O divertido motivo que levou Eloy a não aceitar sugestão de Clown para sua máscara
Por Gustavo Maiato
Postado em 24 de junho de 2024
A máscara que Eloy Casagrande utiliza no Slipknot é branca com um furo na testa. Mas o que levou o músico a não aceitar uma das sugestões de seu companheiro de banda Clown para o design do objeto? O músico conta em entrevista para a Warner Music Brasil.
"Comecei a elaborar a máscara com o Clown. Ele deu duas sugestões importantes. A primeira foi que a máscara fosse branca, para ser mais visível no palco. A bateria fica ao fundo, e toda a estrutura do palco do Slipknot seria melhor visualizada com uma máscara branca. A segunda sugestão foi fazer uma homenagem ao Joey Jordison, o primeiro baterista da banda, que sempre usou uma máscara branca.
A partir disso, trouxe algumas referências minhas. Sou uma pessoa minimalista, não gosto de coisas muito coloridas e prefiro poucos detalhes. Então, sugeri as linhas pretas para lembrar os povos indígenas brasileiros. Fiz uma pesquisa sobre as tradições de pintura facial e máscaras dos povos indígenas brasileiros e americanos. Se você observar, as listras embaixo do queixo e do nariz são características dessas culturas. Essa foi uma homenagem aos povos originários brasileiros.
Quanto à questão do ‘tiro na testa’, muitos me perguntaram se foi uma referência à violência, mas não é isso. Foi uma questão filosófica. Quando fizemos os traços na máscara, o Clown disse que o design estava desbalanceado, concentrado abaixo da linha dos olhos, e sugeriu colocar algo na testa. Ele sugeriu um círculo, mas eu não gostei. Depois, ele colocou um traço no meio do círculo, mas parecia Harry Potter, então não gostei também [risos]. Então, sugeri um tiro na testa.
A ideia veio do nada. O Clown perguntou se eu estava confortável com isso, e eu disse que sim. Expliquei que era algo mais filosófico, refletindo a sensação de estar no palco, onde damos tudo de nós. No palco, você não sabe o que vai acontecer; pode ser que nada aconteça ou que tudo aconteça. Para mim, o tiro na testa simboliza não ter nada a perder. No palco, você pode me amar, odiar, cuspir ou jogar uma garrafa em mim. Tanto faz; já tenho um tiro na testa, então nada mais me afeta. Essa ideia me deu uma liberdade artística maior. Usando essa máscara, senti que eu estava expandindo meus limites. É uma negação, um niilismo, um absurdismo, várias questões filosóficas que foram crescendo com essa ideia".
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps