Quando David Bowie se defendeu de ataque satânico de Jimmy Page usando urina
Por Bruce William
Postado em 28 de maio de 2025
No começo dos anos 70, David Bowie e Jimmy Page pareciam ligados por afinidades incomuns. Ambos tinham interesse declarado pelo ocultismo, especialmente pelos ensinamentos de Aleister Crowley, o mago britânico que se autointitulava "O Homem Mais Perverso do Mundo" e que também foi uma forte influência de Raul Seixas. Page chegou a comprar uma antiga propriedade de Crowley, e Bowie citou o ocultista em "Quicksand", faixa do disco "Hunky Dory". Mas essa conexão esotérica logo se transformaria em tensão e desconfiança.

O ponto de ruptura aconteceu em fevereiro de 1975, quando Page visitou Bowie em sua casa em Manhattan. Estavam presentes também a cantora Ava Cherry e uma pilha de almofadas de seda que, segundo a biografia Starman, viraram motivo de atrito, relata matéria da Classic Rock. Após um copo de vinho ser derramado, Bowie acusou o guitarrista de tentar transferir a culpa para Ava. A tensão subiu a ponto de Bowie, encarando Page, dizer: "Por que você não sai pela janela?"
Segundo relatos, Bowie passou a acreditar que Page estava tentando invocar forças ocultas contra ele. Ava Cherry contou que o cantor queria "mostrar a Jimmy que sua vontade era mais forte". Em meio ao uso intenso de cocaína e sono quase inexistente, Bowie mergulhou em um estado de paranoia cada vez mais profundo, convencido de que estava sendo alvo de um ataque espiritual por parte do guitarrista e de um suposto grupo de bruxas.
Durante esse período, Bowie estava imerso em rituais estranhos, envolto por velas pretas, colecionando artefatos egípcios e acreditando ver corpos flutuando pela janela. Segundo o livro William S. Burroughs and the Cult of Rock 'n' Roll (via Far Out), ele desenvolveu a convicção de que Page queria usar sua urina num ritual de "magia sexual" para gerar o Anticristo. Como precaução, passou a estocar seus frascos de xixi na geladeira — uma medida absurda que ele, naquele estado mental, considerava perfeitamente racional.
O episódio mostra como a obsessão com o oculto, somada ao vício e ao isolamento, levou Bowie a um dos momentos mais sombrios de sua vida. Mesmo assim, o caos criativo da época resultou em um de seus discos mais marcantes, "Station to Station". O problema é que nem ele lembra direito como isso aconteceu. "Não lembro como me sentia. Não tenho geografia emocional. Só lembro de trabalhar com Earl [Slick] nas guitarras. Nem do estúdio eu lembro. Sei que era em Los Angeles porque li isso depois."
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