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Edu Falaschi: em exclusiva, ele conta tudo sobre "Vera Cruz", seu 1º álbum solo

Por Igor Miranda
Postado em 12 de maio de 2021

Citando um "misto entre ansiedade e satisfação pessoal", Edu Falaschi não esconde sua felicidade com "Vera Cruz". Prestes a lançar seu primeiro álbum de estúdio em carreira solo, celebrando três décadas de carreira na música, o vocalista concedeu ao Whiplash.Net uma entrevista exclusiva de mais de uma hora para falar sobre o novo trabalho.

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O entusiasmo de Edu é natural, já que o caminho percorrido até chegar a "Vera Cruz", com lançamento marcado para o dia 18 de maio, foi extenso. É como cruzar a linha de chegada depois de uma maratona, pois, indiretamente, a trajetória que resultou nesse álbum começou ainda em 2017, quando ele anunciou que voltaria a fazer shows cantando músicas do Angra, banda que integrou de 2000 a 2012.

As apresentações evidenciaram dois pontos importantes. Primeiro: Falaschi havia superado o problema em sua voz que havia causado, em parte, sua saída do Angra. Segundo: ainda havia química com os dois ex-colegas de Angra que se juntaram a ele na empreitada, o baterista Aquiles Priester e o tecladista Fabio Laguna, em formação completa por Roberto Barros e Diogo Mafra (guitarras) e Raphael Dafras (baixo).

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Na visão do vocalista, produzir um álbum com a mesma formação daqueles shows foi "um caminho natural". "Quando me juntei com o Aquiles e o Fabio, o público esperava um álbum novo com a gente, depois de tantos anos. O último disco que gravei com o Aquiles foi o ‘Aurora Consurgens’, de 2006. São 15 anos. Daí, me juntei com o Roberto Barros, que produziu as músicas comigo, e ele me ajudou muito, pois é muito versátil em questão de arranjos, até para outros instrumentos. Tive um time onde tudo se encaixou como uma luva", disse.

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Embora as gravações de "Vera Cruz" tenham começado em novembro de 2020, no estúdio Nas Nuvens, no Rio de Janeiro, a preparação do álbum foi iniciada há 1 ano e meio, de acordo com Edu. O material teve produção do próprio vocalista, junto de Roberto Barros e Thiago Bianchi (Noturnall), além de mixagem e masterização de Dennis Ward, o mesmo que trabalhou nos discos "Rebirth" (2001), "Temple of Shadows" (2004) e "Aurora Consurgens", do Angra.

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Há, ainda, participações especiais de Max Cavalera (ex-Sepultura, Soulfly, etc), na música "Face of the Storm", e de Elba Ramalho, em "Rainha do Luar", e uma série de colaborações. Entre os nomes envolvidos com "Vera Cruz", estão Tito Falaschi (Symbols, irmão de Edu) no solo de guitarra de "Bonfire of the Vanities", Pablo Greg na orquestração, maestro Adriano Machado nos arranjos de cordas, Federico Puppi no violoncelo, Tiago Mineiro no piano e mais. A lista de parceiros é longa e o próprio Edu não a omite nos materiais de divulgação.

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Conceito

Uma das primeiras colaborações propriamente ditas em "Vera Cruz" vem de Fábio Caldeira, vocalista do Maestrick, que desenvolveu o conceito do álbum junto de Edu. A história narrada nas 12 faixas do álbum é ambientada na época das grandes navegações.

Confira um trecho do conceito do álbum, de acordo com o material de divulgação:

"‘Vera Cruz’ tem como ponto de partida a cidade portuguesa de Tomar. Em 1482, uma criança deixada na porta de um convento desperta a curiosidade de todos devido a uma peculiaridade: uma marca de nascença que, séculos antes, foi mencionada em uma misteriosa profecia sobre a extinção da maléfica Ordem da Cruz de Nero.

É a partir dessa característica que a história de ‘Vera Cruz’ se desdobra e apresenta Jorge, o portador da marca, que cresceu sob os cuidados da igreja e cheio de dúvidas: afinal, que mensagens os pesadelos tão presentes em suas noites querem passar? Prestes a desbravar os mares, Jorge se depara com dilemas sobre sua identidade, missão, amor, amizade e intrigas.

