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Boom Boom Kid: músico argentino de volta ao Brasil

Por Flavio Bahiana
Fonte: Blog do Bahiana
Postado em 14 de agosto de 2010

Publicado originalmente no Blog do Bahiana - clique no link para mais detalhes sobre os shows e imagens do músico.

O Argentino BOOM BOOM KID, que era conhecido como Nekro nos tempos de Fun People, está de volta ao Brasil para mais uma série de shows neste mês de agosto. Desta vez serão três, passando por Santos, dia 13, Rio de Janeiro, dia 14 e São Paulo, dia 15. Está é a turnê de divulgação do disco Frisbee (2009), quinto disco de estúdio do grupo; e também da coletânea Gatiho Preto Maulla 33 Faixas De Pelo Largo, lançada esse ano em parceria entre a Ideal Shop e a Läjä Records.

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Oi, BOOM BOOM KID, seja bem vindo ao Brasil! Nesta turnê pelo país você visitará três cidades: Santos, Rio de Janeiro e São Paulo. O que você espera dos shows?

Espero que, em todos os concertos, tenha muita diversão. Também espero conhecer muita gente nova, despertar o inexplicável com palavras e felicidade.

O que você acha do público brasileiro?

É muito bonito, colorido e dançante. Amo tocar no Brasil.

Em outras turnês pelo Brasil, você tocou com músicos brasileiros. Como será nesta nova tour? Terá a companhia de músicos argentinos ou daqui?

Bem, nesta turnê vou com Chelo na bateria e Pelado no baixo. São músicos que me acompanham desde os tempos do Fun People, na época do disco Angustia No No (2000). Na guitarra teremos a companhia de Jackson, que é um gringo que toca comigo quando estou em turnê pelos EUA. Ele é muito boa pessoa também. Terei um time de luxo!

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BOOM BOOM KID lançou em 2009 um novo disco, chamado Frisbee. Está tour é de divulgação deste cd. Fale um pouco sobre ele. O que podemos esperar dele e como está sendo a receptividade ao disco?

Bom, o disco já teve 4000 cópias vendidas. Lancei pelo meu próprio selo (Ugly Records). Foi gravado no Brasil, na Argentina e nos EUA, com diferentes músicos destes países. Tem 35 músicas e é muito variado. Estou muito feliz porque pude colocar um monte de temas e colocar pra fora tudo que tinha para dizer. É um disco experimental. Nele, onde tem guitarras, não há baixo; onde há baixo, não há guitarras. Em 70% das músicas incluídas, busquei experimentar na gravação, na sonoridade e nas jams com os músicos, mais do que no passado e me diverti muito. O bom também é que ele se chama Frisbee e vêm com um frisbee junto com o cd. Estou muito, muito feliz. Escutem-no!!!

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Você acabou de chegar de uma grande turnê pela Europa. Como foram os shows e o público?

Foram muito calorosos. Desta vez toquei em festivais, o que não gosto muito. Também toquei em pequenas cidades e pequenos clubes, o que gosto mais de fazer. Acabo de lançar uma coletânea na Espanha e também fui apoiar o lançamento, fazer a divulgação. Tocamos muito e tomei muita Horchata (nome dado a diversos tipos de bebidas de origem vegetal, não-alcoólicas, consumidas principalmente na Espanha).

Em setembro você embarcará para mais uma tour no Japão. Como é a recepção dos japoneses a sua música?

Bom, lá também acabaram de lançar uma coletânea com músicas de todos os álbuns de BOOM BOOM KID. Lá estive uma vez com o Fun People, em 2000, há 10 anos. Foi incrível. O público japonês ficava louco nos shows e eu também. Lembro-me de beber chá vermelho e olhar o mar esperando que saísse um Godzilla de lá... Ou o Ultraman do céu...

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Você tem viajado muito com sua música ao redor do mundo há muitos anos. Encanta-te estar sempre viajando e conhecendo novas pessoas e lugares?

Óbvio. O que é mais lindo que isso para aquele que gosta da música e encontra nela um refúgio e a vê como um remédio?

