O exato momento que o rock ficou órfão no Brasil, segundo Ice Blue dos Racionais
Por Gustavo Maiato
Postado em 02 de maio de 2024
O rapper Paulo Eduardo Salvador, mais conhecido como Ice Blue, é um dos membros fundadores da banda Racionais MC’s, que é considerada por muitos fãs como maior expoente do estilo no Brasil.
Durante episódio do podcast B3+1, que Blue é um dos participantes, surgiu a discussão sobre quais artistas ou bandas que surgiram nos tempos modernos vão ser lembrados no futuro. No desenrolar do papo, o rapper questionou a indústria atual e citou o exemplo do rock como estilo que não conseguiu gerar novos nomes.
O músico explicou que, na sua visão, após a morte de Chorão, eterno vocalista do Charlie Brown Jr., o estilo ficou "órfão" no Brasil. "Agora vamos falar. Nós somos da geração que pegou o rock nacional. Qual a última banda de rock nacional? Paramos onde? Depois da morte do Chorão. Então, esse público ficou órfão se você der uma analisada. Ficaram órfãos e esse é um dos motivos de outros estilos terem ramificado e crescido", disse.
A morte de Chorão
O vocalista Chorão, do Charlie Brown Jr., morreu no dia 6 de março de 2013, aos 42 anos de idade. A primeira pessoa a encontrar o corpo do cantor sem vida foi seu motorista e amigo Kleber Atalla, que relatou como foram os tensos momentos que ocorreram após o episódio.
"Foi muito difícil essa situação. Eu xinguei muito ele, dizendo que não era a hora de ele partir. Eu que encontrei o corpo dele. Quando chegamos no apartamento, não tínhamos a chave. O apartamento era blindado. A própria empresa que faz a blindagem demora umas 10 horas para abrir. Não tem uma chave-mestra. O segurança achou uma chave e me ligou. O Chorão estava sumido. Todos estavam desesperados.
Não dava pra entrar nem por cordinha, porque ele morava na cobertura. Aí conseguimos entrar, segui o caminho da sala para a cozinha. Olhei e vi o Chorão deitado no chão, de bruços, com uma poça de sangue no chão. Não entendi nada, será que ele deu um tiro na cabeça? Foi o que pensei, porque ele tinha arma. Eu sabia que ele não ia fazer isso. Me aproximei, coloquei a mão e ele estava gelado já. Eu falei para o segurança que ele tinha morrido", disse.
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