O maior baterista de todos os tempos para Phil Collins; "nunca tinha visto nada parecido"
Por Bruce William
Postado em 31 de outubro de 2025
Phil Collins sempre foi, antes de tudo, baterista. Se a saída abrupta de Peter Gabriel não o empurrasse ao microfone do Genesis, ele teria ficado feliz atrás do kit. Inclusive ele chegou a ensinar candidatos a cantar nas audições e, se pudesse, teria lançado músicas instrumentais. O vocal veio por necessidade; o sucesso solo, por catarse: após o fim do primeiro casamento, gravou um disco para lidar com as emoções, não para correr atrás de números. Ainda assim, seus ídolos permanecem na bateria, não no microfone.
Um deles é John Bonham, e a revelação veio antes até mesmo do Led Zeppelin existir. Em 1968, adolescente com ambição profissional, Collins foi ao Marquee Club, em Londres, ver o americano Tim Rose. No palco de apoio estava a Band of Joy, com Robert Plant no vocal e Bonham na bateria: nomes anônimos naquela noite que, dois anos depois, o mundo inteiro conheceria.

Collins lembra do impacto instantâneo que ele teve. Conforme resgatou a Far Out, à BBC 6 Music, em 2016, ele contou: "Eu vi o John Bonham tocar no Marquee Club com o Tim Rose, que era um cantor americano e tinha um sucesso com 'Morning Dew', e ele estava em turnê e tinha esse cara John Bonham na bateria. Eu fui ver o Tim Rose, mas quando vi o Bonham, eu nunca tinha visto nada parecido." Ou seja, ele entrou no clube por causa do headliner, e saiu com um baterista favorito.
Daí em diante, acompanhou de perto a escalada de Bonham e do Zeppelin. Viu o amigo se tornar referência absoluta e, como tantos, ficou devastado com a morte do baterista. O fim do Led veio junto, mas em 1985 houve uma reunião no Live Aid: chamaram Collins para ocupar o banco de Bonham. Em tese, tarefa simples para quem conhecia o repertório "de trás para frente"; na prática, deu errado. Jimmy Page apontou o dedo após o set: "[Collins] não sabia as coisas", disse à MTV, chamando o reencontro de "não foi muito inteligente".
Collins reconheceu que não estava no ponto, e ele explicou o contexto. Tinha voado de Londres para a Filadélfia no mesmo dia, após tocar no Live Aid britânico, e não teve preparação adequada com o Zeppelin. Na autobiografia, anotou: "Eu fiquei de saco cheio. Talvez eu não soubesse tão bem quanto ele gostaria que eu soubesse, mas... eu acabei virando o centro das atenções, e parecia que eu estava me exibindo." As declarações públicas de Page deixaram um gosto amargo.
O que mais doeu em Collins foi não conseguir prestar a homenagem que queria. A agenda insana e o ensaio insuficiente pesaram; o amor por Bonham pesou mais ainda, por isso ele disse "sim". Aquele choque de 1968 no Marquee tinha reconfigurado o que significava tocar bateria: peso com groove, espaço entre as notas, mãos pesadas e pulso elástico.
No fim, a equação não mudou: a passagem de Bonham encerrou o Zeppelin, e a tentativa no Live Aid não reabriu a porta. Para Collins, porém, o lugar de Bonham segue inamovível, no topo do panteão pessoal, onde ficam os nomes que fazem um baterista adolescente sair de um clube certo de que viu algo que não se repete.
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