ChaosFear: EP mostra banda experiente e entrosada
Por Vitor Franceschini
Fonte: Blog Arte Metal
Postado em 03 de janeiro de 2013
Músicos experientes, 4 registros lançados (sendo uma demo, dois álbuns e um EP), shows como nomes consagrados do Metal e quase dez anos de carreira. Mesmo com toda essa bagagem, os paulistas do ChaosFear surpreenderam a todos com o EP "Legacy of Chaos", afinal é um trabalho marcante e de muita pegada. O vocalista e guitarrista Fernando Boccomino nos fala sobre este trabalho, a experiência e atual fase da banda onde ele tem ao seu lado seu irmão Edu Boccomino (guitarra), Anderson de França (baixo) e Billy Houster (bateria).
Desde 2003 na cena, o ChaosFear possui certo nome na mesma. O EP "Legacy Of Chaos" mostra uma banda experiente e entrosada, fale-nos um pouco sobre essa atual fase da banda.
Fernando Boccomino: Com certeza isto é reflexo dos anos de estrada que temos. Muita gente não sabe, mas nossas primeiras bandas foram formadas no final dos anos 80. Eu e meu irmão tocamos juntos desde criança. Nossa relação com o Anderson vem desde o começo dos anos 90, então podemos dizer que é só olhar um pro outro e já sabemos o que é pra fazer! Sobre a atual fase da banda, hoje posso dizer que as coisas estão mais tranquilas. Chegamos a ficar 1 ano sem baterista! A situação na banda estava caótica, não sabíamos mais o que fazer para sair daquela situação. Hoje estamos focados e determinados a levar a banda a outro patamar.
Falando sobre o EP há um grau impressionante de evolução nele perante os dois primeiros trabalhos. Não que ambos sejam ruins, pelo contrário, mas o EP traz uma banda com 'sangue no zóio'. Como ele foi composto e a que você acha que deve este fato?
F.B: O fato de gravarmos o EP e não um CD inteiro foi justamente para mostrar que estávamos de volta com uma nova formação e com "sangue nos zóio". Logo que começamos os ensaios tivemos a idéia de gravar um EP para celebrar esta volta, e junto a isso foi unânime a decisão de gravarmos no Mr. Som com o Heros e o Pompeu. Talvez esta seja a diferença maior entre os trabalhos anteriores e o EP, a produção num estúdio profissional e com caras gabaritados faz toda a diferença.
"Legacy Of Chaos" possui três composições matadoras, mas When The Sky
Turns Red já é um clássico. Você concorda com isso?
F.B: Muito obrigado! Realmente esta música é sensacional. As mudanças de andamento, os solos bem elaborados, as palhetadas e os vocais bem marcados deixaram a música forte e com cara de hit! Um fato bem interessante que ocorreu durante as mixagens é que todos que ouviam os sons vinham nos elogiar e dizer que fazia tempo que não ouviam um som tão pesado como o nosso! Isso nos encheu de orgulho e confiança.
Como tem sido a repercussão o novo EP?
F.B: A repercussão tem sido fantástica. No primeiro mês de lançamento conseguimos chegar a marca de 2.000 donwloads do EP! Não poderíamos estar mais felizes. Até agora as resenhas tem sido muito positivas, todas destacando a qualidade dos sons e produção. Tentamos marcar alguns shows para este final de ano, mais com a avalanche de shows internacionais ficou complicado de achar uma data. Mas, a partir de Janeiro de 2013 teremos vários shows em SP e outros Estados.
Aliás, a produção é excelente e ficou a cargo de Marcello Pompeu e foi mixada por Heros Trench, ambos do Korzus. Trabalhar com esses dois atualmente é sinal de qualidade garantida?
F.B: Com certeza todo trabalho feito com os caras tem o selo de garantia de qualidade. O Pompeu e o Heros chegaram num nível de excelência em trabalhos de Heavy Metal que lhes dá segurança e gabarito nas produções. Fora o fato dos caras serem muito gente fina. Eu e meu irmão conhecemos o Heros há muito tempo e temos uma amizade bem legal com ele, e isso tudo faz uma puta diferença quando você está desenvolvendo um trabalho em estúdio. Estávamos totalmente à vontade e confiantes que sairíamos dali com um ótimo trabalho. Não posso deixar de mencionar nosso grande amigo Paulo Anhaia que deu uma força na produção das guitarras. Ele foi fundamental para acharmos os timbres matadores que tivemos no EP!
