A maior cantora de todos os tempos, segundo Keith Richards; "não tem só a ver com cantar"
Por Bruce William
Postado em 19 de outubro de 2025
Quando Keith Richards fala de canto, os parâmetros não são só alcance ou volume. Ele põe na frente história, alma e aquela sensação de que a voz puxa tudo ao redor. Por isso, ao eleger "a maior de todos os tempos", ele aponta para quem transforma música em presença.
A relação de Keith com vozes vem de casa, lá da infância com o rádio ligado. Mais tarde, isso virou obsessão por rhythm & blues - trilha que guiou seus ouvidos e seu jeito de tocar. Daí a lista que ele enviou à Rolling Stone em 2008, ressuscitada pela Far Out, não surpreender tanto: o topo ficou com a "Lady Soul".
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Para Richards, Aretha Franklin é a maior cantora de todos os tempos. O respeito cresceu de longe e virou proximidade em 1986, quando ela gravou "Jumpin' Jack Flash" com participação dele e de Ronnie Wood. Ver de perto o que já admirava de longe só consolidou a impressão: em estúdio ou ao vivo, Aretha entregava tudo sem usar nenhum tipo de muleta tecnológica.
A própria Aretha costumava ampliar o significado de "voz" para além da técnica: "Ser rainha não tem só a ver com cantar. Tem muito a ver com o seu serviço às pessoas... suas contribuições sociais para a sua comunidade e suas contribuições cívicas também. A música faz muitas coisas por muitas pessoas. Ela pode te levar de volta, erguer, encorajar, fortalecer."

Em 1987, ela se tornou a primeira mulher no Rock and Roll Hall of Fame. E quem apresentou? O fã ilustre. No microfone, Keith arrancou risos e resumiu do jeito dele: "O dicionário já foi usado, não sobrou nenhum superlativo e não há nada para ler mesmo." Em seguida: "O que posso dizer sobre Aretha? Você está dentro, baby. A minha vez, talvez?"
Quando Aretha morreu em 2018, Keith voltou ao tema com uma frase curta e afetuosa: "A voz mais consistente da música por 60 anos foi a de Aretha Franklin... O mundo da música perdeu um pouco da sua alma."
A escolha de Richards é simples de entender. Ele passou a vida ao lado de um frontman que foi decisivo no rock, mas o seu "número 1" é quem transformou canto em serviço, memória e presença - uma voz que, para ele, não só sustenta a música como também dá sentido a ela.

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