Guitarrista do Twisted Sister concorda que o rock está morto e explica motivo
Por João Renato Alves
Postado em 05 de fevereiro de 2025
Desde que Gene Simmons (Kiss) declarou que o rock estava morto, é difícil algum músico não ter que responder se concorda com o linguarudo – em todos os sentidos – baixista e vocalista. A maioria discorda e aponta seus motivos. Mas alguns dão apoio à tese. É o caso de Jay Jay French, guitarrista do Twisted Sister.
Durante entrevista ao Barstools and Bandtalk, o músico ofereceu sua visão sobre a situação. Ele disse, conforme transcrição do Blabbermouth:
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"As pessoas me perguntam: ‘O que faz você dizer que o rock está morto?’ Bem, aqui está minha opinião sobre isso. Quando eu tinha 17 anos, em 1969, todos os meus heróis — Beatles, Rolling Stones, The Who, Led Zeppelin, Pink Floyd, Jimi Hendrix, Bob Dylan, Grateful Dead, Jefferson Airplane, você escolhe, você escolhe todos eles — nenhum deles tinha mais de 27 anos. Agora pense nisso por um segundo. Os maiores artistas de rock da história do mundo, quando eu tinha 17 anos, não tinham mais de 10 anos a mais do que eu. A maioria deles tinha de 25 a 27 anos. Agora, me diga um astro do rock de 27 anos no momento atual. E ninguém consegue."
Atualmente com 72 anos, French reconhece a existência de boas bandas na cena do presente. No entanto, a questão é um pouco mais profunda. "Não estou dizendo que não existem bandas de rock. Estou apenas dizendo que a psique coletiva que dita as tendências musicais atuais e o impacto sociológico da música, não estão aparecendo no mundo do rock em termos de aceitação em massa. O que está aparecendo no mundo da música? Hip-hop, enorme. Country, enorme. Artistas pop femininas, enorme. Você pode recitar 20 rappers com menos de 25 anos, você pode recitar 20 cantoras pop femininas com menos de 25 anos, você pode recitar artistas country às toneladas. Você não consegue o mesmo no rock.
Isso não significa, claramente, que ninguém está criando. Significa apenas que o corpo do que constituímos como o ato padrão do rock — duas guitarras, bateria, vocalista principal, blá, blá, blá — está, em grande parte, em geral, acabado. E se acabar, e as pessoas me disserem, 'Bem, como você se sente sobre isso, cara?' Eu não olho para isso e digo, 'Oh, por que não pode voltar?' Eu digo, foram 55 anos. Big Bands e o jazz duraram vinte. A disco sete. Então tudo meio que vem como um produto de nicho. Isso significa que esses estilo também não estão por aí? Não, a disco está por aí para certas pessoas que gostam de ouvir música disco. Você pode encontrar o canal e ouvi-lo o dia todo, mas não está impactando o mundo. A mesma coisa com jazz e música clássica. Sempre vai vender, sempre vai haver um grupo de pessoas por aí comprando - maravilhoso - mas a juventude não está absorvendo e dizendo, 'Isso reflete quem somos.'"
Nascido em Nova York, John French Segall cresceu em berço democrata. Sua mãe trabalhou nas campanhas de John Kennedy e Constance Baker Motley, primeira mulher preta a se tornar senadora nos Estados Unidos.
Foi membro fundador do Twisted Sister, tendo participado de todas as atividades da banda. Nos primeiros anos, chegou a acumular funções de guitarrista e vocalista. Deixou a segunda com a entrada de Dee Snider.
Chegou a fazer um teste para o Wicked Lester, banda que Gene Simmons e Paul Stanley tiveram antes do Kiss. Participou de álbuns da Girlschool, Lordi e Thor. Também foi produtor dos 4 primeiros álbuns do Sevendust. Amante do atletismo, completou a Maratona de Nova York duas vezes nos anos 1980.
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