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Feita a partir de elementos históricos e de ficção misturados, ‘Vera Cruz’ é, principalmente, uma história sobre maniqueísmo, relações humanas, amor e ódio. Feito a partir de pesquisas na literatura da época para garantir fidelidade à ambientação do romance, ‘Vera Cruz’ tem seu ápice em terras brasileiras, com Jorge adulto e integrante da esquadra do mestre da Ordem de Cristo, Pedro Álvares Cabral."

Edu explicou que buscou fazer "algo especial" para o Brasil, que sempre está em desvantagem quando se fala em lançamentos de álbuns. "Em outros países, os discos eram lançados em digipack, com faixas bônus. Aqui, eram lançamentos inferiores, com CD em acrílico. Só que os fãs que mais me apoiaram são do Brasil. Tenho fãs em vários lugares do mundo, mas me sinto com uma dívida pelo apoio que a galera do Brasil me deu desde o meu problema na voz até a volta", afirmou.

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Dessa forma, não só o conceito de "Vera Cruz", como todo o lançamento em formato físico, feito pela gravadora MS Metal Records, buscou privilegiar o Brasil. Os formatos do trabalho vão desde CD digipack a um box luxuoso, já esgotado na pré-venda, que trouxe um CD em digibook com vários outros itens.

Disposto a homenagear o Brasil em vários sentidos, Falaschi destacou que trabalhou o conceito de modo que pudesse ser amarrado à história do Brasil. "Eu já tinha a ideia inicial, com a história da profecia, do personagem principal que nasce com uma marca no peito. Isso aconteceria na Europa, pelo contexto, já que ele é descendente de uma ordem medieval. Pesquisamos e descobrimos que houve muita presença de templários no Brasil. Há vários monumentos templários aqui. Então, houve a conexão perfeita", declarou.

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Foi aí que entrou a colaboração de Fábio Caldeira no desenvolvimento do conceito. "Ele é genial. O conceito estava mais ou menos montado, mas ele abriu um leque que tornou a história digna de se fazer uma série da Netflix, com vários detalhes e personagens novos, além de amarrar toda a história. Fomos felizes em juntar todos esses elementos", comentou Edu.

Por ser conceitual, inclusive, "Vera Cruz" não terá nenhuma música divulgada como single antes do álbum sair por completo, no próximo dia 18 de maio. "Como é conceitual, quero que ouçam a obra completa, não uma música isolada. Não havia sentido lançar um single. O álbum é tão complexo em termos de arranjos e temática que não faria sentido lançar algo separado. É tudo cronológico, segue uma ordem, as letras se justificam. Está tudo interligado", pontuou o vocalista.

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Comparação com o Angra

Logo que os primeiros detalhes de "Vera Cruz" foram anunciados, parte dos fãs promoveu comparações com trabalhos anteriores do Angra. Ainda antes de ouvir alguma música do disco, internautas nas redes traçaram paralelos entre a obra, especialmente pela capa de Carlos Fides e pelo conceito das letras, e trabalhos da antiga banda de Edu Falaschi, como "Temple of Shadows" e "Holy Land" (1996) – este último, gravado ainda com Andre Matos, seu antecessor nos vocais do grupo.

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Durante a entrevista, Falaschi enxergou as comparações com certa naturalidade, especialmente no campo sonoro – afinal, ele fez parte do Angra por anos, assim como Aquiles Priester e, como membro de apoio de turnês, Fabio Laguna. "O álbum tem esse DNA do que eu compunha com o Angra. É natural, porque é o mesmo compositor. É o cara que compôs ‘Nova Era’, ‘Spread Your Fire’, ‘Angels and Demons’, ‘Heroes of Sand’, ‘Bleeding Heart’, ‘Wishing Well’, ‘The Course of Nature’ e aí vai. É a linguagem de cada um. A bateria do Aquiles fala muito alto, a voz dá a cara de uma música, então é natural", declarou.

