Quando o AC/DC perdeu a mão, segundo Malcolm Young; "Precisávamos voltar às raízes"
Por Bruce William
Postado em 29 de junho de 2025
Durante a década de 1980, o AC/DC enfrentou altos e baixos tentando manter viva a fórmula que havia conquistado o mundo em "Back in Black". O som continuava o mesmo, com riffs pesados e andamento direto, mas, internamente, a banda sabia que algo havia se perdido ao longo do caminho. Malcolm Young, o cérebro por trás da base rítmica do grupo, chegou a reconhecer que a banda havia se desequilibrado naquele período.
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Após a morte de Bon Scott, a banda ressurgiu com um dos álbuns mais vendidos da história. Mas manter esse padrão revelou-se um desafio. "Flick of the Switch" teve pouco impacto, e "Fly on the Wall" dividiu opiniões com uma sonoridade mais áspera. Já "The Razor's Edge", lançado em 1990, trouxe novamente um fôlego comercial, mas Malcolm sentia que algo precisava ser resgatado internamente.
Para ele, o ponto de ruptura havia começado antes, em "Who Made Who", lançado em 1986 como trilha sonora do filme Maximum Overdrive, dirigido por Stephen King. "A gente queria continuar de onde o 'Who Made Who' parou, embora tivesse havido um intervalo longo entre os álbuns", explicou Malcolm em conversa com a Louder. "Naquela altura, já tínhamos perdido o rumo e precisávamos recuperar a pegada antiga. Por isso voltamos com Vanda e Young, e às raízes."

Embora o disco tivesse faixas inéditas, a maior parte do material era composta por músicas antigas reutilizadas, o que incomodava Malcolm. O retorno dos produtores Harry Vanda e George Young, irmãos de Malcolm e Angus, ajudou a restaurar o espírito original da banda. Esse resgate ficou evidente no álbum seguinte, "Blow Up Your Video", que trouxe uma nova energia ao grupo, ainda que sem repetir os números de vendas dos anos anteriores.
Com músicas como "Heatseeker", o álbum de 1988 mostrava que a banda ainda tinha força, mesmo sem o impacto imediato de um hit como "Thunderstruck", que só viria no disco seguinte. Ainda assim, o caminho traçado ali foi importante para recolocar o AC/DC nos trilhos com uma pegada mais orgânica, menos polida, mas ainda firme no que sempre souberam fazer.

Malcolm foi autocrítico, como sempre. Talvez tenha sido duro demais ao avaliar aquela fase, mas não escondia sua frustração com os momentos em que a banda parecia buscar algo fora de sua essência. E, para ele, isso significava voltar às raízes, com a família no controle e os riffs falando mais alto do que qualquer tendência passageira.
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