Os dois vocalistas consagrados que cantaram em duas das maiores bandas da história
Por Mateus Ribeiro
Postado em 17 de julho de 2025
Pioneiro do heavy metal, o Black Sabbath manteve sua formação original por quase uma década. Tony Iommi (guitarra), Ozzy Osbourne (vocal), Geezer Butler (baixo) e Bill Ward (bateria) atuaram juntos de 1968 a 1979, gravando oito álbuns — entre eles, clássicos imortais como "Paranoid" (1970), "Master of Reality" (1971) e "Sabbath Bloody Sabbath" (1973).
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Com a saída de Ozzy, a banda entrou em um período de intensas mudanças de formação, que fariam até Dave Mustaine, líder do Megadeth, ficar impressionado. Nesse vaivém de integrantes, Ian Gillan e Glenn Hughes acabaram se juntando ao grupo comandado por Iommi.
Ambos alcançaram um feito notável: cantaram em duas das maiores bandas da história da música pesada, já que também foram membros do Deep Purple, nome essencial na gênese do heavy metal. A seguir, relembro como cada um deles chegou ao Black Sabbath.
Uma bebedeira despretensiosa que rendeu um disco e uma turnê
Ronnie James Dio substituiu Ozzy no Black Sabbath em 1979, mas deixou a banda em 1982. O posto vago foi assumido por Ian Gillan, o emblemático vocalista da formação clássica do Deep Purple.
A entrada de Gillan no Sabbath é, no mínimo, curiosa. Ele contou esse episódio inusitado em entrevista ao The Guardian.

"Eu estava bebendo com Tony Iommi e Geezer Butler. Ficamos completamente bêbados, e meu empresário me ligou na manhã seguinte dizendo: ‘Se você vai tomar decisões sobre sua carreira, não acha que deveríamos conversar antes?’. Eu perguntei: ‘Do que você está falando?’. Ele respondeu: ‘Aparentemente, você aceitou entrar para o Black Sabbath ontem à noite’. Eu não lembrava de nada disso."
Gillan gravou apenas um álbum com o Sabbath: "Born Again" (1983). Inicialmente, ele se mostrou insatisfeito com a mixagem do disco, como revelou à rádio espanhola RockFM (via Blabbermouth).
"Fiquei desapontado. Eu não tinha a mesma mentalidade dos outros caras do Sabbath. Adorei fazer parte da banda. Foi um ano incrível, insano. No estúdio, as mixagens soavam ótimas. Mas, quando ouvi o álbum finalizado, pensei: ‘O que é isso?’. O estrondo do baixo estava exagerado. Fiquei decepcionado com o resultado final."
Gillan deixou o Sabbath no ano seguinte ao lançamento do álbum. Para completar o caos, o mascote da banda sofreu um acidente grave durante a turnê de divulgação.
O disco solo que virou álbum do Black Sabbath
Não foi só Gillan que deixou o Sabbath em 1984. Geezer Butler e o baterista Bev Bevan também saíram. Coube a Tony Iommi juntar os cacos e seguir adiante.
Inicialmente, Iommi planejava lançar um álbum solo em 1985. No entanto, o projeto acabou se transformando em "Seventh Star", lançado em 1986 sob o nome do Black Sabbath.
Quem assumiu os vocais foi Glenn Hughes, integrante do Deep Purple entre 1973 e 1976. Em entrevista ao podcast In The Trenches with Ryan Roxie (via Blabbermouth), Hughes revelou que nunca teve a intenção de integrar o Sabbath.

"Tony faria um álbum solo em 1985. Eu, meu querido amigo Ronnie James Dio e Rob Halford cantaríamos algumas músicas cada um. Eu fui o primeiro a ir ao Cherokee Studios em Hollywood para cantar algumas músicas com o Tony. Escrevi e cantei algumas músicas na primeira noite. E ele me pediu para voltar no dia seguinte, e isso continuou, e eu acabei sendo o único cantor naquele álbum solo. Na última música, Don Arden - o pai de Sharon [Osbourne] - que estava gerenciando Tony na época, sugeriu à Warner Brothers que deveríamos chamá-lo de ‘Black Sabbath featuring Tony Iommi’. Portanto, não era mais um álbum do Tony Iommi; era um álbum do Black Sabbath chamado ‘Seventh Star’. Foi uma época em que eu estava mudando de estilo de vida. Foi um período difícil para mim.
Estar no Black Sabbath não era algo que eu queria fazer. Eu estava tentando ajudar o Tony, fazendo seu álbum solo. Mas gostei de trabalhar com ele."
Hughes também teve passagem breve: deixou o Sabbath após apenas cinco shows. Ray Gillen assumiu os vocais, mas logo saiu, abrindo caminho para Tony Martin. Mas essa já é outra história.
Agora que você conhece melhor os dois vocalistas lendários que deixaram sua marca em duas das maiores bandas da história, confira abaixo uma playlist com músicas que eles gravaram no Black Sabbath. Aumente o volume e embarque nessa viagem sonora!
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