Embora o disco ainda não tenha sido lançado, Edu mencionou o vazamento da música "Sea of Uncertainties" após tocar em algumas rádios do Japão e os comentários sobre a faixa. "Quando vazou a ‘Sea of Uncertainties’, alguns comentaram que soava bem Angra. Outros citaram também o Almah. Só que, cara, vai soar como tudo que eu já fiz. É um álbum que celebra meus 30 anos. São 30 anos de composição, de história. Não tem como não soar como o que já fiz, pois meu estilo é esse, sou cantor de power metal", comentou.

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Nesse sentido, o vocalista deixou claro que "Vera Cruz" não copia qualquer trabalho do Angra. "Não é uma cópia. Fiz parte do Angra por 12 anos, é meu DNA. Inclusive, muita gente conheceu o Angra naquela época, comigo, e só depois a história com o Andre Matos. Ouço relatos dessa geração. Quem faz essas comparações, não entende que é natural, que envolve nossa linguagem musical. Além disso, a temática sobre o Brasil na música não foi feita só pelo Angra. Há músicas do Sepultura, Milton Nascimento, Caetano Veloso, entre muitos outros, baseados na cultura brasileira", pontuou.

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A possibilidade de comparações com obras do Angra, inclusive, foi cogitada logo no início do desenvolvimento de "Vera Cruz", de acordo com Falaschi. "Conversamos sobre essa questão ao construir o conceito, sobre o risco da comparação com ‘Holy Land’, mas não dá para ficar preso a uma história da década de 1990, sendo que essa é a mesma história do nosso povo. São mais de 500 anos. Não me preocupo com essas comparações. Estou bem tranquilo e muito orgulhoso do álbum", disse.

Técnicas de voz resgatadas

Como "Vera Cruz" foi criado para celebrar seus 30 anos de carreira, Edu Falaschi quis produzir um material rebuscado, inclusive a partir de sua própria interpretação vocal. Logo nas primeiras músicas do álbum, percebe-se que o cantor se apresenta na mesma linha do que fez em seus trabalhos mais clássicos com o Angra, que vinham sendo tocados em suas turnês de 2017 a 2019.

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"Eu já vinha de uma turnê de 2 anos cantando Angra, o que eu cantava uma década atrás. Fizemos muitos shows, então, eu já estava em forma para gravar o álbum. Além disso, no ‘Vera Cruz’, resgatei algumas técnicas de voz que eu não usava mais no Almah. Além de eu já estar doente naquela época, o estilo da banda não pedia. Como já vinha cantando as músicas do Angra na turnê, quis resgatar o Edu, tecnicamente falando, de 2001. Em anos anteriores, eu não conseguia usar essas técnicas que explorei, então pensei que aquele era o momento de resgatar", explicou Edu.

Em seguida, ele cita: "Alguns exemplos disso são as formas que uso para subir a voz para o agudo, que lembra Symbols em alguns momentos. O refrão da ‘Land Ahoy’, que é mais épico, tem a pegada da ‘Heroes of Sand’, com aquela impostação. Eu não conseguia mais fazer aquilo na época em que tive o problema. Quando você ouve o ‘Rebirth’ e o ‘Vera Cruz’, há uma similaridade de técnica e de sonoridade da voz. É o mesmo cara, voltando com aquela técnica, com notas agudas com voz de peito, sem falsete, até dos tempos de Symbols".

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O caráter nostálgico de "Vera Cruz", inclusive pela interpretação de Edu, traz grande carga emocional ao vocalista. "Os fãs que puderam ouvir o álbum percebem essa imersão. Eu mesmo senti isso. Havia momentos em que eu gravava e, ao terminar, me emocionava. Para mim, foi muito emocionante", declarou.

Espírito de banda

Embora esteja sendo lançado como Edu Falaschi em carreira solo, "Vera Cruz" foi produzido, segundo o vocalista, em "espírito de banda". O clima de coletividade se estende não só aos cinco músicos que acompanham o cantor nos palcos e em todas as faixas do álbum, como, também, pelos colaboradores já mencionados, desde a construção do conceito até a mixagem e a masterização.

