A crítica de Raul Seixas ao rock brasileiro anos 80: "Pegam baixo e ficam dando uma nota só"
Por Gustavo Maiato
Postado em 05 de julho de 2024
O eterno Raul Seixas viu o rock praticamente nascer no final dos anos 1950 e início dos 1960 e nunca escondeu a dificuldade que tinha de aceitar para onde o estilo estava evoluindo a partir das décadas seguintes – especialmente a de 1980.
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Ao deixar de lado as danças típicas de Elvis Presley e o aspecto que chamava de "comportamentista" como o uso de topete, o rock abriu espaço para diversos subgêneros e no Brasil o roqueiro não curtiu essa onda e até chamou os Paralamas do Sucesso de "Para-choques do Fracasso".
Em entrevista para a revista Bizz no ano de 1987, auge do rock brasileiro dos anos 1980, Raul falou sobre o disco "Uah Bap Lu Bap Lah Bein Bum", cujo título é inspirado em frase que Little Richard dizia nos shows.
Durante sua fala, Raul aproveitou para alfinetar o rock brasileiro e disse que muitos músicos apenas "pegam o baixo e ficam dando numa nota só".
"O rock..n..roll nasceu mais ou menos em 54, com cinco influências diferentes: o rock de Chicago – Chuck Berry; do Alabama – Little Richards; os gospels (spirituals) dos negros americanos, e foi se transformando até Elvis Presley fazer o rockabilly.
Mas em 59 ele sofreu uma queda – o rock n’ roll mesmo, aquela coisa da dança… enfim, o rock era, na medida que eu conheço, um movimento comportamentista – ter o cabelo assim (Raul mostra uma foto sua, ainda adolescente, de topete e gola alta), cantar desse jeito, de uma maneira tão estranha que as mães tiravam os filhos da primeira fila, pensando que eles estavam tendo ataque de epilepsia.
E esses conjuntos de hoje estão fazendo uma coisa muito chegada ao que estão fazendo nos EUA. E lá está uma decadência! Musicalmente, é horrível! Música é música. Música é uma coisa bem-feita, tem ritmo, é gostosa. E o que está acontecendo é que a coisa não está rendendo. Não estão mostrando uma coisa nova.
Estão, isso sim, atrasando a música verdadeira. Qualquer pe soa pega no contrabaixo e fica dando uma nota só. Cansei de ver isso, ouvir. Ouço até hoje. Então esse disco vai, assim, como um presente meu, para não deixarem o rock morrer. É um disco só de rock-n-roll. É isso!".
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