Sons of Apollo: entrevista com o tecladista Derek Sherinian
Por Rodrigo Altaf
Postado em 12 de outubro de 2017
Sons of Apollo - Mais Novidades
Os Sons of Apollo, a nova banda de Mike Portnoy (bateria), Derek Sherinian (teclados), Billy Sheehan (baixo), Jeff Scott Soto (vocais) e Ron "Bumblefoot" Thal (guitarras) lançará seu álbum de estreia, "Psychotic Symphony", dia 20 de Outubro. A intenção do álbum é mesclar um hard rock mais direto ao prog metal que Mike e Derek ajudaram a criar no Dream Theater. Conversei com o Derek com exclusividade para o Whiplash.net sobre esse lançamento, e você confere o bate-papo a seguir:
1) Olá, Derek. Antes de mais, parabéns pelo álbum dos Sons of Apollo. Recebi o disco para me preparar para essa entrevista, e ele é impressionante! Estou bastante surpreso na verdade.
Muito obrigado! Estamos muito entusiasmados com o Psychotic Symphony, que será lançado dia 20 de outubro pela Inside Out Records / Sony Music, e já estamos planejando nossa turnê mundial em 2018. Eu quero enfatizar que o Sons of Apollo é uma banda em tempo integral, não um projeto, e todos os integrantes deixaram suas agendas livres para 2018 em função da nossa turnê mundial, e queremos trazer música às pessoas. Vai ser um espetáculo!
2) Legal, eu mal posso esperar! Então, quando podemos começar a saber sobre as datas da turnê?
Nas próximas duas semanas começaremos a anunciar as datas. Você pode seguir nossa atividade no nosso site www.sonsofapollo.com, e também nos seguir no Facebook, Twitter e Instagram.
3) Você obviamente está acostuamdo a trabalhar com "supergrupos". O que é diferente agora no Sons of Apollo, comparado ao Platypus, Black Country Communion, Planet X, particularmente na dinâmica de trabalho e relacionamentos de banda?
Nesse momento, os Sons of Apollo são exatamente o que eu quero tocar. É a mistura perfeita de rock and roll, hard rock e a habilidade do prog. Do ponto de vista de personalidades, Mike Portnoy e eu temos uma história de 20 anos, voltamos a tocar juntos em 2012 quando fizemos o PSMS com Billy Sheehan e Tony Macalpine. Temos uma forte química pessoal e musical, e decidimos que queríamos fazer algo com um vocalista em algum momento no futuro. Então, aqui estamos em 2017 com os Sons of Apollo, nós realmente queríamos tocar Billy Sheehan no baixo, e Mike trouxe Bumblefoot e Jeff Scott Soto, que eu achei perfeitos para nós. E o que é fantástico sobre os Sons of Apollo é que somos como os Vingadores da Marvel – cada membro é um super-herói em seu instrumento, todos têm um som e um estilo muito distintos, e quando nos juntamos, simplesmente explodimos! E você pode ouvir isso no nosso álbum Psychotic Symphony.
4) Você mencionou a tour que você e Mike fizeram sob o nome de PSMS, e como Billy Sheehan estava envolvido. Você considerou Tony Macalpine, do PSMS, para o Sons of Apollo, ou escolheram o Bumblefoot de primeira? E como os outros membros foram escolhidos?
Nós fomos com Bumblefoot de primeira, queríamos fazer no Sons of Apollo um som muito mais rock do que o PSMS. Tony era perfeito para o instrumental fusion que fizemos no PSMS, Bumblefoot com seu backgound de rock é mais adequado para os Sons Apollo.
5) O que o fã mais tarimbado de prog metal, que está acostumado ao Dream Theater, Symphony X e Fates Warning, pode esperar de diferente do Sons of Apollo?
Eis a diferença entre nós e as outras bandas que você mencionou: nós temos pedigree de polvos. Há um pedigree incrível de hard rock que esá em todo lugar em nosso som. E isso é algo que você não pode baixar um aplicativo e obter - você tem ou não tem. Então essa é a diferença. Nós tocamos rock, mas temos habilidades incríveis - tão incríveis como qualquer uma dessas bandas que você mencionou. Nós dominamos a arte da masturbação sonora estratégica, onde não arruinamos as músicas - mantemos as músicas com uma pegada rock e atrativa, mas inserindo o virtuosismo nos momentos precisos.
