Mad Dragzter: thrash tradicional e empolgante em recente álbum
Por Júlio Verdi
Fonte: Readytorockrol
Postado em 15 de fevereiro de 2016
Thrash metal tradicional. Diante de tantos incrementos que o estilo sofreu ao longo dos últimos 30 anos, não haveria termo mais apropriado para classificar aquele som característico praticado por nomes como Exodus e Testament. E é nessa região que habita o som da banda paulista Mad Dragzter. Riffs marcantes, bateria martelo e andamentos hora rápidos, hora cadenciados. Sem aderência a muitos efeitos ou qualquer aproximação de outros estilos mais extremos.
A banda começou sua trajetória em 1998, na cidade de São Paulo/SP. De lá pra cá foi moldando e amadurecendo suas produções até chegar ao trabalho 'Master of Space and Time', assinado por Tiago Torres (guitarra/vocal), Gabriel Spazziani ( Guitarra), Eric Claros (bateria) e Armando Benedetti ( baixo). Anteriormente a banda já havia lançado os álbuns Strong Mind' (2003) e 'Killing the Devil Inside' (2006). 'Master of Space and Time' é uma ótima produção, com muita melodia nas guitas (solos, alguns com wah-wah, e passagens e intros entre os riffs cortantes, como na faixa 'Vox Spiritus Sancti'). A voz de Tiago se torna um diferencial entre as bandas do estilo, funcionando como um híbrido perfeito entre um Hetfield e Belladona. Muitos backgins vocals do disco nos remetem mesmo aos tempos antigos do Anthrax. Como destaque temos 'Almighty' (com seu poderoso refrão). Já 'Valley of Dry Bones' e 'Gehena' apostam na velocidade desenfreada com seus riffs cavalgados. A faixa título, 'Me gido' (com suas linhas de baixo marcantes, como ocorre também em 'King of Kings') e principalmente 'One Nation, One Church' apresentam aquela distorção limpa (que encontramos num 'And Justice for All' por exemplo). A cadência dá suas caras em alguns momentos de faixas como '5708' e 'From Emptiness to Infinity'. É enfim um disco acima de tudo muito agradável aos ouvidos acostumados a essa linha clássica de thrash. Daqueles que você ouve uma vez e quer apertar o repeat.
Ready to Rock - A banda está na ativa desde 1998. Olhando pra trás até os dias de hoje, qual as maiores conquistas do Mad Dragzter'?
Tiago Torres Sem dúvida ter uma banda de Metal no Brasil já é uma luta para heróis! (risos). Nossos 4 discos, nossos shows, a base de fãs que conquistamos. Não tem preço! E com certeza isso vale toda nossa Luta e Esforço!!! Por todos esses anos!!!
RR - Após o lançamento de 'Killing the Devil Inside' a banda parece ter feito um pausa. O que aconteceu?
TT O disco saiu no final de 2006 e logo depois a banda acabou! Eu particularmente achei o álbum muito light para o que deveria ser o Mad Dragzter desde sua fundação. Fiquei desapontado com o disco, apesar de hoje gostar mais dele do que quando saiu! Comecei a compor material para um álbum solo que no final virou o 'Master'. Mostrei para os caras as idéias e a direção do novo disco e todo mundo gostou. Em 2008 começamos a gravar as primeiras demos!
RR - 'Master of Space and Time' soa mais orgânico e com evolução clara de produção em relação aos discos anteriores. Como a banda chegou a esse nível de composição e produção?
TT O disco foi produzido e gravado pelo Gabriel Spazziani, guitarrista do MD, em seu etúdio Casa da Lua. E isso fez toda a diferença! O perfeccionismo dele para chegar no som, nos detalhes, nos timbres, transformou o disco. E ficou realmente, como temos ouvido de muita gente, no nível dos gringos!!!
RR - Nesse terceiro álbum a banda se mostra muito coesa em composições marcantes como 'Almighty', 'King of Kings' e 'Megido'. Quais suas faixas prediletas do álbum e porquê?
TT Dureza!!!! (risos gerais).Todas!!! Mas talvez minhas prediletas sejam a '5708' por ter o solo mais marcante do disco e a 'One Nation, One Church' porque o riff principal é realmente destruidor..(risos).