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Entre os nomes destacados por Edu ao longo da entrevista, está o de Pablo Greg, responsável pela orquestração. Os dois não se conheciam antes do trabalho e Greg, de acordo com Falaschi, apareceu como um "presente dos céus" em um momento onde estava precisando de alguém para realizar aquela etapa do trabalho.

"Há vários nomes famosos no exterior que trabalham com orquestração midi, mas estamos em um momento ruim no Brasil com relação ao dólar e ao euro, então sairia caro contratar alguém para isso, quase R$ 40 mil a mais. No mesmo dia que recebi os orçamentos no exterior, quando estava até desanimado, veio uma mensagem do Pablo, pelo Instagram, propondo-se a fazer um teste para as orquestrações. Era uma mensagem específica para algo que eu precisava. Foi uma conspiração do universo", contou.

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Desconfiado, o vocalista chegou a pensar que o trabalho do arranjador não seria real, por soar tão bem. "Achei que era até mentira, então mandei uma música para que fizesse em cima dela. Quando ele voltou com a prévia, falei: ‘meu Deus, o cara é um gênio’. Ele tem tudo para se transformar em uma referência nesse quesito de orquestração para heavy metal. Tanto ele quanto o Fabio foram presentes dos céus, que mudaram a história do disco, assim como outros que participaram", destacou.

Outra colaboração de "Vera Cruz" veio de família: Tito Falaschi, irmão de Edu e parceiro de Symbols, gravou o solo para a música "Bonfire of the Vanities" – e nem era para ser o definitivo. "O Tito enviou um solo para ‘Bonfire of the Vanities’ que seria de brincadeira. Ele deu um tapa na mixagem da demo, para enviar para as gravadoras, e colocou um solo porque não tinha. O solo era tão lindo que não dava para tirar dali", revelou.

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O cantor também destacou arte gráfica desenvolvida por Carlos Fides, resultado naquela que é, em sua opinião, "uma das capas mais bonitas de disco de metal que já vi na vida". O produtor Dennis Ward, que cuidou da mixagem e masterização, teve atuação exaltada por deixar o som bem "tridimensional", já que Falaschi quer que o ouvinte tenha uma imersão completa, transcendendo a audição, ao conferir o álbum.

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Max Cavalera e Elba Ramalho

A homenagem ao nosso país oferecida por "Vera Cruz" se justifica também pela escolha de duas participações especiais, feitas por artistas brasileiros. "Outros artistas de fora até se ofereceram, vieram propostas para fazer participação, pelas amizades que tenho. Só que a história é sobre e para o Brasil, então só chamei brasileiros para as participações", disse Edu.

Uma delas é a de Max Cavalera, notório pelo trabalho com o Sepultura, Soulfly, Cavalera Conspiracy, entre outros, que gravou os guturais de "Face of the Storm". "Era um sonho ter o Max Cavalera. É um grande ídolo não só de todo o Brasil, mas um ídolo meu, particular. O cara estourou com o Sepultura, na MTV e tudo, quando eu ainda era adolescente. Cresci ouvindo", afirmou.

Desde a concepção inicial de "Face of the Storm", a ideia era trazer Max para colaborar. "Fiz a música já com gutural e ele não só seria o mais indicado, por ser um ícone máximo, como também eu fiz as linhas de voz pensando no estilo dele. Caso ele não aceitasse, outro cantor poderia fazer, mas as métricas e o jeito de cantar foram pensadas para ele, que também trouxe aspectos próprios", contou Falaschi.

A outra participação é de Elba Ramalho, lenda da nossa MPB. "Era um sonho meu, desde pequeno. Meus pais eram grandes fãs. Amo a música ‘De volta pro aconchego’, é uma das mais bonitas que já ouvi. E eu queria ter um artista do Nordeste cantando comigo na mesma música, pois nunca tive isso. Foi a primeira artista que pensei", disse o cantor.

Além de entregar boa performance, Elba foi muito legal com Edu, segundo o próprio. "Ela me retornou o convite um dia, pelo telefone. Disse que achou a música linda e aceitou. Foi uma conversa muito natural e ela foi muito gente fina. A entrega dela foi imensa, levou o disco para outro patamar", comentou.

