Sobre o que fala "Let There Be Rock", clássico do AC/DC com Bon Scott
Por Bruce William
Postado em 07 de abril de 2025
Lançada em 1977 como faixa-título do álbum "Let There Be Rock", a música do AC/DC é uma espécie de narrativa mitológica sobre o nascimento do rock 'n' roll. Bon Scott, Angus e Malcolm Young escrevem a letra como se fosse uma nova gênese, começando com o ano de 1955 - data simbólica em que nomes como Bill Haley e Chuck Berry ajudaram a consolidar o gênero. A ideia é clara desde os primeiros versos: o homem branco tinha o "schmaltz" (música sentimental), o homem negro tinha o blues, mas foi Tchaikovsky, num trocadilho inspirado em Chuck Berry, quem "trouxe a notícia": estava na hora de nascer o rock.


A repetição de frases como "Let there be sound, light, drums, guitar" ("Que se faça o som, as luzes, a bateria, a guitarra") remete diretamente à criação do mundo no Gênesis bíblico. Mas, aqui, o que se cria é o universo do rock: barulhento, elétrico, visceral. O resultado é quase uma paródia sagrada, onde a santíssima trindade se torna som, guitarra e atitude.
A letra ainda fala do impacto cultural do rock: guitarristas ficaram famosos, empresários enriqueceram e milhões aprenderam a tocar. No fim, Bon Scott canta sobre uma banda de 42 decibéis em um clube chamado The Shakin' Hand - uma imagem que resume bem o espírito do rock direto e explosivo que o AC/DC sempre defendeu.
Durante as gravações, a energia era tanta que um dos amplificadores de Angus chegou a pegar fogo. Segundo o próprio guitarrista: "Meu irmão olhou com os olhos arregalados e disse: 'Continua tocando!'"

"Let There Be Rock" virou hino da banda e está presente em praticamente todos os shows desde 1978, com solos de Angus Young que, ao vivo, já ultrapassaram os 20 minutos.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps