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Vanquish: "Falta curiosidade do brasileiro em conhecer algo novo do Brasil!"

Por Ben Ami Scopinho
Postado em 10 de maio de 2010

Heavy Metal e Hard Rock. Estes são os elementos explorados pelo paulistano Vanquish em "One Man Army", agradável disco que está chegando ao mercado via Voice Music. Tendo em sua atual formação Guilherme Falanghe (voz e guitarra), Fabio Thomé (guitarra), Caio Afiune (baixo), Daniel Malferrari (teclado) e Mauricio Sousa (bateria), o Whiplash! conversou com Thomé para saber mais acerca do Vanquish, seu debut e planos para o futuro.

Whiplash!: Olá pessoal. O Vanquish é uma banda que começou sua trajetória há pouco tempo. Que tal começarmos com uma breve biografia para o leitor conhecê-los melhor?

Fabio Thomé: Olá! Bom, o Vanquish na verdade começou como uma idéia há 10 anos, mas naquela época tínhamos uma formação bem diferente e não nos chamávamos ‘Vanquish’... Mas essa é outra história. Pulando um pouco pra frente, o Vanquish começou oficialmente em 2004, quando o Mauricio entrou na banda pouco tempo depois e gravamos um álbum demo que não foi muito divulgado. Algumas outras mudanças de formação se passaram antes que surgisse o Vanquish como é hoje.

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Whiplash!: Esta demo de 2004 chamou-se "Crossbones". Quais as diferenças entre ela e seu mais novo álbum, "One Man Army"?

Thomé: Nós gravamos o "Crossbones" meio que só pra ver do que a gente era capaz, mas tivemos uma boa resposta por parte dos que o ouviram, inclusive houve um review muito favorável publicado na Roadie Crew. Mas naquela época éramos, por assim dizer, mais ‘ingênuos’, o álbum foi gravado sem produtor e foi um trabalho onde confiamos em nosso bom senso.

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Thomé: O "One Man Army" foi um caso um pouco diferente. Tivemos uma abordagem bem mais profissional, com a produção de Thiago Bianchi, além de um extenso trabalho de pré-produção.

Whiplash!: Faixas como "Metal Madness", "Fool´s Errand" ou "Killing Time" mostram vocês explorando estilos que vão do Hard setentista ao Heavy Metal. Como rola o processo de composição do Vanquish? Existe alguma preocupação em trabalhar com estes estilos de forma equilibrada?

Thomé: Em geral a gente compõe num processo de idéias e pitacos. Um de nós aparece com algo novo, os outros ouvem e às vezes alguém tem uma opinião de como desenvolver essa idéia... Até que vira uma música completa. Outras vezes, um de nós compõe uma música quase que inteira e os outros ajudam a refinar... Não tem muita ordem mesmo, é um processo um pouco ‘anárquico’. A única coisa mais constante é que, em geral, quem compõe as letras é o vocalista, Guilherme. Não que haja qualquer regra ou motivo específico para isso... É só que acaba acontecendo assim.

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Thomé: O fato de explorarmos as variadas vertentes do Rock n’ Roll vem das diferentes influências que cada músico da banda tem. Todos têm em mente que música não existe uma fórmula, a música deve ser explorada, vem de dentro de cada um e não necessariamente vamos fazer um ‘mais do mesmo do Vanquish’ em cada álbum ou faixa conseguinte.

Whiplash!: Além de toda a instrumentação do Vanquish convencer com sobras, vocês possuem um Guilherme Falange versátil e talentoso, como na excelente "The New Song". Quais as influências desse vocalista?

Thomé: Bom, se você passar algum tempo com ele, vai logo perceber que é um grande fã do Metallica acima de tudo... Mas ele procura dar uma misturada nas influências, trazendo idéias inspiradas no Guns, Iron, Led e outros.

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Whiplash!: Confesso que sempre admirei a sonoridade que o produtor Thiago Bianchi consegue extrair das bandas com que trabalha. Como foi o período em que trabalharam com ele para a gravação de "One Man Army"?

Thomé: O Thiago é um belo personagem... Ele deu um monte de boas idéias durante todas as etapas do processo. Às vezes a gente concordava, outras não, mas ele foi bem profissional e a gente sempre conseguiu chegar a um consenso ou uma alternativa que agradava a todos.

Whiplash!: E que cuidados o Vanquish está tendo para a divulgação de sua música? Estão conseguindo se apresentar ao vivo? Parece que o público está numa fase em que prefere ouvir as pragas das bandas cover do que as autorais...

Thomé: O público realmente gosta dos clássicos... Não é necessariamente uma coisa ruim. Não achamos ruim a gente tocar músicas conhecidas de outras bandas, afinal, essas músicas também são parte da nossa influência, mas procuramos manter um balanço que funcione, não queremos virar uma ‘banda tributo’. Afinal, temos nosso trabalho, do qual nos orgulhamos e queremos divulgar.

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Thomé: Vemos SIM uma grande dificuldade em divulgar som próprio no nosso país, principalmente em grandes cidades como São Paulo. Recentemente temos nos apresentado em algumas casas em São Paulo e todas se negam a oferecer um horário bom para qualquer artista que queira apresentar seu trabalho próprio sob o argumento ‘as pessoas não vem necessariamente para curtir um som, vem para consumir e ter um bom som ambiente’ ou até mesmo ‘desculpe, mas sextas e sábados apenas banda cover, se não a casa não lota’... Não digo que estejam errados, afinal, sem lucro a casa quebra, mas falta certa ‘curiosidade’ do público brasileiro em conhecer algo novo que venha do seu país. É só analisar o mercado atual... Pense em uma gama de bandas de maior sucesso na atualidade... 90% delas têm algum membro que fazia parte de alguma (das pouquíssimas) bandas que no passado foi famosa ou ainda é.

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Thomé: Mas estamos adotando formas diferentes de tentar mudar essa cultura fazendo parcerias com excelentes bandas que estão aparecendo no nosso país. Uma delas é a banda Kattah (que mistura elementos árabes ao seu som). Eles estão terminando seu primeiro álbum e em breve faremos uns shows juntos, vale à pena conferir www.myspace.com/officialkattah.

Whiplash!: Aliás, essa é uma questão que leva a outra: há alguns anos esse pessoal que se limita a somente fazer downloads afirmava que '... Não iam ficar dando dinheiro para as gravadoras...'. Atualmente o argumento é '... As bandas devem captar recursos através de seus shows...'. Mas grande parte do público brasileiro simplesmente ignora os grupos novatos. Como um artista sobrevive com esse tipo de headbanger?

Thomé: Esse tipo de headbanger é ignorante, pois ele foi criado em uma cultura de ignorantes e gananciosos. Ou seja, em vez de as gravadoras e bandas (vocês imaginam de qual estamos falando) brigarem judicialmente atrás de direitos autorais quando o NAPSTER estava no auge, se elas tivessem feito um acordo de venda de músicas a preços populares naquela época, hoje tanto as gravadoras quanto os artistas poderiam estar ganhando, pois teria sido criada uma cultura de compra de músicas e não teríamos essa mentalidade cretina onde o artista se fode e a gravadora também.

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Thomé: Respondendo friamente sua pergunta, hoje, se esse headbanger for prestigiar um show, já é alguma coisa.

Whiplash!: Considerando todas as dificuldades da cena nacional e a maleabilidade da música apresentada em "One Man Army", o que podemos esperar do Vanquish no futuro?

Thomé: Bom, estamos organizando uma série de projetos, alguns envolvendo outras bandas, outros por conta própria. Já temos alguns shows marcados e outros em negociação. Tivemos também algumas propostas internacionais interessantes que estão em processo atualmente. Enquanto isso as idéias continuam fluindo, e quem sabe, ‘já-já’ gravamos outro álbum, hehe...

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Whiplash!: Ok, pessoal. O Whiplash! agradece pela entrevista desejando boa sorte à banda. Seu disco está muito legal! O espaço é de vocês para as palavras finais.

Thomé: Bom, primeiramente gostaríamos de agradecer ao Whiplash! por ceder este espaço, e principalmente as rádios Rock Free Day (www.rockfreeday.com.br) e a Metal Militia (www.metalmilitia.com.br) que nos dão uma puta força e acreditam no nosso trabalho.

Thomé: Convidamos aqueles que estão nos conhecendo agora a fazer parte dessa experiência que tem sido tão agradável até aqui. Quem quiser, pode achar o "Vanquish - One Man Army" nas grandes lojas online e físicas ou pode nos acompanhar no www.myspace.com/vanquishtheband, e ficar sabendo em primeira mão de qualquer novidade sobre o Vanquish e até mesmo entrar em contato conosco pelo [email protected].

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Thomé: Muito obrigado a todos e um grande abraço.

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Sobre Ben Ami Scopinho

Ben Ami é paulistano, porém reside em Florianópolis (SC) desde o início dos anos 1990, onde passou a trabalhar como técnico gráfico e ilustrador. Desde a década anterior, adolescente ainda, já vinha acompanhando o desenvolvimento do Heavy Metal e Hard Rock, e sua paixão pelos discos permitiu que passasse a colaborar com o Whiplash! a partir de 2004 com resenhas, entrevistas e na coluna "Hard Rock - Aqueles que ficaram para trás".
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