O álbum do Rush que levou mais de uma década pra ficar como Geddy Lee queria
Por Bruce William
Postado em 04 de julho de 2025
Entre os muitos discos que o Rush lançou ao longo de sua carreira, "Vapor Trails", de 2002, acabou ocupando um lugar especial nas lembranças da banda, e não apenas pelas músicas. Para Geddy Lee, ele carrega um peso emocional profundo, além de um incômodo técnico que levou anos para ser resolvido. Durante muito tempo, ele não conseguia ouvir o disco com prazer, e o motivo não era exatamente o conteúdo artístico.
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O álbum foi feito em um momento delicado. Após a morte da filha e da esposa de Neil Peart, o futuro da banda era incerto. Quando o baterista decidiu retomar os trabalhos, Geddy e Alex Lifeson optaram por criar um ambiente o mais confortável possível. Recusaram trazer um produtor externo, mesmo já tendo considerado nomes como David Bottrill, e chamaram Paul Northfield, velho conhecido da banda. Neil, que ainda reaprendia a tocar bateria e ganhava confiança aos poucos, precisava de estabilidade.
O processo de gravação foi longo e emocionalmente desgastante. Geddy lembrou para a Rolling Stone que passaram 14 meses em estúdio, praticamente isolados, reerguendo o espírito criativo da banda. Quando o álbum ficou pronto, eles estavam exaustos, e sem o distanciamento necessário para ouvir as músicas com clareza. Ainda assim, empurrados pela expectativa do público e da gravadora, decidiram não parar. Tentaram duas mixagens diferentes, mas não ficaram satisfeitos. A masterização final, segundo Geddy, ficou "dura, distorcida e barulhenta". Só depois do lançamento ele percebeu o quanto haviam "passado do ponto".
Mesmo com os problemas sonoros, os fãs acolheram "Vapor Trails" com entusiasmo. Era o retorno de uma das maiores bandas do rock progressivo após anos de silêncio - seu álbum anterior havia sido o "Test for Echo", lançado em 1996. Mas para Geddy, ficou uma frustração: "É horrível a sensação de deixar algo imperfeito sair só por falta de objetividade." Por mais que tenha tentado conviver com isso, a vontade de corrigir o disco nunca saiu da cabeça. Houve outras tentativas de remixagem ao longo dos anos, sem sucesso. Muita gente da equipe questionava: "Por que diabos você se importa tanto com esse disco, entre os vinte que vocês já lançaram?"
Foi só quando David Bottrill, o mesmo produtor que quase assumiu o projeto originalmente, topou fazer uma nova mixagem, que Geddy sentiu que as coisas finalmente se encaixaram. Neil preferiu não se envolver, por conta das memórias dolorosas associadas ao disco. Bottrill trabalhou sozinho, enquanto a banda estava em turnê, e aos poucos enviava os novos mixes. "Ele entendeu imediatamente o que o disco precisava soar", contou Geddy. "Acho que ele finalmente trouxe justiça para aquelas músicas em que colocamos tanto do nosso coração e da nossa alma."
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