O bilhete que comoveu Nando Reis ao sair dos Titãs
Por Gustavo Maiato
Postado em 06 de maio de 2025
O cantor e compositor Nando Reis falou abertamente sobre sua relação com o alcoolismo em um vídeo publicado em seu canal no YouTube. Em um relato íntimo, ele detalhou os efeitos da bebida em sua vida pessoal e profissional, revelando episódios marcantes, como o bilhete deixado por sua filha pedindo que ele não bebesse.
Segundo Nando, o consumo excessivo de álcool começou cedo e logo se tornou um hábito difícil de controlar. "Bebia escondido e me irritava com quem me impedia de beber — tudo tão típico", disse. Ele também lembrou que, embora todos ao redor fossem jovens e muitos consumissem álcool e outras substâncias, havia diferentes níveis de tolerância.

O músico contou sobre sua primeira experiência com o Alcoólicos Anônimos (AA), ao lado de Branco Mello. "Eu frequentava as reuniões e gostava, mas hoje vejo que gostava de uma forma meio excêntrica, sabe?", afirmou. Ele disse que via o grupo como algo lúdico, quase como parte de um personagem: "Sempre tive esse fascínio rock’n’roll pela transgressão".
Nando reconheceu que esse comportamento, por mais romantizado que parecesse, gerava consequências. "Era precário, quase desrespeitoso. Só que o ato de beber não vinha do desrespeito, mas da falta de escolha", afirmou. Para ele, o alcoolismo se instalou de forma sutil, acompanhado de culpa e vergonha. A ficha amarela no AA, recebida em 1994, foi um marco simbólico, mas não significou o fim do vício.
Nando Reis, saída dos Titãs e bebida
A situação se agravou após sua saída dos Titãs. Segundo o cantor, o desejo por autonomia o empurrou ainda mais para o fundo. "Tinha 40 anos e fui afundando cada vez mais", relatou. Mesmo ciente do problema, ele continuava bebendo. "Todo motivo era razão para beber", contou. Para esconder o hábito, criou estratégias: vodca inodora, chicletes para disfarçar o hálito, horários planejados para o consumo. "Eu fazia uso cruzado de cocaína, o que só tornava tudo mais caótico", confessou.
Em seu processo criativo, ele chegou a acreditar que as substâncias ajudavam. "Usava como desinibidores para criar — mas não me iludo: nem a cocaína nem o álcool deram criatividade." O resultado, segundo ele, era uma obsessão pelo violão e uma dedicação intensa à música, ao custo da desestruturação de outras áreas da vida, sobretudo da familiar.
Um dos momentos mais dolorosos do relato foi a lembrança de um bilhete deixado por sua filha Sofia. "Por favor, papai, não beba hoje", escreveu ela. A cena ocorreu em um escritório onde ele costumava trabalhar, antes de ir beber. "Foi f… né? Tantas vezes aconteceram tantas coisas… Eu machuquei certo por estar ali", lembrou, visivelmente emocionado.
Ele reconheceu que o alcoolismo o tornava egoísta e que, apesar do sofrimento causado aos outros, não conseguia parar. "Você continua machucando. Soa como um desrespeito, um egoísmo, e é natural", afirmou. O cantor tentou diversos arranjos para controlar o vício. Chegou a fazer combinações com a esposa sobre os dias em que poderia beber. "Segundas-feiras eu fazia yoga às 7 da noite. Depois, ia para casa e farreava", contou.
Em busca de equilíbrio, Nando tentava justificar o uso com a produção artística. "Se eu fizer uma música, tá tudo bem", dizia a si mesmo. Mas reconheceu que essas justificativas o levavam a uma espiral de autossabotagem. "É uma trança que dá ruim. Deu ruim."
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Os 5 discos de rock que Regis Tadeu coloca no topo; "não tem uma música ruim"
Dave Mustaine cutuca bandas que retomaram atividade após turnês de despedida
Os trabalhos do Guns N' Roses que Slash evita rever; "nem sei o que tem ali"
Wolfgang Van Halen diz que as pessoas estão começando a levar seu trabalho a sério
Motörhead "salvou" baterista do Faith No More de ter que ouvir Ted Nugent
A única banda de rock brasileira dos anos 80 que Raul Seixas gostava
O que Max Cavalera não gostava sobre os mineiros, segundo ex-roadie do Sepultura
O padrão que une todos os solos da história do Iron Maiden, segundo Adrian Smith
O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
O melhor álbum de thrash metal lançado em 2025, segundo o Loudwire
Clemente segue no CTI, informa novo boletim médico
A melhor música do AC/DC de todos os tempos, segundo o ator Jack Black
Ritchie Blackmore aponta os piores músicos para trabalhar; "sempre alto demais"
Metal Hammer aponta "Satanized", do Ghost, como a melhor música de heavy metal de 2025
3 gigantes do rock figuram entre os mais ouvidos pelos brasileiros no Spotify
King Diamond: o "Rei Satânico"
A maior banda de Heavy Metal de todos os tempos para David Ellefson
Two and a Half Men: Participações de astros do rock

Por que Charles Gavin levava discos do Black Sabbath para todos os lados
Titãs - a frase atual de 40 anos atrás em "Desordem"
Atualização: 32 dos 34 citados em "Nome aos Bois", do Titãs, morreram
O álbum do rock nacional dos anos 1980 que Prince ouviu e gostou muito do trabalho
Regis Tadeu explica se reunião do Barão Vermelho terá tanto sucesso como a dos Titãs
O clássico do rock nacional cujo refrão é cantado onze vezes em quatro minutos
A dura crítica do produtor Lulu Santos ao baixo de Nando Reis em álbum dos Titãs
A inacreditável música do Titãs que era a preferida de Renato Russo