Quais são as principais mudanças de sua música na época que era do Fun People para agora como BOOM BOOM KID?

Agora estou tocando com diferentes bandas. São outros músicos que me acompanham. Mas ainda sinto que a música me faz manter o espírito com humor.

Você é um artista muito engajado na crítica à matança de animais e também é uma pessoa vegetariana. Como esta forma de pensar e agir influência sua música?

Bem, na realidade, faz mais de um ano que comecei a ser vegetariano. Creio que me traz boas vibrações não matar animais para me vestir e comer. Também faz me sentir melhor e estar em sintonia com os seres vivos que convivem comigo neste mundo.

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Como é a cena de hardcore na Argentina atualmente, com relação a shows, lugares para tocar, fanzines e bandas?

É grande e diversificada, como em São Paulo. Bem, não tão grande. Os lugares para tocar, em realidade, agora não são tantos e tão bons. Os fanzines a cada dia existem menos, tem uns dois ou três, mas que são mais como boletins... Bandas surgem muitas, todos os dias, por sorte.

Quais são os tipos de música que você tem ouvido ultimamente e quais são os grupos que você mais gosta?

Escuto muito um tecladista que se chama Manfredo. Também tenho ouvido muito a música "Balada do Louco", dos Mutantes, umas 4 ou 5 vezes por dia. Muita música gótica dos anos 80 e também música eletrônica, como Tomita, do Japão. Dos grupos gosto de: Zinc, Jingo de Lunch, Life But How to Live it; os dois últimos são grupos que tocavam muito no final dos anos 80 e que voltaram há pouco tempo. Também gosto muito da música de Jesus Chucho Sanoja (pianista venezuelano).

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O que te inspira para compor ou escrever músicas?

Ops! Muitas vezes as letras são como auto cartas que eu me envio, para que não perca as forças e siga adiante, para que mantenha o espírito sempre divino e com humor. As letras também servem para criticar o que não gosto e para me aproximar das coisas que gosto ou que quero compartilhar. Os sons mais influentes são os ruídos dos meus gatos em meus ouvidos e o rangido das nozes quando as como.

Como está o selo Ugly Records e quais os planos para o futuro com o selo?

Há cinco anos só lanço meus próprios discos de forma independente, através do meu próprio selo, Ugly Records. Mas não lanço mais outras bandas, a última que lancei foi Hard Skin, da Inglaterra. Agora estou fazendo mais camisas e livros. Também gosto de fazer edições em vinil e edições especiais. Não tenho muito orçamento e às vezes não posso fazer reedições de discos antigos, mas não me queixo, estou bem como estou. Em outros países como aí em Brasil, faço licenças para meus CDs e assim está bem, porque conheço bem as pessoas que os editam por aí.

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E para BOOM BOOM KID, quais são os planos para o futuro?
Bem, agora é tocar por aí, em Brasil. Também pretendo realizar alguns shows sozinho, com minha guitarra, em um protesto, para ver se conseguimos fechar um Zoológico onde maltratam os animais, na província de Santa Fé, na Argentina. Claro, gravar umas músicas e realizar a estréia de meu curta metragem no festival de cinema independente de Buenos Aires.

Obrigado pela entrevista, BOOM BOOM KID. Deixe um recado para os fãs brasileiros. Bons shows no Brasil e ao redor do mundo.

Eu não me irrito se depois do show me convidam para comer açaí. Beijos.

http://www.myspace.com/boomboomkid

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Sobre Flavio Bahiana

Flavio Bahiana é jornalista. Também é colaborador do site valepunk.com e é editor do blog: flaviobahiana.blogspot.com. Nasceu no ano de 1982, no Rio de Janeiro, onde mora até hoje. Começou a ouvir rock por causa dos Raimundos e cresceu ouvindo punk rock. Considera os Ramones como os melhores de todos os tempos. Hoje ouve quase todas as vertentes do rock, além de gostar de outros estilos também, como blues e reggae.
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