A música mais triste de todos os tempos, segundo Elvis Presley
Por Gustavo Maiato
Postado em 26 de abril de 2025
Honolulu, 1973. Elvis Presley, então no auge de sua fase mais dramática e emocional, subiu ao palco do Aloha from Hawaii via Satellite, um dos maiores eventos de sua carreira, transmitido ao vivo para dezenas de países. Entre os clássicos esperados, ele surpreendeu a plateia ao anunciar uma canção com uma declaração pessoal: "Gostaria de cantar uma música que provavelmente é a mais triste que já ouvi." Em seguida, entoou I’m So Lonesome I Could Cry, escrita por Hank Williams em 1949. A informação é da Far Out.
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A escolha não foi aleatória. Naquele momento, Presley enfrentava uma fase de crescente solidão e desgaste emocional. A melancolia da letra e a simplicidade da melodia encontraram eco em sua própria vida. Em entrevista, o jornalista Jordan Potter destaca que Elvis parecia quase chorar enquanto cantava, equilibrando fragilidade e dignidade. A interpretação emocionada transformou a música em um autorretrato velado do artista diante de sua audiência mundial.

"I’m So Lonesome I Could Cry" é uma das obras mais célebres de Hank Williams, considerado um dos maiores nomes da música country norte-americana. Com versos que descrevem o silêncio doloroso da solidão, a canção se tornou um marco da sensibilidade masculina no século XX. "Ouvir um sabiá tão triste que nem consegue voar" é uma metáfora que mostra o espírito melancólico que define não só a canção, mas boa parte da obra de Hank.
Quem foi Hank Williams
Nascido como Hiram King Williams em 17 de setembro de 1923, no Alabama, Hank Williams se tornou um ícone incontornável da música americana. Compositor prolífico, é apontado como um dos principais pioneiros do estilo honky tonk, subgênero do country que combina lirismo direto com temas como amor, perdas e solidão.

Williams começou a carreira jovem, cantando em programas de rádio e nas calçadas de Montgomery. Sem saber ler partituras, desenvolveu um estilo próprio, profundamente influenciado pelo blues de rua e pelas tradições rurais do sul dos Estados Unidos. Em 1949, alcançou fama nacional com Lovesick Blues, abrindo caminho para sucessos como "Your Cheatin’ Heart" e "Hey Good Lookin’".
Apesar do sucesso, enfrentou problemas pessoais graves, agravados por álcool e medicamentos para aliviar dores crônicas causadas por uma condição congênita na coluna. Morreu aos 29 anos, em 1º de janeiro de 1953, deixando um legado que influenciou gerações de músicos, de Johnny Cash a Bob Dylan — e, como se vê, também Elvis Presley.

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