João Gordo: entrevista exclusiva sobre a autobiografia, filhos e outros assuntos
Por Ricardo Seelig
Fonte: Collectors Room
Postado em 23 de novembro de 2016
Viva La Vida Tosca, autobiografia de João Gordo escrita em conjunto com o jornalista André Barcinski, está chegando às livrarias pela editora Darkside Books. O lançamento oficial acontece dia 23/11, em um evento no Teatro Eva Herz, no Conjunto Nacional, em São Paulo, a partir das 18h.
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Batemos um papo com João Francisco Benedan, o icônico e lendário João Gordo do Ratos de Porão, da MTV e do Panelaço, onde conversamos sobre o livro e alguns assuntos de sua vida. Um papo sincero, autêntico e divertido, como tudo que cerca o universo do João.
Divirtam-se!
Por que lançar uma autobiografia?
Porque tenho muita história para contar e quem melhor do que eu mesmo? Melhor lançar a autobiografia vivo do que morto.
O livro contém várias passagens marcantes e não esconde o seu passado com drogas e afins. Hoje, você é pai de dois pré-adolescentes. Como eles enxergam todo esse lado da sua vida, da dependência química, do vício e de tudo que quase levou você à morte?
Eles ainda não tem uma noção profunda. Os dois são crianças de 12 (Victoria) e 11 (Pietro) anos, que estão entrando na adolescência. Com as minhas histórias expostas no livro, eles vão acabar vindo cheios de questionamentos. Mas isto não é problema aqui em casa. Meus filhos são seres iluminados criados na base de muita conversa e amor.
Teve alguma história que, depois que o livro ficou pronto, você lembrou e gostaria que tivesse entrava em Viva La Vida Tosca?
Várias, dá para fazer uma segunda parte brincando e tem outras que eu guardo (risos).
Como é ser um punk com 50 anos de idade?
Eu sou um senhor de 52 anos, pai de família, que paga impostos e tem que ralar para poder pagar as contas. Foi punk com 18, 19, 20 anos. Depois que misturou tudo, o punk ficou restrito para mim. Eu abracei o metal, o rap e outras tendências que me agradavam. Mas eu sempre disse: "Sou nada por fora, punk por dentro, toco rápido porque é gostoso".
Toda a sua passagem pela TV, pela rádio e agora também pelo YouTube, o transformou em uma espécie de ícone pop Brasil afora. Como é a sua relação com esse público que o conhece desse trabalho na MTV, Record e afins, e não do seu passado com Ratos de Porão?
Hoje em dia, em virtude de meu programa na internet, o assédio do público é muito carinhoso, mas há muitos idiotas que querem tirar foto comigo e nem sabem meu nome, só "pá pô no feicebuque".
Se alguém decidisse levar a sua vida para o cinema, quem você gostaria que dirigisse o filme e quem você acha que faria um João Gordo convincente na telona?
Para diretor, queria o Scorsese. E como João Gordo, o Jack Black. Viajei grande! (risos).
O trabalho no Panelaço é divertido pra caramba. Algo que, pra quem conhece apenas o seu trabalho no Ratos, repleto de agressividade e crítica social, choca em um primeiro momento. De onde veio esse seu senso de humor, Gordo? Você sempre foi assim?
Eu sou uma espécie de comediante. Tenho um senso de humor ácido, crítico e amo um nonsense. Assunto é o que não falta na nossa república de bananas.
Você e o Max, do Sepultura, foram grandes amigos por muito tempo, mas depois se afastaram. O que você cozinharia para ele no Panelaço? E se pudesse fazer apenas uma pergunta para o cara, qual seria?
Impossível tal empreitada, aquele Max que conhecia morreu em 96.
Quem você gostaria de levar no Panelaço e ainda não levou?
Lampião.
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