Roger Waters responde qual foi o álbum do Pink Floyd que ele mais gostou de gravar
Por André Garcia
Postado em 18 de maio de 2025
Eu já perdi as contas de quantas vezes vi a relação entre membros de uma banda ser comparada a um casamento. Quando não é isso, é a separação de uma banda comparada a um divórcio. Você certamente já viu isso também, e mais de uma vez.
Se bandas são como famílias, álbuns acabam sendo como filhos. E pais costumam dizer que não tem um filho favorito, que amam a todos por igual, que cada um é cada um… Músicos geralmente são tão envolvidos com suas obras e as tem como algo tão pessoal que também não tem um favorito.
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No caso do Pink Floyd é de de imaginar que o "Dark Side of The Moon", por ter sido o disco mais vendido e elogiado, fosse ser o favorito de Roger Waters. Só que respondendo a perguntas de fãs em seu canal oficial no YouTube ele disse que não é bem assim:
"Já faz um tempão, né? O último que eu gravei [com o Pink Floyd] foi 'The Final Cut', que foi em 1982. 40 anos atrás! Aquele não foi lá muito divertido porque tudo que eu tinha era uma certa pessoa sentada lá no fundo jogando […] Donkey Kong e me dizendo como aquilo era uma m*rda."
Não precisa nem dizer que muito provavelmente essa tal pessoa a quem ele se referia era seu eterno desafeto, o guitarrista David Gilmour. Gilmour quase não participou das gravações e o tempo todo mostrou sua insatisfação com ela.

"Então foi bem difícil gravar o 'Final Cut', por mais que tenha sido ótimo trabalhar com James Guthrie e Michael Kamen. Antes daquele foi qual? O 'The Wall'. Eu curti gravar o 'The Wall'. Na verdade, eu curti gravar todos os discos que fizemos naquela que eu considero ter sido a era de ouro — eu e qualquer pessoa com um mínimo de bom senso! Que foi do 'Dark Side of the Moon' ao 'The Final Cut'.
"Todos eles foram cansativos, mas meio que interessantes, já que na época eu estava compondo muito; e estava curtindo muito o processo de composição e de gravação daquelas músicas. As quais não tenho uma favorita. Eu não tenho um [disco do Pink Floyd em específico] como favorito."
Roger Waters pode não tem um álbum favorito do Pink Floyd, mas pelas entrevistas que já deu já disse quais eram os que ele menos gostava.

Sobre o álbum de estreia, "The Piper at the Gates of Dawn" (1967), ele disse:
"Não quero voltar àqueles tempos de jeito nenhum. Não tinha nada de 'grandioso' naquilo. Nós éramos risíveis. Éramos inúteis. Como a gente não tocava nada, tivemos que fazer algo estúpido e 'experimental'."
Obviamente, ele nunca morreu de amores também pelos dois discos do Pink Floyd gravados após sua saída, em 1985. Sobre o primeiro deles, o "A Momentary Lapse of Reason" (1987), ele disse:
"Eu achei superficial, mas construído até que de forma bem inteligente. Se você não prestar muita atenção, ele até soa como o Pink Floyd. Tem Dave Gilmour tocando guitarra — e com a intenção de criar algo que soe como a concepção que todo mundo tem de um disco do Pink Floyd — então é inevitável que você atinja esse objetivo limitado."

Já sobre o "The Division Bell" (1994) ele disse:
"Com todo o respeito às pessoas que compraram esses discos [do Pink Floyd sem mim], mas eles são um lixo. Especialmente o 'The Division Bell', que é uma bobagem do começo ao fim."
Roger Waters pode não ter um álbum do Pink Floyd como favorito, mas os únicos que ele fez turnê solo tocando na íntegra foram "Dark Side of the Moon" e "The Wall" — sendo que o primeiro ele ainda chegou a regravar em 2023, o ano em que a versão original completou 50 anos de seu lançamento.

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