Investimento e recepção da pré-venda

A grandiosidade de "Vera Cruz" é refletida não só no resultado artístico, com músicas de tom épico e conceito de desenvolvimento complexo, como no processo externo, que fez o álbum chegar a público. Edu Falaschi mencionou, por exemplo, que foi realizado um investimento de R$ 100 mil para tornar esse disco uma realidade.

"Assim como o DVD ‘Temple of Shadows in Concert’, o ‘Vera Cruz’ também teve um investimento altíssimo. Quem investe R$ 100 mil em um disco de heavy metal no Brasil? Só quem é muito apaixonado. Quando tudo começou a ser feito, disse ao Roberto Barros que eu não iria fazer um álbum em um mês. Para ter esse investimento, teria de ser diferenciado. Levamos mais de um ano e as coisas funcionaram. O fã percebe quando você se esforça – e eu não meço esforços", disse.

Um reflexo positivo de todo o trabalho é que o disco esgotou em sua pré-venda, que consistia em um box com o álbum em formato digibook e itens diversos, contextualizados à obra. De acordo com o cantor, foram disponibilizadas, ao todo, duas mil unidades – que já têm seus respectivos donos.

"Tive um retorno dos fãs que compraram as duas mil cópias da pré-venda. Serei eternamente grato, pois compraram com base na confiança, sem ter ouvido nada, sem saber se o álbum é bom ou ruim. E era um produto caro, não era um CD em acrílico de R$ 30, era um produto de R$ 250. Fiquei muito feliz de ver que a galera acredita e espera um álbum de alto nível", declarou.

Como o álbum ainda não foi lançado oficialmente, ainda não foi possível mensurar a reação geral do público. Porém, Falaschi afirma que algumas pessoas puderam escutar o trabalho e aprovaram o conteúdo – o que só o deixa ainda mais empolgado para que os fãs possam conferir o quanto antes.

"Cada um pensa o que quer, não sou dono da verdade, mas o ‘Vera Cruz’ é o meu ápice como artista em geral: composição, interpretação... como obra, é o meu auge. Nunca tive uma entrega tão grande e um resultado tão especial como esse, por estar dirigindo e estar no centro", declarou.

Próximos planos

É difícil falar em próximos planos em meio a uma pandemia, mas Edu Falaschi já está projetando seu futuro próximo. O vocalista trabalha no desenvolvimento de uma turnê para promover "Vera Cruz" e pretende gravar videoclipes para músicas do álbum assim que possível.

"Depois de lançar o álbum, vamos fazer clipes, mas estamos respeitando a Covid-19, então, não vamos gravar agora. O foco, então, vai para a próxima turnê, do ‘Vera Cruz’, que vai misturar com meus 30 anos de carreira. Não posso revelar detalhes ainda, mas posso dizer que o fã terá uma experiência inédita em termos de banda nacional de heavy metal no âmbito de produção", afirmou.

Celebrando três décadas de carreira e quase cinco de vida – ele fará 49 anos no próximo dia 18, data de lançamento de "Vera Cruz" –, Falaschi deixou claro que o momento atual de sua vida é de "curtir" tudo o que fez e pretende fazer. "Não sei até quando vou conseguir cantando esse tipo de música. Minha volta depois do problema de voz é um presente tão grande de Deus que estou apenas grato e buscando entregar o melhor possível. Além disso, a pandemia mostrou que devemos aproveitar o hoje. Não sabemos o dia do amanhã", disse.

O vocalista buscou, ainda, deixar uma mensagem aos fãs: "aproveitem seus artistas, que criam as músicas que você gosta". "Acho que quando os shows voltarem, os fãs irão abraçar a causa e teremos uma turnê espetacular. A percepção pode ter mudado, já que um fã poderia pensar: ‘ah, não vou no show hoje, ele volta ano que vem’. Mas não se deve mais deixar para depois".

E o DVD?

