30 músicas que definiram o rock/metal dos 1980s segundo Classic Rock e Metal Hammer
Por João Renato Alves
Postado em 11 de julho de 2025
Pertencentes à mesma editora atualmente, as revistas britânicas Classic Rock e Metal Hammer são as principais publicações especializadas nos estilos que carregam em seus nomes. Em um mercado impresso combalido, as duas resistem e ditam os caminhos para os que seguem se rebelando contra os formatos mais modernos.
As duas juntaram forças para eleger as 30 músicas que melhor representam o rock/metal dos anos 1980. Apenas uma regra foi estabelecida: uma música por banda ou artista. O resultado, em ordem cronológica, pode ser conferido abaixo – com os comentários das redações devidamente traduzidos e adaptados.
Melhores e Maiores - Mais Listas


Saxon – Wheels Of Steel (1980): O Saxon sacudiu a NWOBHM com esta música estridente, que remetia à era de ouro do Motörhead e do AC/DC. Ela também tinha um som contemporâneo, graças em parte a uma produção impactante que realçou sua potência.
AC/DC – Back In Black (1980): A música que lançou mil riffs, a faixa-título do primeiro disco do AC/DC com Brian Johnson no comando foi uma declaração de intenções aterradora. Os acordes marcantes são incontestáveis, enquanto Angus nos impressiona com dois solos. Como hino do metal, é frequentemente copiado, nunca superado.
Ozzy Osbourne – Crazy Train (1980): Após ser expulso do Black Sabbath, o primeiro single solo de Ozzy Osbourne provou que ele ainda era digno do título de Príncipe das Trevas. Em parceria com o guitarrista Randy Rhoads, "Crazy Train" fundiu uma linha de baixo que lembrava "Papa Was A Rolling Stone" com um dos maiores solos de guitarra do metal.
Diamond Head – Am I Evil? (1980): Tornado internacionalmente popular pelo Metallica, este é, curiosamente, um dos alicerces sobre os quais o gênero thrash foi construído. Estranhamente? Sim, porque o Diamond Head devia mais ao Led Zeppelin do que ao Motörhead. No entanto, "Am I Evil?" – com seu ritmo, potência e intenções sombrias – seria o modelo para muito do que viria a acontecer nos anos 80.
Motörhead – Ace Of Spades (1980): O Steppenwolf pode ter cantado sobre o "trovão de heavy metal" primeiro, mas a música que melhor ilustra isso é, sem dúvida, a ode implacável do Motörhead às cartas, aos dados e à dança com o Diabo. Apostar pode ser para tolos, mas com uma trilha sonora como essa, é do jeito que a gente gosta, baby...
Black Flag – Rise Above (1981): O hardcore era o primo mais jovem, mais barulhento e raivoso do punk – e poucas bandas eram tão barulhentas ou raivosas quanto o Black Flag. Com Henry Rollins dando o máximo de agressividade nos vocais e músculos, "Rise Above" detonou sua carga de fúria sem se importar com quem seria atingido pelo raio de explosão. Muitas vezes imitado, nunca igualado.
Iron Maiden – The Number Of The Beast (1982): A faixa-título do primeiro álbum do Iron Maiden com Bruce Dickinson nos vocais estabeleceu o padrão do metal que seria levado a níveis recordes nas décadas seguintes. As seis cordas entrelaçadas de Adrian Smith e Dave Murray mostraram ao mundo que bandas com duas guitarras não precisavam soar como o Thin Lizzy, enquanto o uivo da sirene de ataque aéreo de Dickinson e o baixo estrondoso de 'Arry selaram o acordo.
Kiss – Creatures Of The Night (1982): Se o Kiss havia se desviado um pouco do caminho nos últimos anos, esta música os colocou de volta no trajeto certo como uma das maiores bandas de todos os tempos. Eis uma música com um riff poderoso e um refrão imponente, revigorando seu apelo junto ao público do metal – tanto o novo quanto o antigo.
Venom – Black Metal (1982): O Venom, de alguma forma, conseguiu inventar não um, mas dois gêneros musicais totalmente novos: death metal e (como se ouve nesta faixa de dar água na boca) black metal. Ninguém jamais ouvira música assim antes. Ninguém jamais quis ouvir de novo. Mas, inspirados pelas travessuras de Cronos e seus comparsas, centenas de bandas com ideias semelhantes logo surgiriam.