6) Eu concordo com você, e após ouvir o álbum, devo dizer que as músicas mais longas não soam forçadas, e as mais curtas foram direto ao ponto de maneira bem objetiva.
Sim, e quando queremos compor não tentamos deliberadamente escrever uma música longa ou curta – cada música é o que é! E quando se está trabalhando com outros quarto grandes músicos como é nosso caso, as músicas se escrevem por si só, quando todos têm um foco em comum.
7) Vocês se surpreenderam com a reação às duas músicas já divulgadas até o momento - Signs of the Time e Coming Home?
Superou as expectativas! Coming Home está com quase meio milhão de visualizações no YouTube desde que foi lançada, e nossa gravadora está muito entusiasmada com isso e com todas as encomendas. Há alguns fãs de prog metal que estão preocupados com o fato de não ouvir nenhum virtuosismo ou loucura nas músicas, mas eles verão que todas as músicas progressivas desse disco são muito elaboradas e insanas! E o que digo sobre o Sons of Apollo é que há algo para todos: para fãs de rock, para músicos, para fãs prog metal... está tudo lá! E acho que, como produtores, Mike e eu fizemos a mistura perfeita, e isso realmente ajuda quando você tem jogadores como esse, que têm a combinação perfeita de feeling e virtuosismo.
6) Uma tendência no mundo da música hoje é que bandas de calibre similar façam turnês juntas, como Scorpions e Megadeth, Deep Purple e Alice Cooper, Anthrax e Accept etc. Com que bandas você acha que o Sons of Apollo poderia fazer uma tour conjunta?
Sinceramente, essa é uma pergunta pro Mike Portnoy, porque ele escolhe as bandas, mas particularmente acho que o Sons of Apollo se encaixaria em uma tour conjunta como essa ou fazendo shows por conta própria. Minha decisão seria fazer um mix dessas duas coisas. Seria ótimo fazer uma tour grande com o Judas Priest ou Iron Maiden, e também seria legal fazer uma tour menor com bandas de outro calibre. Nós temos nossos planos, então fiquem ligados no www.sonsofapollo.com, tudo relativo à tour será respondido lá.
7) Como você vai conciliar o Sons of Apollo com o Black Country Communion, que acabou de lancer o BCCIV? Você vai sair em turnê com as duas bandas?
Eu tenho apenas três shows no início de 2018 com o Black Country Communion, então não tenho o que conciliar. O Sons of Apollo é a prioridade agora para todos os membros.
8) As letras das duas músicas já divulgadas falam sobre dificuldades e lutas, mas com uma mensagem otimista e positiva. Eu percebi uma vibe geral positiva do álbum. Quem escreveu as letras do disco, e houve algum input seu e do Mike nas letras também?
Jeff Scott Soto escreveu a maioria das letras, e eu criei o título de algumas músicas. Jeff fez o trabalho mais pesado das letras. Eu fiz várias melodias dos vocais, e Mike também. Entre Jeff, Mike e eu, queríamos que os vocais e melodias fossem tão boas quanto o instrumental que havíamos composto antes. Houve muita pressão em Jeff, mas superamos isso e acho que ele está soando fantástico nesse disco. Pela primeira vez vamos ver finalmente Jeff Scott Soto brilhar com uma grande banda por trás dele.
9) Um efeito colateral dessa banda é que ela vai expor Jeff e Bumblefoot a um público maior, que eles talvez não tenham vivenciado até então – apesar de Bumblefoot ter tocado no Guns n Roses.
Eu acho que o Bumblefoot vai ser a grande estrela da guitarra em 2018. Ele é fora de série, e todo mundo que o escuta com atenção sabe disso.
10) O que vocês estão planejando tocar ao vivo, além das músicas do primeiro disco? Alguma escolha inusitada no setlist que você possa contar? Vocês tocaram "Burn" do Deep Purple e "...And the Cradle Will Rock" do Van Halen na estreia da banda ao vivo.
Nos shows, definitivamente estaremos tocando nosso disco todo, e teremos que complementá-lo com outras músicas. Vamos decidir na hora certa. Mais uma vez, esse é outro departamento de Mike Portnoy. Ele sempre fez os setlists, escolheu a sequência das músicas e a arte do álbum e todo esse tipo de coisas para todas as outras bandas em que tocou. Tenho certeza de que ele vai propor algo legal, e será incrível.
11) Você tocou com o Allan Holdsworth em seu álbum solo Mythology e no álbum Quantum do Planet X . Infelizmente ele faleceu em abril desse ano. Você tem alguma história dele que você possa compartilhar conosco?
Fiquei realmente triste com a morte dele. Nós nunca chegamos a tocar juntos, ele gravou e me enviou a contribuição dele para os discos que você mencionou. Devo dizer que ter o Allan tocando em um disco meu, especialmente na música Day of the Dead, foi um dos pontos altos da minha discografia em estúdio. Como um fã do Allan, isso foi muito importante pra mim, então sou grato por isso. Eu tive a chance de me encontrar com ele diversas vezes, e ele era um ser humano incrível e um talento extraordinário, em um nível inatingível de musicalidade. Então me sinto abençoado de ter podido trabalhar com ele.
12) Você já trabalhou com o Allan Holdsworth, Bumblefoot, Al Di Meola, Steven Stevens, Yngwie Malmsteen, Steve Vai, Brett Garsed, Tony MacAlpine, Joe Bonamassa, John Petrucci, Steve Lukather, Nuno Bettencourt, Tosin Abasi, John Sykes, Zakk Wylde etc. Há algum guitarrista com o qual você gostaria de tocar?
Eu gostaria muito de tocar com o Jeff Beck, Brian May, David Gilmour… guitarristas britânicos. Seria mágico!
13) Esse deve ser um ano especial pra você, com o BCCIV e o Psychotic Symphony recebendo ótimos reviews e possivelmente prêmios de "álbum do ano". Você dá atenção a reviews e premiações da música?
Os reviews são enviados pra mim, e estou sempre curioso pra saber o que dizem. Para o Black Country Communion normalmente é sempre a mesma coisa, com pequenas variações.Mas a maioria dos reviews que tivemos para o Psychotic Symphony foram de oito pra cima. Tivemos um sete apenas, mas a maioria está de oito a dez.
14) Que pergunta vocês estão mais de saco cheio de responder em entrevistas?
Nós não estamos cansados, aceito todas as perguntas! Estamos felizes que as pessoas estejam interessadas no Sons of Apollo, e não desprezamos a atenção e o tempo de ninguém!
15) A música Alive tem um refrão bem marcante, com uma vibe AOR. Vocês tiveram a intenção de escrever pelo menos uma música com foco nas rádios para esse projeto?
Não foi intencional, simplesmente saiu dessa maneira. Jeff escreveu a letra e as melodias vocais sozinho para essa música, e acho que acertou em cheio. Quando escrevemos a música já sabíamos que ela era boa, mas mudou completamente assim que o Jeff se envolveu com ela, então devo dar a ele o devido crédito.
16) É fácil de imaginá-la tocando no radio!
Nós também. Em um mundo perfeito, essa música deveria ser um hit!
17) Estou falando com você de Toronto, mas entrevistando você para um site brasileiro chamado Whiplash.net. Poderíamos encerrar essa entrevista com uma mensagem para os fãs brasileiros dos Sons of Apollo?
Estamos ansiosos pra voltar ao Brasil! Eu tenho tocado lá por pelo menos vinte anos, talvez mais que isso, e sempre achei as plateias brasileiras as mais divertidas pra se tocar – muito barulhentas, e conhecem todas as músicas! Então, estamos trabalhando pra isso: nosso debut Psychotic Symphony sai dia 20 de Outubro pela Inside Out/Sony Music. Há uma turnê sulamericana sendo discutida, e prometo a vocês que estaremos aí em 2018. Rodrigo, quero agradecê-lo – OBRIGADO! (em Português) e nos vemos em breve! Mais uma vez, confiram o www.sonsofapollo.com, e siga-nos no Twitter, Instagram e Facebook!
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