A banda grunge que para Bruce Dickinson era o "Led Zeppelin dos tempos modernos"
Por Bruce William
Postado em 20 de outubro de 2025
O tal do "som de Seattle" pode ter chegado como novidade barulhenta no fim dos anos 80, mas nasceu olhando pelo retrovisor. Grunge era frescor, sim - só que temperado com décadas de hard rock. Nirvana e Mudhoney botaram o rótulo no mapa com crueza e atitude, mas muito do DNA vinha de anos antes.
No caso do Nirvana, dava pra farejar melodias que deviam um bocado aos Beatles, algo que Kurt Cobain nunca escondeu. Ao mesmo tempo, a pancada e a fúria reconquistaram público que andava órfão de peso, enquanto parte do metal dos 80 havia amolecido rumo ao "hair metal" de vitrine, recheado de baladas farofentas.
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Do lado da velha guarda, teve quem torcesse o nariz, assim como teve quem aplaudisse. Bruce Dickinson, do Iron Maiden, foi do segundo time. Em entrevista para a Loudwire (via Far Out), ele lembrou como acompanhou a cena de Seattle de perto e encontrou ali muita música grande de verdade.
"Eu era superfã do Chris Cornell e do Soundgarden - de carteirinha", disse, emendando elogios ao Alice in Chains: "canções simplesmente ótimas". E então cravou a comparação que faz todo sentido para quem ouve com atenção: "O Soundgarden, pra mim, era um Led Zeppelin dos tempos modernos - atualizado - e a voz dele era a mais poderosa da sua geração."
A analogia não é mero afeto de fã. Como o Zeppelin, o Soundgarden equilibrava riffs colossais, afinações esquisitas, grooves de quebrar pescoço e um vocalista raro. Cornell tinha alcance, textura e presença que só encontram paralelo direto em Robert Plant - não pela imitação, mas pelo calibre.
Também há a questão da complexidade musical. Em meio ao grunge, o Soundgarden escrevia com amarração rítmica e harmônica acima da média: tempos compostos, camadas de guitarra, dinâmicas que respiravam. É o mesmo tipo de refinamento que colocou o Zeppelin num patamar à parte nos anos 70.
Claro, não era reencarnação. O quarteto de Seattle soava moderno, com sujeira e densidade da era pós-punk/metal alternativo, enquanto o Zeppelin veio do blues elétrico e da psicodelia. Mas a linhagem é clara: ambição de banda grande, canções que sobrevivem ao modismo, um vocal que vira farol.
A conclusão é que Bruce não só prestou homenagem: ele apontou o fio de continuidade que liga gerações. O grunge pode ter varrido a maquiagem do hard rock, mas, no caso do Soundgarden, deixou de pé aquilo que sempre contou: músculo, imaginação e um cantor capaz de incendiar o ar. É por isso que, quando alguém pergunta "quem foi o Zeppelin dos anos 90?", a resposta de Dickinson cai feito luva.
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