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Gene Simmons: Os seus 13 álbuns favoritos de todos os tempos

Por Pedro Dias
Postado em 23 de dezembro de 2020

Recentemente traduzi a lista feita pelo Marty Friedman dos 26 álbuns do Kiss, ranqueados do pior para o melhor. Foi minha primeira experiência como colaborador do Whiplash.Net e como tradutor em sites de grande porte.

Coincidentemente, essa semana o site Rock and Roll Garage repostou uma entrevista que Gene Simmons concedeu no (longínquo) ano de 2015 ao The Quietus, na qual ele elencou os seus 13 álbuns favoritos de todos os tempos. Então, mais uma vez, resolvi traduzi-la e trazer para os amigos do Whiplash.

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Ao longo do texto, vocês vão ver que Gene usa muito a palavra "interessante". Aparentemente, ele fica intrigado por qualquer coisa. Mas uma coisa é inegável: Gene pode ser um músico que não agrade a todos, mas nessa lista, ele demonstra que tem um conhecimento musical extenso e invejável, trazendo várias curiosidades e histórias por trás de cada álbum.

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A lista não segue ordem de melhor para pior ou vice-versa, então não surtem. Surpreendentemente, ele não colocou qualquer álbum do Kiss.

1. JIMMI HENDRIX - ELECTRIC LADYLAND

"Hoje em dia, se fosse de uma banda nova, ‘Electric Ladyland’ seria um álbum de boas-vindas. Ele ainda manda bem. Na verdade, foi um álbum fundamental, porque você tinha um guitarrista, talvez o mais relevante de todos eles, que realmente se arriscou em termos de composição.

Ele também fez experimentos com eletrônicos, backing tapes (fitas de apoio) e todas essas coisas. A razão de eu saber tudo isso é porque o engenheiro de áudio e produtor desse álbum foi um cara chamado Eddie Kramer, que foi o engenheiro dos primeiros álbuns do Kiss, e ele costumava contar histórias e tal. Foi um álbum duplo que teve vários convidados, tipo o Dave Mason, do Traffic, e tantos outros.

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‘Crosstown Traffic’ é ótima, muito diferente do estilo do Jimi Hendrix. Noel Redding, o baixista, na realidade fez audição para ser guitarrista, e Hendrix disse a ele ‘na verdade, estou procurando por um baixista’, então ele teve que trocar para o baixo. E é por isso que seu jeito de tocar baixo, com uma palheta, não é o jeito que muitos baixistas tocam.

Eu ainda estava na escola quando escutei, acho que tinha uns 17 anos, porque me lembro de desenhar na capa do meu caderno a logo e todas essas coisas da Jimi Hendrix Experience. Naquela época, algumas vezes costumávamos comprar álbuns só por causa da capa. Era arte fazer aquelas capas. Tinham grandes livros de capa dura sobre a arte, o design da capa de um álbum. Tinham artistas, companhias, tipo a Hipgnosis, e lugares que eram especializados em criar capas de álbuns.

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Por exemplo, em ‘Love Gun’ nós tínhamos um artista chamado Ken Kelly, que pintou a capa com muito tempo e esforço. Aquilo era arte e, infelizmente, se foi. Agora as capas são pequenas, do tamanho de um selo, você não vê quase nada. Eu não comprei esse álbum [‘Electric Ladyland’] por causa da capa. Eu compraria o ‘Axis: Bold As Love’ por causa da capa."

2. GUNS N’ ROSES – APPETITE FOR DESTRUCTION

"A grande coisa sobre esse álbum é que tem a honestidade que o rock and roll estava precisando. Os anos 80 foram terríveis, onde guitarras não soavam como guitarras e haviam máquinas no lugar de baterias, e de repente aparece o Gun N’ Roses, só ligando suas guitarras e não mexendo com qualquer daquelas coisas chiques. E as músicas eram incríveis! ‘Welcome To The Jungle’ é uma música fantástica da mesma forma que ‘Satisfaction’ tem um ótimo riff e letra.

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Ótimas letras, boa imagem e assim que você ouvisse aquela voz aguda, era remetido ao estilo do Robert Plant, que não ouvíamos há um bom tempo... Bom, ainda funciona. [A música] deve estar com uns 30 anos, mas você escuta hoje como se fosse de uma nova banda. Eu diria ‘quem são eles?’. A introdução é quase simbólica e define a banda. Você escuta a música e o resto do álbum segue a mesma pegada.

