Os conselhos que Bob Dylan recebeu para ser melhor no boxe após lutador o confundir
Por Gustavo Maiato
Postado em 20 de agosto de 2025
Poucos artistas viveram tantas situações curiosas no início da carreira quanto Bob Dylan. Muito antes de ser reverenciado como um dos maiores compositores do século XX, ele circulava por ambientes improváveis, tentando se firmar em Nova York. Em seu livro autobiográfico "Crônicas: Volume Um", publicado em 2004, Dylan narra com riqueza de detalhes como foi levado por Lou Levy, chefão da Leeds Music Publishing, para conhecer lugares emblemáticos ligados à música e, por acaso, também um campeão mundial de boxe.

O passeio incluiu uma parada no restaurante de Jack Dempsey, lendário pugilista que brilhou nas décadas de 1910 e 1920. Ali, sentado em uma cabine de couro vermelho, o jovem Dylan — ainda um novato, com pouco repertório próprio — foi apresentado ao boxeador. A recepção, no entanto, foi digna de um treino de luta. Dempsey não reconheceu Dylan como músico e, pensando tratar-se de um lutador iniciante, decidiu dar alguns conselhos nada musicais.
"Você parece leve demais para um peso-pesado, vai ter de ganhar uns quilos", disse Dempsey, segundo o relato registrado pelo cantor. Em seguida, completou: "Vai ter de se vestir um pouco melhor, ficar um pouco mais na moda — não que vá precisar de muita coisa em termos de roupa quando estiver no ringue; não tenha medo de bater forte demais em ninguém". Foi preciso que Levy esclarecesse: "Ele não é um boxeador, Jack, ele é um compositor e vamos lançar suas canções".
Ao perceber o mal-entendido, Dempsey mudou o tom e desejou sorte ao jovem artista: "Oh, sim, bem, espero ouvi-las um dia desses. Boa sorte para você, garoto". A cena, que hoje soa como um encontro improvável entre mundos distintos, simboliza bem a fase em que Dylan ainda tateava seu espaço, transitando entre grandes nomes da música e personalidades de outros universos culturais.
O episódio ocorreu em um momento crucial para Dylan. Ele acabara de assinar um contrato com a Leeds Music, recebendo um adiantamento de cem dólares pelos futuros royalties — valor modesto, mas significativo para quem ainda não tinha um repertório consolidado. John Hammond, o produtor visionário da Columbia Records que acreditou no talento do jovem de Minnesota, havia o apresentado a Levy justamente para garantir que alguém cuidasse de sua carreira incipiente.
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