O clássico do Iron Maiden que engana por parecer difícil na guitarra, segundo Kiko e Rafael
Por Gustavo Maiato
Postado em 23 de maio de 2025
Durante conversa no podcast Amplifica, apresentado por Rafael Bittencourt, os guitarristas Kiko Loureiro e Rafael revisitaram grandes momentos do heavy metal com um olhar técnico e descontraído. Um dos pontos altos do episódio foi a discussão sobre músicas que, embora impactantes, não exigem tanta complexidade técnica quanto muitos imaginam. O exemplo mais marcante foi "Wasted Years", clássico do Iron Maiden lançado em 1986.
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"Tem coisas que são mais fáceis na guitarra. Há coisas que não são tão difíceis e têm um efeito legal. Essa do Iron Maiden é tranquila. Ela dá um efeito. Sai natural e chama atenção", explicou Kiko Loureiro. Para ele, o impacto da música muitas vezes está mais na composição do que na execução. "No Angra tem várias assim. Tem umas que são difíceis, mas tem outras que enganam."
Rafael concordou e completou com bom humor. "Às vezes você consegue um efeito legal na guitarra e não é tão difícil. Tem uma geração inteira tocando. Que nem a ‘Wasted Years’. Todo mundo queria tocar essa porra. Depois que você aprende, você fala: ‘Pera aí, né?’ Não é tão foda assim." Em seguida, aproveitou para elogiar o colega. "O trabalho que você fez de guitarra no Angra é genial."

O comentário resgata uma percepção comum entre músicos: o valor de um riff ou solo nem sempre está na sua dificuldade técnica, mas na emoção e identidade sonora que transmite. "Wasted Years", composta por Adrian Smith, é um exemplo emblemático desse fenômeno.
Lançada como o principal single do disco "Somewhere in Time" (1986), a faixa nasceu em meio a experimentações tecnológicas da banda, incluindo o uso de guitarras sintetizadas. Segundo o próprio Adrian Smith, em entrevista ao Music Radar, a música surgiu quase por acaso. "Eu tirei essa guitarra Roland da caixa, pluguei e começou a fazer um barulho estranho. Toquei junto com isso. Era rítmico. A música veio ali, imediatamente."

Mesmo assim, o guitarrista hesitou em apresentar a faixa à banda. "A demo soava um pouco como U2. Eu não achei que fosse algo que o Iron Maiden aceitaria." Mas Steve Harris, baixista e líder do grupo, ouviu o material por acaso e insistiu: "Isso é bom. Deveríamos fazer."
Smith também acabou escrevendo a letra, já que Bruce Dickinson não estava presente nos ensaios na época. A decisão revelou-se acertada. "Wasted Years" alcançou o 18º lugar nas paradas do Reino Unido e entrou para o Top 10 na Finlândia e nos Países Baixos. Ao longo dos anos, tornou-se uma das músicas mais tocadas ao vivo pelo Iron Maiden — ultrapassando as 700 execuções, segundo registros de setlists.
Confira a entrevista completa abaixo.


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