Def Leppard – Photograph (1983): O primeiro sucesso do Def Leppard nos Estados Unidos – muito antes de alcançarem um sucesso significativo em casa – fez a banda transcender suas origens na NWOBHM e se transformar em um grupo que lotava estádios. O refrão épico e o brilho metálico da guitarra (cortesia do produtor de "Back In Black", Mutt Lange) provariam ser o modelo para a explosão do pop metal de meados dos anos 80.
Dio – Holy Diver (1983): Após períodos de sucesso com Rainbow e Black Sabbath, Ronnie James Dio seguiu carreira solo, marcando uma posição formidável com a faixa-título do primeiro álbum do Dio. Ela encapsulava tudo o que o tornara famoso: letras articuladas, uma melodia de inspiração mítica, um vocal arrebatador e uma guitarra comovente.

Mötley Crüe – Shout At The Devil (1983): Embora o Mötley Crüe tenha causado impacto com seus lançamentos posteriores, mais pop, foi a faixa-título do segundo álbum que consolidou seu status como uma das bandas com sonoridade mais metálica da Sunset Strip. "Shout At The Devil" combinava um refrão que acompanhava a música e uma letra satânica e ameaçadora (mal interpretada pela grande mídia, é claro).
Scorpions – Rock You Like A Hurricane (1984): Esta é a música que define a longa história da grande banda alemã. É uma marcha ousada e poderosa, que mistura uma melodia potente com uma musicalidade intensa. É uma daquelas que ajudaram a dar à música de cabeludos um impulso tão grande que a levou às paradas.
Ratt – Round And Round (1984): Um dos pilares dos primeiros dias da MTV, "Round And Round" não é apenas a faixa mais famosa da carreira de Ratt, mas também ajudou a tornar Los Angeles a capital comercial do mundo do hard rock em meados dos anos 1980. Enganosamente simples, uma das razões para sua estatura é o som de guitarra brilhante de Warren De Martini — o homem que deu ao hair metal seus riffs mais vanguardistas.
Killing Joke – Eighties (1984): O Killing Joke colocou o poder titânico do Led Zeppelin e o doom metal impulsionado por riffs do Sabbath sob um filtro punk'n'funk hiperexcitado para criar um holocausto apocalíptico estrondoso. Mais tarde, Kurt Cobain traduziu seu riff característico, prenúncio do grunge, para "Come As You Are", do Nirvana.
W.A.S.P. – Animal (Fuck Like A Beast) (1984): Não há nenhum traço de romantismo vago aqui, enquanto o W.A.S.P. transforma o ato de se apaixonar em algo vil e animalesco. "Fuck Like A Beast" testou os limites da decência do metal e os considerou insuficientes. A ironia, no entanto, foi que quando a Kerrang! apresentou Blackie Lawless em sua capa, WH Smith proibiu a edição porque o cantor estava coberto de sangue – não porque estivesse promovendo o uso da palavra com F.
Metallica - Creeping Death (1984): O Metallica deu início ao movimento thrash com seu álbum de estreia de 1983, "Kill 'Em All", mas foi o sucessor, "Ride The Lightning", que se tornou sua primeira obra-prima. Este sucesso bíblico, apocalíptico e estrondoso, marcou o início não apenas para seus colegas thrashers, mas para todo o metal emergente. E ainda é um sucesso nos shows hoje em dia.
Faith No More – We Care A Lot (1985): Quando o então vocalista do Faith No More, Chuck Mosley, fez um pseudo-rap dizendo que sua geração realmente se importava com "desastres, incêndios, inundações e abelhas assassinas" e com a "lançadeira da NASA caindo no mar" sobre o riff de slap-bass mais impactante que já ouvimos — habilmente pontuado pela guitarra afiada de "Big" Jim Martin — foi a primeira indicação de que o funk e o metal poderiam coexistir alegremente.
Run DMC ft Aerosmith – Walk This Way (1986): O Aerosmith liderou a revolução do rap-metal ao se unir ao Run-DMC para reformular a música de 1975. Foi um casamento perfeito, com o refrão estridente de Steven Tyler combinando perfeitamente com os versos de rap, enquanto o riff de guitarra soava tão bom quanto sempre.
