Bruce Dickinson e Tom Araya revelam o que une "The Number of the Beast" e "Angel of Death"
Por Bruce William
Postado em 02 de junho de 2025
Lançada em 1986 como faixa de abertura do clássico "Reign in Blood", "Angel of Death" começa com um grito que virou assinatura de Tom Araya. Mas segundo o vocalista, aquilo não foi planejado. "O Jeff Hanneman e o Rick Rubin disseram: tenta gritar, faz alguma coisa ali. Eu ouvi a introdução algumas vezes e mandei aquele grito", contou Araya em vídeo da Loudwire. "Eles falaram: 'Isso! Agora faz de novo!'. E eu tentei, mas não consegui repetir. Gravamos várias vezes, até que eles disseram: 'Tá bom, a primeira ficou ótima, vamos com ela'."


Durante a conversa, o jornalista da Loudwire comentou que aquele momento lembrava o grito que abre "The Number of the Beast", lançado pelo Iron Maiden em 1982. Inclusive Bruce Dickinson aparece em outro vídeo do canal falando sobre a exigência criativa do produtor Martin Birch. Para explicar o que ele fazia com os vocalistas, Bruce relembrou um exemplo com Ronnie James Dio, que estava gravando o álbum "Heaven and Hell", do Black Sabbath: "Ele pediu que Ronnie cantasse os dois primeiros versos como se estivesse resumindo a vida inteira dele ali".

O mesmo foi cobrado de Bruce na gravação de "The Number of the Beast". Ele contou que chegou a perder a paciência durante as tentativas. "Fiquei chutando os móveis no estúdio e gritando: 'Mas o que você quer de mim?!'", lembrou. Só depois de várias tentativas frustradas é que a ficha caiu. "De repente, tive aquele momento de inspiração: 'ah, agora entendi'. E passei a aplicar isso em tudo que fiz depois."


A semelhança entre os dois casos não está no estilo vocal ou na sonoridade, mas no contexto em que os gritos foram criados. Em ambos, o vocalista foi empurrado para fora da zona de conforto por alguém que sabia exatamente o que estava buscando. E o resultado veio de forma espontânea, mas sob pressão — algo que, segundo os dois, é difícil (ou impossível) replicar com a mesma força depois.
Bruce não chegou a dizer que não conseguiu repetir durante a gravação o grito de "The Number of the Beast" como Tom admitiu com "Angel of Death", mas a Loudwire ressaltou esse ponto: tanto ele quanto Araya conseguiram capturar algo único naquele momento exato. Com isso, aqueles segundos iniciais de cada música viraram marca registrada, como se tivessem sido moldados por forças maiores que a própria técnica vocal.

No fim das contas, o que une os dois gritos é a maneira como surgiram: mais do que simples berros, foram lampejos de inspiração sob pressão, que ajudaram a eternizar dois dos discos mais influentes da história do heavy metal.
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