‘Welcome To The Jungle’ é cabeça, mãos e pés acima dos outros álbuns. Bandas tem apenas algumas músicas que as representam, sabe? Você pensa no Thin Lizzy, vem ‘The Boys Are Back In Town’, nos Stones, vem ‘Satisfaction’. Você pensa no Led Zeppelin, vem ‘Stairway To Heaven’. Há certas músicas que, seja por causa da melodia, da letra ou de como ela soa, intrinsecamente diz ‘é o que é’. A única banda que não tem isso, porque tem muitas músicas boas pra caramba, são os Beatles.

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No caso, não sei se os influenciamos. Nós nunca prestamos atenção em nada. Podem haver momentos em que as pessoas possam ser influenciadas ou não, mas, no final, você tem que seguir o seu próprio caminho. Se você parar para pensar, os Beatles foram influenciados pelo Motown, The Everly Brothers, Chuck Berry, etc. Mas quando você escuta os Beatles, eles têm um som próprio. É como cozinhar. Todo mundo usa sal, vegetais, não tem nada único, mas é como você mistura esses elementos que vai dizer se aquilo é seu ou não. Se você se prender a um estilo, aí acho que tem a ver com talento. Todo mundo cozinha, mas poucos são cozinheiros."

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3. FOO FIGHTERS – THE COLOUR AND THE SHAPE

"A banda saiu de um backgroud grunge, obviamente Dave [Grohl] veio do Nirvana. Mas ele toca guitarra e canta tão bem quanto o Kurt. O que eu acho mais interessante do Foo Fighters, e de músicas como ‘My Hero’, é que eles se baseiam em melodias do pop. Não é baseado no blues. É muito interessante ter esse sonzão de guitarra com melodias do pop e letras interessantes. É uma banda bem interessante.

Esse álbum tem as músicas e a atitude. Você pode ter boas músicas num álbum... Olha, eu me lembro de comprar o álbum Blur [da banda de mesmo nome] depois de ouvir ‘Song 2’ e eu fiquei chocado de descobrir que o resto do álbum era apenas sintetizadores e essas coisas. Que porra é essa? Você escuta ‘Song 2’ e pensa ‘uau, isso é ótimo’, e aí você escuta o resto do álbum e é tipo ‘REEEEOOW REEEOW’. É tipo The Communards ou algo assim.

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É quase um disco de eletrônica ou algo assim. Sabe, consistência não é só uma palavra grande, tipo ‘gymnasium’, você quer um álbum para fazer uma declaração música após música. Talvez a banda mais consistente seja o AC/DC. Música após música, todas poderiam ser uma única música. Tem uma entrevista ótima do Angus na qual um crítico diz ‘eu não quero insultar você, mas eu acho que seu novo álbum soa igual ao último’, e Angus responde ‘não concordo, acho que nosso novo disco soa como todos os outros que já fizemos’.

Algumas vezes a maior crítica pode ser o maior elogio que você pode dar. ‘Colour’ é um álbum consistente. Faz uma única declaração. Então, isso significa que eles podem pegar essa música e tocar ao vivo, que ela vai soar igual ao disco, consistente. Eu incluiria mais álbuns, se pudesse, mas quando você escolhe um álbum, não é apenas uma escolha por si só. É sobre o que acontece na sua vida, onde você está e por aí vai".

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4. BECK – MELLOW GOLD

"Ele começou como um cara do indie. ‘Loser’ foi uma música que ele lançou com uma marca indie, mas ela fez sucesso. A MTV a escolheu e ‘bla, bla, bla’. Mais tarde ela foi colocada num álbum mais apropriado, pela Geffen (gravadora americana). Ele é um artista eclético e um cientologista. A ironia é que o pai dele [David Campbell], regeu a orquestra sinfônica que nos auxiliou no estádio de Melbourne, quando tocamos lá. ‘Mellow Gold’ pegou o jeito eclético dele em termos de gosto e colocou drum loops, que eu odeio, mas para mim ficou legal.

Ele usa diferentes tipos de instrumentos, me parece que toca todos, e as composições estão por todos os lugares. Mas, no fundo, o que ele não faz e que os outros cantores fazem, é se exibir. Ele só deixa fluir sua personalidade e canta. Quando você pensa no Brian Johnson, Robert Plant e no Paul Rodgers, eles estão só se exibindo com seus vocais, cantando bem acima do seu alcance.

