O guitarrista que pirou quando viu o Pink Floyd tocando "A Momentary Lapse of Reason" ao vivo
Por Bruce William
Postado em 16 de julho de 2025
Antes mesmo de fundar o A Perfect Circle ou lançar discos solo, Billy Howerdel já sabia o que queria da vida. E não foi por causa de um festival alternativo ou uma banda de garagem. O guitarrista americano só teve essa certeza depois de assistir a um gigante - literalmente - espetáculo do Pink Floyd.
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Nascido em Nova Jersey, Howerdel cresceu ouvindo no rádio tudo o que vinha do Reino Unido. Graças a uma estação local de Long Island, foi fisgado ainda adolescente por nomes como Siouxsie and the Banshees, Cocteau Twins e Elvis Costello. Mas foi o Pink Floyd que cravou fundo. E quando finalmente viu a banda ao vivo, em 1988, no Giants Stadium, a ficha caiu de vez.
O que poderia ser só mais um show se transformou em algo que ele comparou a uma experiência religiosa. "Não era apenas uma banda. Era como estar numa igreja", contou anos depois ao Prog. Mesmo longe do palco, em meio a mais de 100 mil pessoas, a grandiosidade do espetáculo e o clima em volta marcaram para sempre o então jovem fã. "Aquela sensação de estar entre tanta gente, todo mundo feliz, todo mundo curtindo... Naquele momento, eu pensei: 'Quero estar nisso o tempo todo'."

O repertório da noite? Primeiro o álbum "A Momentary Lapse of Reason" inteiro, depois os clássicos, tudo apresentado com a imponência visual que virou marca registrada da banda. Foi o suficiente para Billy entender que aquele universo de palco, música e plateia seria o que ele queria para si. Como ele mesmo resumiu: "Era como se fosse uma droga. E até hoje, ainda é.
Já como músico, Billy também fez questão de citar a importância direta de David Gilmour na sua formação como guitarrista. Mas não da forma mais óbvia. Em vez de se dedicar a copiar riffs ou solos nota por nota, preferiu extrair o espírito do que Gilmour representava. "Eu até tentei aprender algumas músicas... e toquei tudo errado!", admitiu, brincando.

Para Howerdel, a lição mais valiosa não estava em dominar técnicas ou tentar imitar. "Se você toca exatamente como Eddie Van Halen, vai ter dificuldade de achar sua própria voz", explicou. Foi justamente não conseguir tocar "do jeito certo" os ídolos que o levou a encontrar seu próprio estilo.
E quando fala de Gilmour, Billy não tenta sequer omitir o profundo respeito: "Ele dá permissão pra você fazer linhas de guitarra legítimas, com substância, sem precisar encher de notas. Ter esse tipo de norte foi essencial. Ele era um herói da guitarra sem precisar ser um shredder - fazia tudo de forma elegante. Isso sempre foi uma fonte de inspiração pra mim."

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