Slayer - Angel Of Death (1986): O Slayer assustou o mainstream com "Reign In Blood", e a faixa de abertura do álbum é aterrorizante. Unindo letras controversas (a história do médico nazista Josef Mengele) à trilha sonora mais ensurdecedora, os thrashers de Los Angeles redefiniram o significado de ser uma banda de metal. Era mais rápido, mais cruel e mais brutal do que qualquer outra banda anterior.
Zodiac Mindwarp & The Love Reaction – High Priest Of Love (1986): "Você fala demais, cale a boca/Só dê uma volta atrás do meu zíper..." O EP de estreia do Zodiac Mindwarp leva o gonzo rock a um novo patamar. A super-rockeira música influenciou 90% das bandas apresentadas mensalmente na coluna sobre sleaze do Sleazegrinder (assim como o próprio Sr. S.).
Beastie Boys – (You Gotta) Fight for Your Right (To Party!) (1986): Kerry King, do Slayer, toca guitarra enquanto universitários brancos e mimados gritam sobre seu "direito" de fumar e ler revistas pornográficas. Idealizada como uma paródia dos pirralhos e idiotas, a música se tornou o hino deles e abriu caminho para o nu metal.
The Cult – Love Removal Machine (1987): Certo, então o riff de guitarra é "Start Me Up", dos Rolling Stones, em tudo, menos no nome, mas quem se importa? O primeiro single de "Electric" foi o momento em que o The Cult transcendeu suas humildes origens góticas e se tornou uma banda que incomodava estádios.
Whitesnake – Still Of The Night (1987): Em 1987, David Coverdale havia habilmente transformado os heróis do blues britânico Whitesnake nos queridinhos do hair metal da MTV. Sim, havia baladas, mas não havia como negar que o 'Snake' tinha um coração verdadeiramente metaleiro, e os riffs selvagens de John Sykes em "Still Of The Night", ao estilo do Led Zeppelin, são a prova perfeita.
Anthrax – I Am The Law (1987): O Anthrax não foi a primeira banda de metal a imortalizar um herói de histórias em quadrinhos em suas letras, mas essa homenagem quase funk ao Juiz Dredd foi uma evolução de suas origens thrash.

Death – Baptized In Blood (1987): "A primeira palavra em death metal", dizia o slogan do Death. E era verdade. Baseada na musa febril do falecido Chuck Schuldiner, esta faixa exemplar trouxe uma atmosfera nativa e estupidamente úmida que uniu graves pulsantes à velocidade do thrash, trazendo novos reinos de horror lascivo.
Guns N’ Roses – Welcome To The Jungle (1987): Dando à cena metal de Los Angeles um impulso muito necessário, veio o Guns N' Roses, a autoproclamada "banda mais perigosa do mundo". Com o lamento agudo de Axl e os riffs monstruosos de Slash, "Welcome To The Jungle" virou as rádios de rock de cabeça para baixo. Nossos novos heróis haviam chegado.
Sisters Of Mercy – This Corrosion (1987): Produzido por Jim Steinman com a pompa típica, este era um rock alternativo que não dava a mínima para a credibilidade indie discreta – em vez disso, "This Corrosion" era sobre teatro, espetáculo, couro preto, óculos escuros espelhados e bastante óleo de bebê. Mantém músicos escandinavos trabalhando há duas décadas.
Queensryche – Eyes Of A Stranger (1988): O álbum conceitual do Queensryche, "Operation: Mindcrime", é o disco que tem sido a referência do prog metal desde então. "…Stranger" combinou letras inteligentes e música complexa – incluindo uma brilhante linha de guitarra dupla – e ainda proporcionou a oportunidade para um headbang incrível.
Nine Inch Nails – Head Like A Hole (1989): Do álbum de estreia do Nine Inch Nails, "Pretty Hate Machine", o ritmo imponente, porém agressivo, de "Head Like A Hole" coloca em perspectiva a filosofia de tirar o fôlego de Trent Reznor, combinando sons eletro e industriais em uma música metal impactante. Apresentou a música industrial a um novo público e inspirou nomes como Marilyn Manson.

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