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Symmetrya: o passado e os planos para o futuro

Por Ben Ami Scopinho
Postado em 03 de fevereiro de 2009

Já é fato mais do que comprovado que o brasileiro médio é extremamente criativo no que diz respeito à música... E a Symmetrya mostra claramente isso com seu primeiro álbum, "Eternal Search", que traz uma fusão das mais variadas vertentes pelos subgêneros pelos quais o rock pesado se expandiu ao longo dos anos. Em suma, um álbum do mais completo Heavy Metal!

Natural da cidade catarinense de Joinville, a banda está na ativa desde 2001 e traz em sua formação Jurandir Júnior (voz), Ney Soteiro (guitarra), Milton Maia (teclados), Alexandre Lamim (baixo) e Marcos Vinícius ‘Nâna’ (bateria). Para conhecer mais um pouco sobre o conjunto, o Whiplash! conversou com Milton, que deu uma geral no passado e os planos para o futuro do Symmetrya.

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Whiplash!: Olá Milton! Que tal começarmos com um resumo do início das atividades da Symmetrya?

A Symmetrya foi formada no final de 2001, inicialmente realizando shows pela região de Joinville. Em 2003, gravamos nosso primeiro e único CD-Demo, que nos gerou bons contatos em outras cidades e estados, e posteriormente os convites para as coletâneas "Valhalla Demo Section Vol. I" e "Rock Soldiers Vol. 10", ambas lançadas em 2004. A partir daí fizemos uma grande quantidade de shows, tocamos com bandas como Shaman, Primal Fear, Dark Moor e recentemente Hangar e André Matos. Em 2007, depois de muita dedicação, atingimos nosso primeiro objetivo, o lançamento de nosso primeiro CD.

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Whiplash!: O quanto a participação do Symmetry nas coletâneas "Valhalla Demo Section I" e "Rock Soldiers Vol 10", ambas de 2004, abriram espaço para a banda no cenário brasileiro?

A participação nessas coletâneas foi muito importante para a Symmetrya naquele momento, porque aumentou muito a visibilidade para uma banda que estava começando e que muita gente ainda não conhecia, até porque tínhamos apenas um CD-Demo lançado. Outro fator importante e de orgulho a se destacar foi que na época a Symmetrya foi escolhida como uma das dez melhores bandas entre as outras bandas que haviam passado pela seção de resenha de demos desta revista (Valhalla) nos últimos cinco anos. Vale também destacar que, para nós, foi importante sabermos que a banda estava sendo cogitada a participar pela qualidade das nossas músicas e conseguimos muitos contatos importantes na época.

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Whiplash!: Deve ter sido pesaroso ter que mudar o nome do grupo depois de estar com duas de suas canções nestas compilações, não? Qual é a história, afinal? Esse Symmetry europeu tem alguma relevância por lá, ou discos no mercado?

Não foi uma decisão fácil, e havíamos pensado em mudar completamente o nome porque o nome Symmetry foi escolhido numa série de nomes possíveis e nós optamos por este, pois pareceu significar mais a intenção da banda e com os nossos ideais pessoais, que é sempre procurar a perfeição, seja ela em qualquer sentido, musical ou pessoal, e simetria quer dizer que dois lados de qualquer coisa são perfeitos. Mais tarde soubemos que já existia uma banda com este nome na Europa, então depois de uma pesquisa junto a amigos e pessoas do meio, resolvemos acrescentar um ‘A’ no final, o qual tem o mesmo significado, porém com escrita em grego, evitando assim possíveis problemas e brigas judiciais num futuro próximo para ambas as bandas. O único fato negativo foi que estávamos divulgando o nome em todo o Brasil e no exterior e muitas pessoas já nos conheciam pelo nome anterior.

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Whiplash!: Vocês estrearam com um excelente álbum! Desde quando "Eternal Search" vem sendo preparado?

Pouco tempo depois que a banda foi formada, nós já começamos as composições próprias, e quando entramos no estúdio para gravar, todas as músicas já estavam prontas, poucas coisas foram acrescentadas ou modificadas em estúdio. Não houve nenhum conceito específico que ligassem as músicas umas nas outras, apenas algumas letras que abordam temas semelhantes.

Whiplash!: Algo que chama muito a atenção em suas canções é a forma como vocês fundem várias das facetas do Heavy Metal, recriando e tendo como resultado final um estilo já bastante definido. Como foi o processo de composição e gravação de "Eternal Search"?

A música da Symmetrya é a mistura de todas as influencias e gostos pessoais de cada integrante, pois cada um coloca sua personalidade e sentimentos nas músicas, então você notará que sofremos influencias de vários estilos que vão desde o hard rock, metal tradicional, melódico e até o progressivo, mas não gostamos de rótulos, pois limita muito o trabalho de uma banda ou artista. Acredito muito no nosso trabalho e penso que o conjunto como um todo se destaca, pois somos como uma equipe.

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Whiplash!: Você ficou plenamente satisfeito com o resultado final do álbum?