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Eu não ligo se é o Steven Tyler ou qualquer outro, você se mostra! Beck não se mostrava. Ele tinha apenas um alcance baixo ou médio. A atitude dele não vem do que ele faz vocalmente, mas da descontração, quase banal, como se estivesse apenas pensando consigo mesmo. É único. Mesmo que [o álbum] não tenha um sonzão de guitarra ou qualquer coisa do tipo, é bem rock. Essa sensibilidade que ele tem, muito embora tenha certeza que ele se considera um artista indie, é bem rock".

5. THE BEATLES – THE BEATLES

"Acho um álbum esquisito. Eles estavam quase se separando. Estavam compondo separadamente, você pode notar a diferença entre as músicas Lennon-McCartney e das do George Harrison. O que eu acho bem interessante nesse álbum é como ele não é bem polido. ‘Glass Onion’ é a música mais única que já ouvi e que tem auto-referência: ‘I told you about Strawberry Fields’, ‘the walrus was Paul’, todas essas coisas! Elas fazem referência às coisas que os fãs estavam falando.

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É um álbum espetacular. Ele não se conecta de forma alguma, como o ‘Abbey Road’ ou o ‘Let It Be’, porque as músicas estão por todos os lugares. Naqueles tempos em que as capas dos álbuns e as embalagens tinham bastante importância, foi bem corajoso afirmar que o álbum não tinha um título e deixar em branco. Não tem título em nenhum lugar do disco e isso é fantástico! Só as fotos de cada membro da banda dentro. É um álbum estranho."

6. THE ROLLING STONES - THEIR SATANIC MAJESTIES REQUEST

"É um disco subestimado dos Stones. Você sabe, eles tinham um ‘som’ específico. Eles começaram fazendo cover dos Beatles e de outras bandas, porque eles não sabiam escrever músicas. Todos iam aos mesmos clubes naquela época, então eles [Stones e os Beatles] acabavam se vendo socialmente. No início, os Beatles deram a eles ‘I Wanna Be Your Man’, que haviam gravado, mas que os Stones fizeram como um single. O gerente deles, Andrew Loog Oldham, lhes disse que tinham que escrever suas próprias músicas para que pudessem desenvolver o som deles.

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Eventualmente, eles viram os Beatles fazendo o ‘Sgt. Pepper's’ e todas essas coisas experimentais, então os Stones decidiram sair de sua zona de conforto. É isso que eu acho interessante: seja o ‘Satanic Majesties’ a tentativa dos Stones de fazer o ‘Sgt. Pepper’s’ e ultrapassar os Beatles, ou não, ele tem um valor de produção e composição que não é encontrado em nenhum outro álbum dos Stones. ‘2000 Light Years From Home’, ‘2000 Man’... Digo, nós fizemos um cover de ‘2000 Man’.

Ele [o álbum] fala sobre computadores, os anos 2000 e é tão interessante. Eu me lembro de estar na escola nos anos 60 e ler ‘1984’, do George Orwell, que é sobre como, no futuro, o governo estaria nos espionando. Claro que isso foi escrito bem antes de 1984, que hoje em dia parece que foi há muito tempo atrás, então é tudo muito relativo. Com a música dos Stones, as cordas e aquelas coisas ao contrário, tem muita, muita coisa boa nesse álbum.

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Acontece que eles não gostaram do álbum. Eu acho é um álbum único que mostra que os Stones têm certa profundidade. Tem uns back vocals ruins, desafinados, porque eles nunca foram os melhores cantores, eles não tinham harmonia como os Beatles. A questão é que eles tinham uma base de blues e eles foram bem longe disso nesse álbum, quase chegando em um celta ou um clássico. Era um pastiche, uma colcha multicolorida! Você pode olhar para uma banda como uma moeda e dizer ‘estou vendo tudo, não preciso ver mais nada’, mas existe aquele outro lado. Esse outro lado é o que eu acho mais interessante. A profundidade."

