A balada do "Holy Land" que Raul Seixas foi uma das inspirações, segundo Rafael Bittencourt
Por Gustavo Maiato
Postado em 22 de maio de 2025
Durante uma conversa no podcast Amplifica, apresentado por ele mesmo, Rafael Bittencourt — guitarrista, fundador do Angra e referência do metal nacional — revelou que uma das baladas do álbum "Holy Land" carrega a marca de uma influência inesperada para os fãs da banda: Raul Seixas.
Angra - Mais Novidades

O assunto surgiu enquanto Rafael falava sobre a pausa do Angra com o convidado Kiko Loureiro, seus desafios pessoais e a vontade de reconectar-se com a música de forma mais livre, fora do formato tradicional de banda de metal progressivo. "Sinto que me repito. Tenho que fazer um álbum com prog, speed metal, balada… sempre seguindo um formato. E às vezes tudo que eu quero é tocar por tocar, sem objetivo, só para me conhecer mais como músico", confessou.
Foi nesse ponto que ele compartilhou o desejo antigo de homenagear Raul Seixas — artista que considera essencial na formação de sua identidade artística. "O Raul é o cara que mais me influenciou. Tem muito de Raul no Angra, especialmente na forma de pensar conceito, ideia, obra."

Segundo Bittencourt, o espírito criativo que deu origem a faixas como "Lullaby for Lucifer" tem inspiração direta no trabalho de Raul. "Essa coisa de criar um assunto em volta de uma sonoridade, de transformar o ambiente musical em uma narrativa... isso é Raul. É fazer uma obra, não só uma música. Foi ele quem me ensinou isso — junto com Oswaldo Montenegro também." Rafael fez referência à balada presente no "Holy Land" que, da mesma forma que a obra de Raul, é baseada em conceitos maiores por trás e depois é desenvolvida a partir daí.
Ele conta que já iniciou um projeto de show dedicado a Raul Seixas, mas ainda luta contra o dilema entre popularidade e realização pessoal. "O público diz: ‘Ah, mas não vai ter tanto público quanto o Angra, e tudo bem, não precisa. Não é para isso. É para quem gosta. É para mim também."

Bittencourt destacou que, mesmo que não tenha o mesmo alcance comercial de um show do Angra, essa homenagem é uma urgência criativa. "Não é só quantidade. Sucesso tem camadas. Eu preciso fazer isso por gratidão. Se eu não fizer agora, vou fazer quando? Quando estiver no asilo, tocando Raul pra quem está jogando dominó?"
Além da vontade de homenagear Raul, o músico também falou sobre a dificuldade de manter o estudo do instrumento em meio à agenda profissional. Ele está se preparando para tocar o exigente "Temple of Shadows" ao vivo, mas lamenta não ter mais tempo para explorar outras linguagens. "Queria estudar jazz, pesquisar outras coisas... mas hoje, as poucas horas que tenho são para me preparar para o show. Porque é o que paga as contas."

Confira a entrevista completa abaixo.

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps