O álbum que, para Jimmy Page, mudou tudo no rock; "Levou o mundo a uma nova dimensão"
Por Bruce William
Postado em 20 de junho de 2025
Todo fã de rock pesado sabe que alguns discos não são apenas bons, eles redefinem o jogo. Jimmy Page, mestre em misturar blues barulhento com ideias ousadas de estúdio, sempre soube disso melhor do que ninguém. Mas até ele admite que foi um álbum em especial que virou tudo do avesso e mostrou como gravar música de um jeito que ninguém tinha tentado antes.
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Nem o mais fanático dos fãs imaginaria, na época, que aqueles quatro ingleses lançariam um álbum que mexeria tanto com a forma de gravar, tocar e entender o rock. Para Jimmy Page, no entanto, tudo começou com uma decisão simples: fazer algo bem diferente do que já tinha vivido nos Yardbirds, banda que ajudou a popularizar o blues na Inglaterra mas que, no fim, se perdeu entre baladinhas juvenis e mudanças de formação.
Ao montar o Led Zeppelin, Page sabia que precisava de uma base sólida. E encontrou essa química perfeita quando uniu Robert Plant, John Bonham e John Paul Jones a seus riffs pesados e experimentações de estúdio. O quarteto não demorou a explorar caminhos mais complexos, como se ouve em "Houses of the Holy" ou "Physical Graffiti", mas no começo tudo girava em torno de transformar o blues em algo mais pesado e visceral.

Mesmo quando se aventurava em faixas quase eruditas, como "Kashmir" ou "The Rain Song", Page mantinha o fio condutor: um respeito absoluto pelas raízes do blues, mas turbinado por amplificadores no limite. Segundo ele, o primeiro disco é o melhor exemplo disso: não era blues puro, mas era um blues tão pesado quanto a Inglaterra já tinha ouvido.
Para alguns críticos, o "Truth" de Jeff Beck andava na mesma linha, mas Page acredita que faixas como "Dazed and Confused" e "Communication Breakdown" foram o ponto de virada. Em suas palavras (via Far Out): "Acho que o primeiro álbum do Led Zeppelin mudou tudo na forma de gravar. Levou o mundo a uma nova dimensão de gravação ambiente. O disco está cheio de ideias que ninguém tinha tentado antes. Está no topo da lista, porque sem o primeiro álbum, nunca teria existido um segundo."

Hoje parece fácil ver a herança que esse disco deixou: basta ligar os pontos e chega-se a Black Sabbath, Deep Purple, Rush, Soundgarden, e toda uma geração que pescou, cada um à sua maneira, um pouco da ousadia que Page e companhia despejaram em estúdio. Na época, ele não tinha essa pretensão; queria apenas registrar o que soava certo na cabeça dele. Deu certo: sem alarde, gravou um dos álbuns que ajudaram a definir o que o rock pesado seria dali pra frente.

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