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Lippo Baladassarini: entrevista com ex-Made In Brazil e Harppia

Por Carlos Eduardo Guariente
Fonte: Filippo Baldassarini
Postado em 03 de fevereiro de 2015

Quem viveu na década de 80 no Brasil, pré e pós Rock In Rio, se acostumou muito a ouvir o Rock e o Metal que vinha de São Paulo. Escrevo sobre uma época anterior ao que seria o Metal Nacional das bandas Mineiras Sepultura e Sarcófago, da extinta revista "Metal" do Rio e de fanzines como Rock Brigade e lojas de discos como a "Woodstock". Foi através de bandas como o Made In Brasil que o Rock nos oitenta começou a ficar mais pesado e com cara de Metal. Neste interim músicos pulavam de bandas aqui e ali e o cenário underground em São Paulo não era só o de bandas punk como o Cólera e Ratos de Porão. Havia as bandas de Heavy Metal e Hard Rock como Avenger, Salário Mínimo, A Chave do Sol, Centúrias, Harppia, entre muitas outras que se aventuravam em um cenário semi profissional difícil e tortuoso para os músicos da época. Filipo Baldassarini é um destes músicos paulistanos que sobreviveu para contar sua história. Guitarrista italiano de nascimento e paulistano de coração, Lippo como é chamado vem aqui contar um pouco de sua experiência ao lado de bandas como o Made In Brazil e o Harppia na década de 80 e relatar como é a vida de músico na Europa. Hoje, vivendo no Rio Grande do Sul, Lippo retoma sua carreira rock com a Lippo Rock Guitar, em um novo projeto com músicos gaúchos. Acompanhem abaixo a entrevista

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1. Lippo, você é italiano de nascimento e veio morar em São Paulo ainda criança. Como foi seu encontro com a música e particularmente com o Rock n Roll?

Lippo - Eu sou italiano de nascimento e ao entrar no Brasil, fui morar no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Meu primeiro endereço foi na Rua Gama Lobo, próximo à Av. Nazareth. Meus primos moravam nos arredores e possuíam instrumentos musicais, mas foi com a Jovem Guarda que o bicho pegou e ali adquiri um violão e iniciei a tocar.

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2. Você começou na música bem no auge do progressivo Brasileiro com Mutantes fase Sérgio Dias, o Hard do Patrulha do Espaço com Arnaldo e Rolando Castello Jr. E principalmente Joelho de Porco. Como era estudar e tocar guitarra na década de setenta e oitenta? Existia mesmo o conceito de que "Todo roqueiro tinha cara de bandido"?

Lippo - Neste período específico, eu era parte do público, ainda não tocava profissionalmente digamos assim, iniciei apenas em fins dos anos 70. Como muitos, aprendi tocando com os discos, tentando "entrar" nas músicas, tentava entrar mesmo nos arranjos, sem tirar igual, tocando junto, por tentativas, já que eu não possuía uma educação musical formal. Uma longa pesquisa, tateando no escuro. Confiava no ouvido e se ficava legal ou não, até o momento em que consolidou uma forma de improviso dentro das músicas, bem veloz. Claro, depois adquiri livros sobre escalas, acordes e tudo o mais para dar nomes aos bois e saber com mais clareza onde entrar e sair e por quê. Mas toquei muito, alias faço o mesmo até hoje. Mais do que cara de bandido, o roqueiro brasileiro da época vivia seu sonho plenamente, com poucos recursos e muita criatividade. Esta frase da Rita Lee pertence a um contexto bem específico, proclamado pela ditadura militar de então.

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3. Você já era um guitarrista conceituado no ABC na década de oitenta. Como aconteceu de você ir parar no Made In Brazil?

Lippo - Toquei em alguns eventos no ABC, fiz parte temporariamente de bandas daquela região, mas rodei muito. Fui parar no Made in Brazil pela primeira vez, após um show na Concha Acústica do Taquaral, em Campinas, onde o Made era atração principal e eu tocava em uma das bandas de abertura. Após o show, recebi um bilhete com um número de telefone e ao descobrir que era do Oswaldo do Made in Brazil, para um teste e fiquei muito impressionado, não entendia por quê. O teste se deu alguns dias depois ,na casa dele, no bairro do Sumaré. Eu não conhecia o repertório e me virei com o que já afirmei acima. Fui admitido sem mais delongas, tendo claro que teria que me adaptar às exigências, criar um visual de acordo, tirar todo o repertório da época, entender certas verdades sobre a profissão e ali começou uma aventura sem igual. Devido a excessos de todo tipo, por imaturidade e entusiasmo além da conta, terminei fora, após o Rock Jeans do Play Center. Eu só voltaria ao Made in Brazil em 87\88 para a tour Vinte Anos de Made. Nesse meio tempo, passei por vários grupos: Santa Gang, Arco Voltaico ( do ABC ), Fogo de Santelmo, grupos menores mas válidos também, dentro da cena underground da época.

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4. Lippo, você voltou para Itália (creio que nos anos 90) e ficou lá até 2010 mais ou menos. Explique como foi trabalhar com Rock e Blues na Itália e se há diferenças no modo como se vê o Rock na Europa e aqui.

