O álbum onde John Lennon encontrou sua verdade; "Eu acho que é a melhor coisa que eu já fiz"
Por Bruce William
Postado em 21 de julho de 2025
No final de 1971, John Lennon desembarcou em Nova York acompanhado de Yoko Ono. Vinha de uma temporada de gravações na Inglaterra e, agora, cuidava dos preparativos finais para o lançamento de seu novo disco, além de alguns filmes e compromissos pessoais. Durante uma entrevista à Rolling Stone, Lennon deixou claro que enxergava aquele trabalho de um jeito diferente de tudo o que já havia feito.
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"Eu acho que é a melhor coisa que eu já fiz", disse. Para ele, o disco refletia o que vinha se tornando ao longo dos anos: um retrato sincero da própria vida, sem disfarces. "'I'm a Loser', 'Help', 'Strawberry Fields'... todas são músicas pessoais. Eu sempre escrevi sobre mim, quando podia. Nunca gostei muito de escrever em terceira pessoa, sobre gente que vive em prédios de concreto e coisas assim. Eu gosto de músicas em primeira pessoa."
Apesar dessa preferência, Lennon admitiu que nem sempre conseguia expor tanto de si. "Por causa das minhas neuras e muitas outras coisas, só de vez em quando eu escrevia diretamente sobre mim. Agora, escrevi tudo sobre mim, e é por isso que eu gosto desse disco. Isso sou eu! E ninguém mais. Por isso eu gosto. É real, só isso."

Lennon também apontou que as músicas que mais considerava verdadeiras eram aquelas compostas a partir da própria vivência. "As poucas canções verdadeiras que eu escrevi foram como 'Help' e 'Strawberry Fields'. Não consigo lembrar de todas agora. Mas essas sempre foram, pra mim, as melhores. Eram as que eu escrevia a partir da experiência real, não me projetando numa situação qualquer pra inventar uma historinha. Sempre achei isso meio falso. Mas, às vezes, eu acabava fazendo porque estava tão preso em mim mesmo que não conseguia nem pensar sobre mim."
Questionado sobre a falta de imagens ou metáforas no novo trabalho, foi direto: "Porque não tinha nenhuma na minha cabeça. Não havia alucinações na minha cabeça." Para Lennon, aquele disco não precisava de subterfúgios ou rodeios, bastava dizer a verdade. E, pela primeira vez, ele sentiu que tinha conseguido fazer exatamente isso.

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