Ficamos muito satisfeitos com a arte gráfica, encarte, músicas e produção, porém músicos são pessoas muito exigentes consigo mesma. Analisando agora e depois de várias audições, achamos que muitos detalhes da produção como um todo podia estar melhor, mas levando em conta que nosso orçamento era bem limitado e que tivemos de mudar de produtor no meio das gravações, acredito que fizemos um bom trabalho. Basta acessar nosso site e as comunidades de relacionamentos do orkut e myspace para ler as mensagens deixadas sobre as músicas, encarte e capa. Toda banda sempre procura oferecer o seu máximo e com certeza para o próximo álbum será um trabalho ainda melhor em todos os sentidos

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Whiplash!: Os vídeos promocionais ''Wings Of Tragedy'' e ''Learn To Live'' ficaram muito bons. Como aconteceu o envolvimento de vocês com o produtor Lorenzo Bonicontro e Diego Dambroski, conhecido por trabalhar com o holandês The Gathering?

Conhecemos o Lorenzo pelo trabalho que ele havia realizado com as bandas The Gathering, como você citou, e também pelo videoclipe que ele fez para a banda Perpetual Dreams, que são grandes amigos nossos, e também pelo seu trabalho com outras bandas como o Dragonheart e Seven Angels.

Whiplash!: O selo paulistano Force Majeure Records há anos vem dando seu apoio ao underground. Como rolou a parceria entre vocês?

Quando o álbum foi finalizado, enviamos material completo para várias gravadoras nacionais e a Force Majeure foi a que mostrou maior interesse e nos fez uma proposta. Bom, nos dias atuais, com o advento da internet, qualquer banda pode divulgar sua música pela internet, porém todas as bandas e gravadoras sofrem com os downloads ilegais de músicas e gravadoras pequenas teem muitas dificuldades e fica muito difícil investir em bandas novas. Então, levando em conta tudo isso, acreditamos que está sendo feito um bom trabalho de distribuição junto aos lojistas e redes de distribuição.

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Whiplash!: Como você vê o atual cenário metálico brasileiro?

Eu vejo que existem muitas bandas boas no cenário nacional, porém o público valoriza muito mais as bandas internacionais, mesmo com qualidade inferior em muito dos casos. Acredito que essa cultura pode e deve mudar com um trabalho conjunto entre as bandas, mídias (revistas, sites e blogs) e gravadoras. E muito difícil mudar a cultura de um segmento como um todo, porém, se o Brasil conseguiu mudar a cultura da inflação em poucos anos, porque não haveríamos de conseguir também essa mudança de conceito, até porque o público metal/rock do Brasil é muito criativo, de personalidade forte, possui um nível de escolaridade alto e aberto a mudanças.

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Whiplash!: E como está a agenda de shows para o Symmetrya?

Desde 2007, quando o álbum foi lançado, realizamos mais de 20 apresentações, incluindo programas de TV, shows beneficentes e ainda lançamos dois videoclipes, um para a música "Learn To Live" e outro para a "Wings Of Tragedy". Estamos compondo material para o próximo álbum desde o segundo semestre do ano passado e paralelamente estamos fazendo ainda alguns shows, dando prioridade para as apresentações em lugares onde nunca estivemos, pois não queremos atrapalhar e atrasar o processo final das composições do novo álbum que devemos gravar esse ano.

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Whiplash!: O que você poderia compartilhar sobre os planos para o próximo álbum? Haverá alguma reorientação musical nas futuras composições?

As músicas não sofreram mudanças de direcionamento drásticas, continuaram na mesma linha do primeiro, com os mesmo elementos. As novas composições já estão praticamente todas prontas e finalizadas, faltando apenas alguns arranjos e algumas letras a serem finalizadas. Acredito que estamos com um bom material e criamos excelentes composições para o próximo álbum, porém queremos melhorar bastante a produção, masterização e mixagem como um todo em relação ao primeiro.

Whiplash!: Milton, para finalizar, uma curiosidade… Estava lendo a biografia do Symmetrya e vi que seu instrumento inicial foi o baixo. O que te fez mudar para o teclado? É uma mudança considerável.

Na época o tecladista resolveu deixar a banda para se dedicar aos estudos, e como é muito difícil encontrar tecladistas que gostem de metal, foi uma mudança natural, porque eu toco contrabaixo e estou envolvido com música desde a minha adolescência e paralelamente aprendi algo com sintetizadores. Como nunca usei palheta e trabalho muito com digitação, acabei desenvolvendo uma forte tendinite, sendo que a única solução seria operar (isso aconteceu também com Dave Mustaine, do Megadeth). Como não me acostumei a tocar de palheta e coincidentemente o tecladista resolveu deixar a banda, assumi esta função e então foi só procurar por um baixista, algo bem mais fácil de encontrar na região.

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Whiplash!: Ok, cara! Agradeço pela entrevista e o espaço é todo teu para as considerações finais.

Obrigado a você e a toda equipe do Whiplash! pelo espaço cedido e a oportunidade de poder agradecer a todos aqueles que nos apóiam e acompanham o trabalho da banda. Também convido as pessoas que quiseram saber mais sobre a banda, nossos shows ou mesmo entrar em contato a visitarem o nosso site e MySpace, nossas comunidades no orkut e a assistirem aos nossos videoclipes e vídeos no youtube.

http://www.symmetrya.com
http://www.myspace.com/symmetrya

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Sobre Ben Ami Scopinho

Ben Ami é paulistano, porém reside em Florianópolis (SC) desde o início dos anos 1990, onde passou a trabalhar como técnico gráfico e ilustrador. Desde a década anterior, adolescente ainda, já vinha acompanhando o desenvolvimento do Heavy Metal e Hard Rock, e sua paixão pelos discos permitiu que passasse a colaborar com o Whiplash! a partir de 2004 com resenhas, entrevistas e na coluna "Hard Rock - Aqueles que ficaram para trás".
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