RR - 'Master' vem sendo distribuído de graça em algumas lojas do país. Qual a intenção dessa proposta, no ponto de vista mercadológico?
TT Que o maior número de pessoas possível possam conhecer o disco, a banda. Sabíamos do potencial desse disco mas também sabíamos que uma pequena banda parada há quase 10 anos seria irrelevante. Dessa maneira voltamos com força total!!
RR - Após mais de três décadas da existência do thrash metal, vejo a banda vinculada aos elementos tradicionais do estilo, e sem a (em minha opinião) discutível tendência de flertar com alguns elementos comuns a bandas americanas (thrashcore, new metal, industrial). Como você vê essa relação da banda com sua sonoridade.
TT Nossa influência sempre foi dos criadores do estilo. Metallica, Slayer, Exodus, Testament, etc....De mais novo só Pantera, Machine Head e Nevermore. O Lamb of God tem umas coisas legais também. Por isso nosso som é bem fincado em coisas mais antigas e fora isso temos bastante influência de Metal Tradicional e Hard Rock também.
RR - Li que a banda tem tido bastante aceitação em países da Europa, com a Holanda, por exemplo. Quais são suas expectativas com relação à divulgação da Mad mundo afora?
TT Pelo fato do disco estar disponível online gratuitamente a música acaba não tendo barreiras. E temos recebido feedbacks do mundo todo. De Rússia à Argentina, de Taiwan ao México. Toda a Europa. A Música está se espalhando....
RR - Como está a rotina de shows da banda?
TT Temos dificuldade com nosso empregos 'normais', então não temos possibilidade de fazer tours grandes como no começo da banda. Mas para esse ano faremos um show de lançamento e uma pequena tour. Já ano que vem pensamos em algo maior, inclusive, se possível, na gringa!
RR - Como sempre converso com algumas bandas entrevistadas, vou lhe fazer um pergunta clássica. Como você vê o metal no Brasil nos dias de hoje?
TT Da mesma maneira que sempre! Não sendo popular, no underground, para poucos, infelizmente. No Brasil sempre foi assim e acho difícil mudar algum dia. Mesmo quando o Sepultura estava no auge não conseguimos mudar o status do estilo em um país tomado por sertanejo, axé, etc, etc...Mas muitas bandas sobrevivem de maneira heróica por aqui e acho que o surgimento de um 'novo' Sepultura (em termos de reconhecimento e visibilidade mundial) poderia ser combustível para uma nova era do Metal em nosso País!
RR - Vejo há anos que a produção de metal no Brasil não deve nada ao que é feito mundialmente, especialmente nos quesitos composição e execução. Chegará um dia em que o fã de metal do país vai apoiar (presença em shows) com a mesma intensidade do que faz com bandas de fora que tocam aqui?
TT A regra no Brasil é: seja conhecido e reconhecido fora que você também será por aqui. Por isso que fora Sepultura, Angra e Krisiun dificilmente uma banda hoje pode mudar esse cenário. Mas se estourar fora aí a coisa muda por aqui. Essa regra é velha e dita nossa cena há 30 anos!!
RR - O que esperar do Mad Dragzter para os próximos anos?
TT Na verdade o 'Master' é o primeiro de uma série de 4 álbuns que são interligados, como se fossem episódios de uma história, que já estão planejados serem lançados nos próximos 10 anos. Então em relação a lançamentos vamos continuar a todo vapor. Em relação a shows, vamos tentar tocar o máximo possível e em locais no Brasil e fora que nunca tocamos. O MD sempre foi uma banda de palco e de estrada. Na medida do possível queremos retomar isso!
RR - Fique à vontade para deixar uma mensagem aos leitores dos canais onde esta entrevista é publicada.
TT Júlio, Muito obrigado pela Força e pela Oportunidade! Quem ainda não conhece a Banda/Album pode baixar gratuitamente nesse link:
https://onerpm.com.br/album/935170912
E para a Galera de SP ainda tem um resto de CDs sendo distribuídos Gratuitamente na Die Hard, na Galeria do Rock! STAY THRASH! STAY MADZ!!!!
Maiores Informação sobre a banda, acesse:
https://www.facebook.com/MAD-DRAGZTER-73957534135/?fref=ts
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