Lippo - Sim, eu voltei pra Itália em 99, após um longo período tocando em São Paulo, onde gravei o LP 7 do Harppia, ajudei a formar a fase inicial do Ajna; ajudei a continuar o trabalho da banda Viúva Negra da zona leste de São Paulo, talvez o trabalho que eu mais amei em absoluto, pois as músicas em sua maior parte eram minhas, pela primeira vez, e os músicos eram fantásticos e nos divertíamos muito realmente. Em 1995, creio eu, mudei pro interior de São Paulo, tendo minhas possibilidades em São Paulo e abri uma escolinha de guitarra. Acabei por entrar em uma banda de baile, que rodava o interior de São Paulo tocando. Ao final deste trabalho, embarquei de volta à Itália e lá cheguei em 99, para tentar uma vida comum, longe da música. Mas não adiantou muito, em poucos meses fui "descoberto" por um roqueiro italiano, mas dai só tocando rock" n" roll. A maneira de tocar era diferente e eu tinha outras influências, era mais pesado, mais hard rock. Foi um caminho duro até encontrar minha primeira banda: o Rocktrain (covers, southern rock). Lá existiam na época vários pubs disponíveis na área onde eu morava: o Lago di Garda. O rock italiano é extremamente competitivo, estudam muito. Existem grandes academias de música voltadas para o rock, como a Lizard, o MMI (Modern Music Institute), CPM (Centro Professione Musica., cujos donos são da banda Premiata Forneria Marconi). Cheguei a fazer até algumas aulas. O professor, no final, me confidenciou que tinha o LP do Harppia, pois colecionava rock "exótico". Todos os países de língua latina afirmam que o rock não nasceu ali, que é coisa de americano, nós roqueiros sofremos em todos os lugares. Lá existiam e ainda existem bandas covers, pouco lugar para se tocar e músicos demais. Lá como aqui artistas originais são poucos.

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5. Você me relatou que há uma enorme diferença entre os músicos italianos e os músicos Brasileiros quanto à disposição de tocar, ensaiar e até mesmo tocar um projeto para Frente. Ao que me parece o que te fez retornar ao Brasil foi justamente não ter visto esta disposição nos músicos italianos com que você se relacionou durante o tempo em que lá esteve? Pode nos explicar?

Lippo - Posso ter respondido isso em um determinado momento, hoje eu daria outra resposta. Muitos lá desanimaram, pois um país que possui 59 milhões de habitantes e está trancado no próprio idioma se torna restritivo. Lá existe uma abundância de recursos imensa: instrumentos, estúdios, salas de ensaio de alta qualidade, mas não há resposta do público na medida do esforço e do investimento e uma onda de indiferença se apossou dos músicos que eu conhecia. O que me fez retornar ao Brasil foi o sistema financeiro italiano, trancado e com desemprego e os cachês cada vez mais baixos. Depois sentia falta dos amigos que aqui ficaram; o progresso visível de alguns mostrou que poderia funcionar.

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6. Você atualmente mora em Montenegro no Rio Grande do Sul onde há um cenário de música local e Gaúcha muito forte. Rolou um choque cultural pelo fato de ser um "Ítalo-Paulistano" para os outros? Como você está conseguindo realizar novos projetos musicais no interior do Rio Grande? Já temos algum que você pode nos relatar?

Lippo: Sim, eu moro em Montenegro, que se situa na região da grande Porto Alegre. O cenário local não é exatamente pequeno, se levarmos em conta a Serra Gaúcha e cidades vizinhas. Existem vários pubs, muitas bandas de todos os níveis, músicos de talento e aos poucos eles estão se organizando para os próximos anos. Ainda não sei se estranharam ou não minha presença. Mas existem muito bons músicos. Eu toquei com vários músicos daqui até estabilizar uma formação. Muitos não podiam, por seus compromissos como professores, por já estarem em outras bandas etc. Esta banda chama Lippo Rock Guitar e conta com Lorenzo Mentz na bateria e nos vocais, Dudu Bauretz na segunda guitarra e back vocals e Guedes de Oliveira Oliveira no baixo e eu mesmo na guitarra. Rock n roll pesado, somando todas as influências dentro do estilo. Dia 14 de fevereiro estrearemos no Pub Cordel em Montenegro. Teremos uma festa com vários músicos presentes.

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7. Lippo, obrigado por sua participação. Quais seriam suas considerações finais?

Lippo: Quem agradece sou eu. Nenhum motivo é bastante forte para sermos obrigados a abrir mão de um sonho. Muitas pessoas interferem ao longo do caminho, tentando explicar o quanto é inútil insistirmos. Mas a força de um homem está em lutar para que seus sonhos se tornem realidades concretas. Para isso só sonhar não basta. Só ter talento não basta. É preciso correr atrás!

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Sobre Carlos Eduardo Guariente

Carlos Eduardo Guariente é Gestor de Marketing e músico e Blogueiro. Escreveu para diversas publicações como Modern Drummer Brasil, O Diário de Piracicaba, O Trevo. Desde 2008 mantêm o blog o Rock de Londrina que divulga Artistas Londrinenses dos anos 80 e 90.
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