"Legacy Of Chaos" é uma prévia do que pode vir no terceiro álbum? Falando nisso, a quantas anda a concepção desse esperado registro?
F.B: Com certeza. Eu e o Edu temos uma tonelada de riffs gravados, prontos para serem utilizados no próximo trabalho. Inclusive já começamos a compor algumas músicas e posso adiantar que estão absurdamente pesadas. Inclusive, posso adiantar em primeira mão que teremos uma música no próximo álbum que surpreenderá muita gente! Aguardem!
Falando um pouco do estilo de vocês, a banda faz um Thrash Metal que não se encaixa no padrão retro que está em voga atualmente. Mesmo assim possuem as características do estilo, mas com uma abordagem mais atual. Você concorda? Fale-nos um pouco mais sobre o que você acha disso.
F.B: A grande sacada é saber mesclar o retrô com esta safra nova do Thrash. Acho que ficamos num meio termo entre o antigo e o novo. A diferença é que nosso background é formado pelas bandas dos anos 80 como Forbidden, Vio-lence, Kreator, Metallica, Testament, Slayer. Quando você escuta isso a vida inteira, como é o nosso caso, tudo fica arquivado e acaba fazendo parte de nosso estilo. O que é válido é sempre estar atento as novidades. Bandas como Trivium, Soilwork e Lamb of God fazem um trabalho fantástico e são consideradas "modernas" – fazem parte da nova leva de bandas pesadas. Aproveitamos e escutamos de tudo, mais sempre mantendo o "jeito" ChaosFear de compor.
Como uma banda experiente e com um nome a zelar, como vocês vêem a atual cena Metal do Brasil? Se fala tanto em melhoras...
F.B: Que o Brasil tem um público apaixonado por Heavy Metal, todos sabemos. É fato. Os shows internacionais estão sempre lotados e o público de nosso país sempre é altamente elogiado. Mas, para quem tem banda no Brasil a situação é muito difícil pois nosso país entrou de vez na rota de shows internacionais. Todo mês tem pelo menos 4 ou 5 bandas de som pesado tocando em SP. Às vezes o cara tem que escolher entre o show internacional ou a banda nacional. Fora o fato de que a maioria das casas onde os shows nacionais acontecem não oferecem um mínimo de estrutura e respeito. São poucas as que têm um sistema de som e luz profissionais. Pra tocar Metal no Brasil você precisa, antes de tudo, amar o que faz. Veja quantas bandas chegam, lançam um CD e depois somem do mapa. Por isso que sempre batemos palmas para bandas como Krisiun, Torture Squad e Claustrofobia, que estão até hoje levantando a bandeira do Metal Nacional com todos os obstáculos e dificuldades do dia-a-dia!
Vocês vêm de bandas conhecidas na cena metálica nacional, tais como Scars, Chasing Fear e Ancesttral. No que isso contribui para a carreira do ChaosFear?
F.B: Ajuda muito no fator experiência. Eu e o Edu estamos na cena desde meados dos anos 80. Quando entramos no Scars já tínhamos tido experiência com outras bandas. A mesma coisa com o Anderson no Chasing Fear e o Billy com o Ancesttral. Na minha fase no Scars tocamos com o Kreator e com o Krisiun. Aquilo marcou demais pra mim! Ver o Kreator passando o som e trocar uma ideia com os caras foi um sonho! E pensar que isso foi há 14 anos... Na fase do Edu no Scars foi a mesma coisa, shows com Destruction, Anthrax, Testament. Tudo isso te dá experiência e aprendizado. Felizmente no ChaosFear pudemos manter a experiência de tocar com grandes bandas. Já fizemos shows com Testament, Cannibal Corpse, Lamb of God e Caliban. Todas foram sensacionais e inesquecíveis!
Muito obrigado, deixe uma mensagem aos nossos leitores.
F.B: Agradecemos muito o espaço! Continuem apoiando e divulgando o Metal nacional! Stay Thrash!!!
http://www.chaosfear.com/
(baixe o EP gratuitamente)
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