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7. LESLIE WEST – MOUNTAIN

"Leslie West – antes conhecido como Leslie Weinstein – foi um guitarrista de New York que tocou com o The Vagrants e outras bandas locais que estavam surgindo na cena nova-iorquina. A grande coisa sobre esse álbum é que seu produtor foi Felix Pappalardi, que também produziu o Cream e o The Youngbloods, e que era um baixista talentoso. No começo ia ser apenas um álbum solo do Leslie West, não tinha o Mountain, o nome do álbum era Mountain, mas era só o Leslie West.

Mas ele não tinha um baixista. Então, Felix Pappalardi tocou o baixo, mas o conteúdo começou a vir muito rápido. Digo, músicas como ‘Long Red’ eu escutei quando estava crescendo e, de fato, algumas das minhas músicas foram influenciadas pelas do Mountain.’Bow buh duh doo dah duuh dow’ [cantarola o riff inicial de ‘Watchin’ You’], começou uma música que eu escrevi chamada ‘Watchin’ You’ e você pode ouvir onde elas se cruzam, porque ela veio de ‘Never In My Life’, uma música do Mountain.

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O jeito dele tocar guitarra é fácil de reconhecer. E, claro, ‘Mississippi Queen’ é ótima. Apenas três acordes! Quando eu peguei uma guitarra e comecei a tocar licks e essas coisas, eu soava como o Leslie West, porque, intrinsecamente, ele não liga para velocidade, mas para a melodia. Melodias baseadas no blues. Estou te dizendo, esse álbum ainda mexe comigo. Eu ainda toco essas coisas."

8. MONTROSE – MONTROSE

"O Montrose foi uma das mais importantes declarações americanas feitas na época em que o rock inglês era o único ao qual davam credibilidade. Eles tinham o Led Zeppelin, o Humble Pie e qualquer coisa que a qual davam credibilidade, era inglês, então, do nada, veio o álbum do Montrose e ele era matador! As bandas americanas eram desleixadas, os membros eram gordos e pareciam o Grateful Dead. Era patético. Mas o Montrose veio da mesma área, da baía de San Francisco, e foi como um respiro de ar fresco.

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Até o próprio Montrose não conseguiu fazer igual ao primeiro álbum, que era simplesmente melhor que os das outras bandas americanas na época. Se você escutar ‘Kickstart My Heart’, do Mötley Crüe, cada nota da introdução foi tirada de ‘Bad Motor Scooter’, que parecia uma motocicleta passando. Claramente, o Montrose queria fazer tipo um Led Zeppelin americano com o Sammy Hagar nos vocais.

Mas as músicas eram ótimas! Música por música, mais uma vez, consistentes. Infelizmente, depois que o Sammy Hagar saiu, tudo mudou. Ronnie Montrose nunca mais voltou, nem achou o charme que tinha. Eventualmente, ele cometeu suicídio. Mas quando estamos nos maquiando e nos preparando no meio da turnê, ele nunca falha. Sempre colocamos esse álbum do Montrose."

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9. JEFF BECK – TRUTH

"A lenda é que Jimmy Page tocou nele, mas é claramente o Jeff Beck – sua personalidade. O mais interessante é que eles gravaram as músicas com a banda inteira no estúdio ao mesmo tempo. Ronnie Wood tocou o baixo. Eu acho que o Ronnie Wood é melhor baixista do que guitarrista. A linha de baixo desse disco é ótima!

Você percebe alguns erros, mas escute o baixo de ‘Rock My Plimsoul’, ele vai totalmente na contramão da bateria, parece uma cobra se arrastando. Do início ao fim você consegue sentir essa pegada, um estilo de ‘tecladista bêbado em um puteiro de New Orleans’. É o melhor vocal que o Rod Stewart fez naquele álbum, acho que ele nunca fez nada igual. Ele ficou sem músicas para gravar, então eles fizeram um cover instrumental de ‘Greensleeves’. Ele não tinha qualquer outra música! ‘Shapes Of Things’ foi um cover que ele já tinha feito com o The Yardbirds e aí fez nesse álbum, o que deu muito certo. É uma banda muito, muito pesada.

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Eu me lembro de vê-los ao vivo em New York. As outras crianças não entenderam, mas eu estava maravilhado. Eu me lembro bem, a banda de abertura foi a Crazy World of Arthur Brown. Ele [Arthur Brown] apareceu com uma máscara em que sua cabeça pegava fogo. Isso estava conectado com o cospe-fogo que faziam. Eu pensei, ‘bom, isso é uma boa ideia’. Você percebia que todos estavam bebendo, flertando, conversando sobre qualquer coisa, mas quando o Arthur Brown entrava no palco com sua cabeça pegando fogo, todo mundo parou!".

