Resenha - Nothin' To Lose - Kiss
Por Eduardo Tavares
Postado em 11 de janeiro de 2014
Durante a década de 70, por diversas vezes escutei que o Kiss era uma "banda de laboratório". Pejorativo ou não, vivendo na pré-adolescência, pouco me importava com o rótulo que os mais velhos davam para a hipnótica banda mascarada de Nova Iorque. Após quatro décadas, depois de ler as 560 páginas de Nothin’ To Lose - A Formação do Kiss - 1972-1975, lançado no Brasil pela Editora Benvirá, qualquer dúvida levantada sobre o processo embrionário da banda se desvanece.
Escrito pelo jornalista Ken Sharp, que já havia elaborado a biografia oficial autorizada Kiss - Behind The Mask, publicada em 2005, Nothin’ To Lose também conta com a colaboração de Gene Simmons e Paul Stanley, membros fundadores do grupo.
Baseado em mais de 200 depoimentos de roadies, produtores, fotógrafos, músicos e repleto de fotos incríveis da fase inicial da banda, o livro vasculha o passado do grupo e pode ser definido como um dossiê obrigatório para a legião de fãs do Kiss.
O cenário não era dos melhores para o Kiss no início dos anos 70. Ao mesmo tempo em que o show caro e altamente elaborado levava a recém-inaugurada gravadora Casablanca Records à beira da falência, também criava dificuldades para que os promotores incluíssem o Kiss como abertura de bandas já consagradas. Na maioria das vezes os nova iorquinos ofuscavam a atração principal, que acabava sendo recepcionada com apatia pela plateia ainda extasiada pelo impacto visual que o Kiss lhe causava. Rivalidades principalmente com o New York Dolls e o Aerosmith, bandas que gozavam de maior popularidade dentro do cenário musical da Costa Leste, também eram parte do jogo naquela época.
Os shows bombásticos gradativamente chamavam mais atenção e atraíam mais público, o que não refletia nas vendas dos primeiros três álbuns de estúdio: Kiss, Hotter Than Hell e Dressed To Kill. Segundo Paul e Gene, culpa da inabilidade dos produtores, que não conseguiam captar a energia do Kiss ao vivo. Nem a estratégia minuciosa desenvolvida para convencer as lojas de discos a exporem o álbum recém-lançado de maneira que tivesse maior destaque visual no interior do estabelecimento salvava.
Mas por trás da banda existiu um processo catalisador fundamental, o esforço conjunto de todo o staff do Kiss.
Roadies e técnicos que muitas vezes trabalhavam sem receber; o empresário Bill Aucoin, com sua visão criativa, bem a frente de seu tempo; o egocentrismo, persistência e a obsessão, por vezes irresponsável, que Neil Bogart (presidente e fundador da Casablanca Records) tinha pelo Kiss, foram fatores determinantes que levaram a banda ao estrelato.
E o momento seminal chegou em 1975 com o lançamento do disco duplo Kiss Alive!, como revelado em depoimentos, a última esperança antes que a gravadora descartasse definitivamente o Kiss do seu negócio. Alive! vendeu mais de 20 milhões de cópias, ganhou dois discos de platina e turbinou a venda dos três álbuns anteriores. Tirou tanto a banda quanto a gravadora do buraco.
A enxurrada de elogios melosos destilados por membros de bandas (Rush, Blue Oyster Cult, Black sheep, entre outras) que abriram para o Kiss, é a gordura que poderia ser removida da obra de Ken Sharp.
Leve a sério ou não, goste ou deteste o Kiss, Nothin’ To Lose comprova o árduo caminho percorrido pela banda para transpor a muralha de preconceitos, tanto da mídia especializada quanto de parte de companheiros de profissão, até se transformar em instituição e conquistar seu lugar de destaque na história do Rock.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Organização confirma data do Monsters of Rock Brasil 2026
Guns N' Roses homenageia seleção brasileira de 1970 em cartaz do show de São Paulo
Helloween retorna ao Brasil em setembro de 2026
Trivium agradece Greyson Nekrutman e anuncia novo baterista
Megadeth tem show confirmado em São Paulo para 2026
"Um cantor muito bom"; o vocalista grunge que James Hetfield queria emular
Bryan Adams retorna ao Brasil em março de 2026
Soulfly divulga vídeo de "No Pain = No Power", faixa de seu novo disco
A banda de rock clássico que mudou a vida de Eddie Vedder de vez; "alma, rebeldia, agressão"
Como Slayer influenciou o nascimento de um grupo histórico do hip-hop
A canção do ZZ Top que, para Mark Knopfler, resume "o que importa" na música
A melhor música de "Let It Be", segundo John Lennon; "ela se sustenta até sem melodia"
Como surgiu o icônico grito que Tom Araya dá em "Angel of Death", do Slayer
A banda grunge que para Bruce Dickinson era o "Led Zeppelin dos tempos modernos"
A banda pioneira do punk que Joey Ramone adorava; "uma das minhas bandas favoritas"
A música nostálgica dos anos 2000 que passou 1 bilhão no Spotify e salvou banda do fracasso
O hit de Cazuza com título que levou mãe a questionar: "Filho, você é infeliz?"
A importante música da Legião Urbana com título que mexeu com os militares e rodou o mundo

Quando Ace Frehley disse ter visto um OVNI pousar no quintal e levado um soco de fantasma
O melhor disco do Kiss, de acordo com a Classic Rock
O guitarrista esquecido por muitos que Ace Frehley disse ser um de seus favoritos
Baterista Mikkey Dee (Scorpions, Motörhead) fará turnê tocando Kiss com orquestra
Ace Frehley ficou assustado ao ver seu rosto no caixão de Vinnie Paul
Bruce Kulick sabia que Ace Frehley provavelmente não resistiria à queda que causou sua morte
A opinião de Regis Tadeu sobre a morte de Ace Frehley, do Kiss
Tom Morello se declara ao Kiss afirma que Ace Frehley foi seu primeiro "guitar hero"
Vinnie Vincent presta homenagem a Ace Frehley em longo texto
Causa da morte de Ace Frehley é oficialmente confirmada
Eu Sou Ozzy - A Autobiografia de Ozzy Osbourne



