As músicas solo que John Lennon considerava tão boas quanto os clássicos dos Beatles
Por Bruce William
Postado em 22 de maio de 2025
Em uma longa entrevista concedida poucos meses antes de morrer, John Lennon falou sobre Beatles, carreira solo e os rumos da música naquele momento. A conversa foi publicada na edição de janeiro de 1981 da revista Playboy, conduzida pelo jornalista David Sheff em setembro de 1980, quando Lennon promovia o álbum "Double Fantasy."
Ao ser provocado com a ideia de que Paul McCartney jamais teria escrito algo à altura do que compôs nos Beatles, Lennon respondeu sem entrar em comparações diretas. Preferiu voltar a falar sobre o próprio trabalho solo — e aí foi firme: algumas músicas que havia lançado sozinho, segundo ele, tinham o mesmo peso do que havia feito nos tempos da banda.


"'Imagine', 'Love' e aquelas músicas do Plastic Ono Band estão no mesmo nível de qualquer coisa que eu tenha escrito nos Beatles", afirmou. "Pode levar 20 ou 30 anos para você perceber isso, mas se ouvir essas músicas, vai ver que elas são tão boas quanto qualquer porra de música que já foi feita."
Quando o entrevistador insistiu na ideia de que o mundo considerava os Beatles como algo muito além de "apenas uma boa banda", Lennon rebateu com frieza: "Se era o melhor, e daí?" E acrescentou: "Nunca mais vai acontecer! Todo mundo fala como se uma coisa boa acabar fosse o fim da vida."

"Não cabe a mim julgar se 'I Am the Walrus' é melhor ou pior do que 'Imagine'. Isso é para os outros julgarem. Eu estou fazendo. Eu faço. Não fico de fora julgando... Eu faço." E aos 40 anos, ele não via motivo para nostalgia. "Paul tem 38. Elton John, Bob Dylan... todos nós ainda somos relativamente jovens. Ficam falando do último disco, do último show dos Beatles... mas, com sorte, ainda temos mais 40 anos pela frente."
As palavras de Lennon soam hoje com um peso ainda maior, já que poucos meses depois ele foi assassinado em Nova York. A esperança de mais 40 anos de produtividade foi interrompida de forma brutal, mas a confiança que ele tinha na própria obra — com ou sem Beatles — continua ecoando.

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