O desconhecido bluesman que para Ian Anderson ajudou a moldar o Rock Clássico
Por Bruce William
Postado em 15 de agosto de 2024
Em 15 de outubro de 1965, um jovem Ian Anderson com apenas 18 anos de idade, futuro fundador do Jethro Tull, assistiu ao American Folk Blues Festival em Manchester, com atrações como John Lee Hooker, Buddy Guy, Bib Mama Thornton e outros lendários artistas de blues. Mas quem marcou profundamente Ian foi um quase desconhecido bluesman chamado JB Lenoir.
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Embora Lenoir, 36 anos de idade na época, não fosse uma grande estrela, sua performance e sua música, marcadas por um forte senso de justiça social, influenciaram profundamente Anderson e outros futuros gigantes do rock britânico. A matéria é da Classic Rock. "Se ele não está diretamente conectado com o rock, ele é o que moveu pessoas como nós, então ele é um precursor muito importante do rock clássico", diz Ian. "Quase sozinho entre os artistas de blues - eu poderia ser tentado a dizer absolutamente só - ele tinha um grande senso de justiça social, e não fazia apenas sacanas com conotações sexuais. Ele cantava sobre o Vietnã e as marchas de protesto no Alabama, ele viu seus brothers & sisters sendo espancados pela polícia, então ele tinha autenticidade", .
Anderson cita como exemplo "Alabama Blues", lamento de Lenoir pela injustiça cometida por um estado que "parece nunca ter amado o pobre que existe em mim", que é uma das canções mais conhecidas do bluesman. "Ele não estava irritado, ele parecia triste. Ele cantava sobre eventos políticos que moldaram a história moderna, mas sob a perspectiva de um bluesman com uma tristeza sincera e que está perplexo com a natureza irracional do mundo".
Nascido no Mississippi e radicado em Chicago, Lenoir era conhecido por suas canções politicamente engajadas que refletiam sua tristeza diante das injustiças sociais. Sua voz única e a simplicidade de sua guitarra acústica cativaram Anderson, que acredita que Lenoir influenciou vocalistas como Robert Plant e Ian Gillan, além de ter um impacto subconsciente em sua própria composição musical. Lenoir faleceria em um acidente de carro em abril de 1967, aos 38 anos de idade.
"Como alguém que compôs músicas em um violão durante a maior parte da vida, não é difícil imaginar [a música de Lenoir] com John Bonham na bateria e Jimmy Page no violão, porque é uma música que transmite muita coisa. Não é difícil imaginar que eu devo ter sido subconscientemente influenciado pelo trabalho dele quando estava compondo muito além do gênero blues.", diz.
Anderson também destaca a importância dos promotores alemães Horst Lippmann e Fritz Rau, que criaram o American Folk Blues Festival, um evento que inspirou muitos músicos britânicos dos anos 60. E passados mais de 50 anos, JB Lenoir continua a ser uma presença significativa na vida de Anderson, que o escuta para se conectar emocionalmente e se inspirar.
"Ele é um dos poucos artistas no meu iPhone", conta Ian. "Sempre que quero me emocionar, recorro a ele e escuto 'Alabama March'. A coisa maravilhosa sobre a música é que ela tem a capacidade de nos transportar, e o contexto temporal se torna irrelevante. Há pessoas que ouvem por nostalgia, e há pessoas que ouvem pelos elementos de emoção e reação, e até mesmo em um nível cerebral podem se distanciar da nostalgia. É assim que eu ouço muita música hoje em dia".
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