A fase atual da carreira de Edu Falaschi é direcionada a "Vera Cruz", mas muitos fãs ainda perguntam se o DVD/Blu-Ray "Temple of Shadows in Concert", que traz o vocalista e sua banda com uma orquestra tocando o álbum "Temple of Shadows" na íntegra, será lançado no Brasil. O produto foi divulgado no Japão, mas não foi disponibilizado por aqui devido a questões de direitos autorais.

Perguntado sobre uma atualização nesse processo, Falaschi destacou que está buscando solução por intermédio de seu empresário, pois não cuida mais da parte mais burocrática de sua carreira, e que espera entendimento de ambas as partes. "Obviamente, queria lançar o DVD físico no Brasil, como saiu em outros lugares. O que me consola é que o mundo, para vídeo, é muito digital. Como o Blu-Ray está no digital, para o mundo ver, isso me conforta", disse.

Todavia, há outra questão fora de direitos autorais que pode impedir o lançamento físico de "Temple of Shadows in Concert" por aqui: o custo para se produzir Blu-Ray no Brasil. "É um custo absurdo, pois precisa mandar fazer no exterior. Não sei se vale a pena fazer mil cópias de um Blu-Ray no Brasil. Vamos supor que libere e está tudo certo: mesmo assim, não sei se vale a pena. Pelo que vi, 99% das pessoas iriam preferir o Blu-Ray, por causa da qualidade, em vez do DVD. O risco é alto, então, não sei se vamos querer fazer. Mas caso tenha uma liberação, vamos pensar, analisar os melhores formatos de lançamento", afirmou.

Em seguida, ele completou: "A via é de mão dupla. Tem várias composições minhas e fonogramas meus que o Angra, caso queira lançar, também precisa de liberação minha. Se sai, todos ganham. Se não sai, todos perdem. Independentemente disso, torço muito por eles, pelo que fazem agora, e espero que tudo se resolva, mas quem mais perde é o fã. No fim, tudo o que importa é a música, que é eterna. Brigas, autorizações, leis, carimbos, advogados, etc, tudo que envolve esse universo acaba passando, se resolve. O que fica é a música. Por isso, foquei na música. Quando é sobre burocracia, pulo fora".

Apesar do impedimento burocrático para o lançamento físico de "Temple of Shadows in Concert" no Brasil, não há qualquer arrependimento em torno do projeto. "Faço o que amo e esse exército que está comigo também crê nisso, então as coisas acontecem. Você faz sem pensar no financeiro. Não faço um trabalho pensando só nisso. É pela entrega. Já divulguei que o 'Temple of Shadows in Concert' custou R$ 500 mil. Tive zero lucro. Tudo que entrou, pagou o show. Quem seria o maluco de, em 2019, investir em um show de R$ 500 mil, no Brasil, com uma banda brasileira cantando heavy metal em inglês? É amor. Você coloca tanto carinho que as pessoas percebem que aquilo é real", afirmou.

Falaschi diz que, obviamente, não é nenhum "louco que atira dinheiro para o vento". "Quando faço, é para valer. Eu ganho de outras maneiras, fazendo outros shows, permitindo que minha carreira cresça. É legal pra c***lho ter dinheiro, mas é consequência, não objetivo. É como eu penso", declarou.

Edu Falaschi – "Vera Cruz"

1. Burden
2. The Ancestry
3. Sea of Uncertainties
4. Skies in Your Eyes
5. Frol De La Mar
6. Crosses
7. Land Ahoy
8. Fire With Fire
9. Mirror of Delusion
10. Bonfire of the Vanities
11. Face of the Storm (com Max Cavalera)
12. Rainha do Luar (com Elba Ramalho)

* Lançamento da gravadora MS Metal Records para o dia 18 de maio nas plataformas digitais.

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Sobre Igor Miranda

Jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital pela Universidade Estácio de Sá. Começou a escrever sobre música em 2007 e, algum tempo depois, foi cofundador do site Van do Halen. Colabora com o Whiplash.Net desde 2010. Atualmente, é editor-chefe da Petaxxon Comunicação, que gerencia o portal Cifras, Ei Nerd e outros. Mantém um site próprio 100% dedicado à música. Nas redes: @igormirandasite no Twitter, Instagram e Facebook.
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