10. DEF LEPPARD – HYSTERIA

"Fale o que quiser, ninguém está querendo se aparecer aqui, são só composições sólidas. O que é ótimo desse álbum é que você pode pegar um violão e tocar e cantar quase todas as músicas dele. Joe [Elliott] canta a melodia, ele não canta no talo, nem canta rasgado demais, a voz dele simplesmente acompanha a melodia. É só sensibilidade. As melodias não são tão blues, é apenas um álbum de rock bem sólido e dez milhões de pessoas pensaram a mesma coisa, porque eles compraram o álbum.

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Mas o que é interessante para mim é o quão honesto ele soa e, ainda assim, como ele foi gravado de forma incomum para as bandas de rock. Nós levamos o Def Leppard para excursionar e eles nos contaram como o produtor deles, Mutt Lange, os levaram para o estúdio e fabricou todo o álbum. E quando eu digo isso, quero dizer que eles gravaram a bateria e então os computadores ajustavam as gravações da bateria no tempo da música.

Então, ele [Mutt Lange] pedia para Phil ou qualquer outro tocar uma nota – ao invés de acordes, eles faziam uma nota de cada vez. Os acordes vieram de gravações diferentes para que você pudesse controlá-los. Eles demoraram dois anos para gravar o álbum. Eu nunca soube de ninguém ter feito isso naquela época, nem até agora. Você pode dizer que isso faz o som parecer diferente ou melhor, mas tinham ótimas bandas de punk que vão e fazem tudo em um dia. Não há regras! ‘Led Zeppelin I’ foi gravado em 18 horas. Os dois primeiros álbuns dos Beatles foram feitos em 24 horas. Mas você não pode negar o sucesso do Mutt Lange."

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11. AC/DC – FOR THOSE ABOUT TO ROCK (WE SALUTE YOU)

"Você sabe, as bandas têm seus hinos, ‘You Shook Me All Night Long’... Todos do AC/DC. ‘For Those About To Rock’ é o chamado para a guerra, é o álbum definitivo dos hinos. Provavelmente o ‘Back In Black’ tem músicas melhores, mas a banda passa a ter uma identidade porque passa a representar algo. Tipo, quando você tem um país, ele tem uma bandeira. Mas quando a bandeira representa algo, ela tem sua própria identidade e aí as pessoas percebem que a bandeira representa não só o país, mas o que o país acredita, a plataforma – no nosso caso, botas com salto plataforma.

‘For Those About To Rock (We Salute You)’ é sobre tudo o que AC/DC representa. Os desenhos e o canhão no título – e é por isso que eles sempre terminam o show com ele – são um hino. Acredito que ‘You Shook Me All Night Long’ é provavelmente a melhor música que eles já escreveram, mas não é um hino porque a letra não está no mesmo nível, ela não é grande e imponente. ‘For Those About To Rock (We Salute You)’ significa algo, é uma conexão. É uma nação. Erga os pulsos e diga ‘YEAH! É nisso que eu acredito!’. ‘You Shook Me’ não tem isso, é só uma ótima música de rock.

Quando a banda percebe seu significado, quando ela consegue se enxergar claramente, é quando tudo se conecta. Aconteceu com a gente no ‘Destroyer’. A capa desse álbum não tinha guitarra, bateria, palco, nada. Foi quando entendemos que éramos maiores que as músicas que tocamos. Mas você não vê isso até que alguém lhe diga, até que você veja seu rosto nas revistas, paredes, em tatuagens e essas coisas.

E quando você vê isso, não tem guitarras, nem baterias. As pessoas são atraídas pelos personagens. Os personagens são maiores que as guitarras. Todavia, é difícil enxergar o AC/DC sem uma guitarra. Sem a guitarra, você diria ‘quem são eles?’. O mesmo acontece com o Metallica ou qualquer outro. Eles são músicos. Nós somos imagens icônicas. Tudo bem para mim, isso tudo é maior, é parte da cultura pop."

