E em uma entrevista de 1982 ao jornalista Karl Dallas, preservada no KDarchive, Roger, na época com 39 anos de idade, falou sobre sua ligação com o militarismo e com o serviço militar obrigatório.
"Você era jovem demais para cumprir algum tipo de serviço militar obrigatório, não?", pergunta Karl, e Roger conta que esteve em uma força de cadetes ligada à Combined Cadet Force. "Eu passava os fins de semana no HMS Ganges", se referindo a um navio de treinamento da Marinha Britânica. "Você foi um cadete naval?", diz espantado o jornalista. "Sim. E fiquei horrorizado com aquilo, não consigo acreditar. Não sei se você conhece o HMS Ganges, ele serve para treinar jovens marinheiros, crianças com 14 anos!"
Depois de falar sobre outro navio onde também fez treinamento militar, Roger admite que não gosta do mar, sente enjoos. Então Karl pergunta porque ele decidiu seguir a Marinha, com o músico explicando que não conseguia lidar com o uniforme do exército, não suportava aquilo, e que na Marinha ele acabou sendo alçado a um posto de liderança. "Eu não sei porque, exatamente. Eu não sei a razão. Eu gostava de armas, gostava de atirar e todas essas coisas. Na verdade, eu costumava atirar pela escola, tiro esportivo, e então acho que há algo em mim que me faz querer meio que dominar as pessoas de qualquer maneira, então eu fiz tudo isso na força de cadetes e acho que fui amplamente odiado pela maioria das pessoas envolvidas. Na verdade, houve um fim de semana em que fui atacado por um bando de garotos enfurecidos e tive que lidar com aquilo", conta Roger.
Karl pergunta se eram garotos que estavam sob o comando de Roger, e ele confirma: "Sim, e aprendi uma lição naquele momento, um pouco. Não é algo bom você impor sua autoridade de forma exagerada. E então eu saí". Karl questiona o baixista se ele continuava sendo autoritário no Pink Floyd, e Roger admite: "Sim, e ainda abuso disso às vezes".
Um pouco mais adiante, Roger conta que foi "dispensado de forma desonrosa" do serviço militar, e ao ser perguntado se tinha algo a ver com aquele tumulto do final de semana, ele nega: Não, não, nada a ver com aquilo. Eu simplesmente decidi de repente que não queria mais, e você não podia sair, não estava nas regras, você não podia sair. Mas eu apenas devolvi meu uniforme e disse que não ia mais. Então fui dispensado desonrosamente, expulso com desonra", finaliza.
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