A lenda da guitarra que apresentou o wah-wah para Jimi Hendrix
Por Bruce William
Postado em 27 de junho de 2025
Quando Jimi Hendrix chegou a Londres em 1966, poucos sabiam o que esperar daquele guitarrista vindo dos Estados Unidos. Chas Chandler, ex-baixista dos Animals, apostava alto no talento de seu novo pupilo, e não demorou para apresentar Hendrix a Eric Clapton, então o músico mais respeitado da cena britânica. Foi assim que, ainda desconhecido, Hendrix subiu ao palco para uma participação com o Cream, e deixou todos boquiabertos.
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Clapton, já tido como uma divindade da guitarra graças ao trabalho com o Bluesbreakers e o Cream, ficou perplexo com o que viu naquela noite. Segundo relatos publicados na Far Out, ele reagiu furioso nos bastidores: "Você não me disse que ele era tão bom!". O episódio, ocorrido no Regent Street Polytechnic, marcou o início de uma amizade respeitosa e de uma troca de influências que mudaria a história do rock.
Mais tarde, Hendrix relembrou com carinho aquela estreia: "A primeira vez que toquei guitarra na Inglaterra foi com o Cream. Eu gosto do jeito que o Eric toca. Os solos dele parecem o Albert King. O Eric é demais. E o Ginger Baker... parece um polvo, cara. Ele é um baterista nato". Clapton também nunca esqueceu o impacto daquela noite: "Ele subiu e deixou todo mundo de queixo caído. Pensei: 'alguém que toca ao vivo o som que eu amo'. Foi um privilégio estar no palco com ele".

Mas a ajuda de Clapton não parou por aí. Segundo o livro Jimi Hendrix Gear, foi ouvindo "Tales of Brave Ulysses", do Cream, que Hendrix teve seu primeiro contato com o efeito de wah-wah. Encantado com o som, ele passou a incorporar o pedal em suas gravações. Em pouco tempo, o efeito se tornaria uma das marcas registradas de sua sonoridade.
A partir de "Voodoo Child (Slight Return)", gravada no fim de 1967, Hendrix passou a usar o wah-wah com uma expressividade inédita, também presente em faixas como "Up from the Skies", "Little Miss Lover" e "Still Raining, Still Dreaming". O solo de abertura de "Voodoo Child", em especial, permanece até hoje como uma das mais impressionantes demonstrações do pedal em ação - um momento mágico que talvez nunca tivesse acontecido sem aquele empurrão inicial de Clapton.

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