12. CHUBBY CHECKER – CHUBBY CHEKER’S GREATEST HITS

"Um dos primeiros álbuns que eu comprei foi ‘Chubby Checker’s ‘Twistin Round The World’. Ele era um fenômeno cultural porque o ‘twist’ naquela época era um estilo bem conhecido. Ele tinha um programa diário na TV, onde ele mostrava às pessoas como dançar o ‘twist’. Todo o programa era feito em um fundo verde com ele fazendo todas aquelas coisas. Eu o estudei como nunca fiz antes. Seu nome verdadeiro era Ernest Evans e Kal Mann escreveu todos os álbuns, mas a ironia é que ‘The Twist’ não foi originalmente gravado pelo Chubby Checker.

Ela foi gravada pelo Hank Ballard And The Midnighters, que eram os originais e soavam exatamente como o Chubby. Chubby mudou seu nome de Ernest Evans para Chubby Checker depois que a esposa do Dick Clark disse ‘ele me lembra um Fats Domino jovem’. Fats, Chubby. Checker, Domino.

De novo, ‘Twistin Round The World’, com o globo atrás e tudo mais, me mostrou o que era um fenômeno global. Me mostrou alguma coisa. Foi quando eu comecei a entender que existem músicas, existem artistas e existe essa chuva de informações que diz às pessoas o quão grande você é, o quão famoso você é.

Eu me lembro que mais tarde vi um anúncio do Sabbath na Rolling Stone, que dizia: ‘Black Sabbath: Mais Alto que o Led Zeppelin’, e achei genial. Não dizia que era melhor, dizia que tocavam mais alto. Chubby Checker tinha tantos sucessos. Obviamente ‘The Twist’, ‘Let’s Twist Again’, ‘Pony Time’, ‘The Fly’, ‘Limbo Rock’, muita coisa! Ele deve ter uns 20 sucessos. Música boa não é só canções, é uma ferramenta social também, tipo sua música favorita que as pessoas usam para se casar e essas coisas.

13. PAUL MCCARTNEY - MCCARTNEY

"O primeiro álbum solo do McCartney abriu meus olhos. Eu sabia que os Beatles estavam se separando, que McCartney estava preparando um álbum solo e que esse álbum, música por música, era decente! A produção não era a mesma dos Beatles, mas era decente o suficiente. O jeito de tocar não era tão bom quanto o dos Beatles, mas era bom o suficiente.

Então eu descobri que ele [McCartney] escreveu, foi engenheiro de som, produziu e tocou a base – Linda aparecia aqui e ali. Era uma banda de um homem só, ele fez tudo! Bateria, teclados, tudo, então produziu tudo, fez tudo. Inacreditável! Ele só tinha umas quatro máquinas com esses botões RCA, um equipamento bem primitivo. Foi uma verdadeira demonstração de força. Ele não é um guitarrista ótimo e nem ruim, mas toca o suficiente para poder juntar tudo.

Tudo se resume a compor músicas. Você tem ‘Junk’ ou ‘Maybe I’m Amazed By The Way You Love Me All The Time’, que poderiam ser músicas dos Beatles! Tem uma história muito boa de como ele e Lennon trabalhavam juntos: McCartney trazia as músicas para Lennon que então só ‘pooh-pooh’ [gesto de organizar e colocar as músicas no lugar], sendo que uma dessas músicas foi ‘Woman’. Ele a trouxe, então Lennon disse ‘não é boa’. McCartney respondeu ‘olha, vou te provar que ela é boa. Vou dá-la à Peter e Gordon e eles terão uma música no 1º lugar’. Lennon supostamente disse ‘é, mas é porque seu nome é Paul McCartney.’ Então, ele respondeu ‘okay, vou mudar o nome para Bernard Webb’. Claramente ele deu a música para Peter e Gordon, e aí... Primeiro lugar. Ele [Paul] fez a mesma coisa com o Badfinger: ele trouxe outra música que Lennon não achou boa o suficiente, chamada ‘Come And Get It’ [sucesso da banda Badfinger]. Digo, que porra é essa? Enfim, outra música no 1º lugar".

E vocês? Concordam com a lista? Lembrando que ela não segue uma ordem de melhor para pior ou vice-versa, mas concordam com os argumentos e os comentários? Deixem nos comentários! Eu, particularmente, concordo com uma penca e achei bem interessante as curiosidades que ele trouxe.

FONTE: The Quietus
https://thequietus.com/articles/17362-gene-simmons-kiss-favourite-albums-interview

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