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Sepultura: "Não temos interesse em reviver o passado!"

Por Fabio Kuriyama
Fonte: Blistering.com
Postado em 25 de janeiro de 2009

A seguir tradução completa de entrevista concedida por Andreas Kisser ao Blistering, de onde foi extraído o trecho abaixo, publicado há alguns dias.

Blistering.com: Já passaram 10 anos que o Derrick ingressou no SEPULTURA. Voce sente como se ele estivesse ingressado ontem?

Kisser: Sim. Isto mostra como as coisas acontecem rapidamente. Para mim, isto foi passo a passo... Como toda a estrutura da banda e do grupo, Derrick evoluiu muito desde o primeiro álbum e turnê que fizemos. Hoje é totalmente diferente. Ele está cantando cada vez melhor e controlando sua voz - grave, profunda, veloz, acrescentando personalidade às musicas - foi incrível acompanhar seu desenvolvimento".

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Blistering.com: Durante todo este tempo de banda, o que o Derrick acrescentou de fato?

Kisser: "Nós compomos juntos todas as músicas, seu conceito, e tentamos criar o nome para a faixa. Ele tem tocado guitarra e sempre traz novas idéias e riffs. Primeiro nós levamos as nossas idéias e o Jean (baterista), que tem contribuído muito com sua influência e habilidade, traz as suas e então tentamos mesclar todas elas juntas. A maioria dos elementos partem da guitarra. Os riffs acontecem primeiro e nós os desenvolvemos da forma que nos agrada (risos). Derrick contribue muito em vários aspectos - ele realmente compõe excelentes letras. É uma pessoa muito fácil para se trabalhar".

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Blistering.com: Voce disse que não procurou por Derrick. Você acha que poderia ter assumido o posto de vocalista?

Kisser: "Sim, depois que Max saiu da banda. Isto foi brutal e chocante. Ele fazia tudo - gerenciava, era o contato com a gravadora, então tivemos que reconstruir tudo do zero e ainda investir na banda como um trio. Eu fiz alguns vocais mas nunca cantei ao vivo - fizemos apenas algumas experimentações no estúdio. Nós tinhamos a idéia de fazer algo completo, como faziamos na epoca do Max. Derrick chegou em abril de 1998 e eu não sei como... E quem sabe?? (risos) Nós poderiamos ter mais um integrante porem eu não me sentia realmente confortável como vocalista. Não apenas por cantar, teria que mudar toda a minha atitude para algo totalmente diferente e eu não queria perder todas as coisas que conquistei como guitarrista, coisa que eu amo muito mais".

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Blistering.com: Como você classificaria o álbum "Against" dentro dos demais trabalhos do Sepultura?

Kisser: "Não sei... É um disco estranho. Gravamos este álbum sobre pressão, incomodados e de forma anormal. É um trabalho importante, que trouxe o Sepultura de volta. Mostrou que podíamos prosseguir como banda com Derrick no vocal e foi um disco pesado do ponto de vista musical. Foi diferente do que fizemos no 'Roots' e em outros anteriores. Ao menos ele nos manteve unidos e ficamos aptos para tocar com Slayer e Metallica pela primeira vez, fizemos ótimos shows e foi uma boa oportunidade para apresentar o Derrick".

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Blistering.com: Qual a sensação de ser uma prioridade na SPV? Sabemos que não foi assim ate o final do contrato com a Roadrunner.

Kisser: "Como disse, quando o Max saiu ele realmente levou tudo e a Roadrunner focou todo o seu trabalho no Soulfly. Óbvio que foi conveniente a ela manter toda a estrutura do Sepultura que foi construída ao longo de dez anos. Eles nunca acreditaram em Derrick e na nova formação. Eles nao acreditaram em uma 'nova versão' do Sepultura. A Roadrunner esteve muito envolvida desde o início do Sepultura - o que dificultou trabalhar com as mesmas pessoas que trabalhavam com Max. Isto foi louco! Depois do 'Nation' não renovamos o contrato e foi tranquilo. Não brigamos com os advogados, apenas não queriamos estar com quem não nos queria e tudo fluiu perfeitamente. Foi muito bom finalmente trabalhar com pessoas que nunca estiveram envolvidas com o passado. A SPV vê o Sepultura como o futuro e acredita na banda. Nós crescemos mais rápido do que se estivéssemos na Roadrunner".

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Blistering.com: A óbvia vantagem de estar com a SPV é de poder fazer um álbum como o "A-Lex".

Kisser: "Sim, e como. Foi bom ver que há pessoas confiando em nossa atual formação e acreditando em pessoas que darão o máximo de si como Derrick e Jean. É bom ter liberdade e suporte, ainda mais quando se vai ao estúdio e se tem todo o tempo para trabalhar no conceito e criação do álbum. É um relação muito saudável".

Blistering.com: Como desenvolveram o conceito do "Laranja Mecânica"?

Kisser: "Somos muito fãs do filme. É um clássico muito especial, poderoso e estou familiarizado com a sua história e consequencias. Desde o 'Dante XXI' que foi inspirado em um livro, estivemos envolvidos com filmes e suas trilhas sonoras no Brasil. O legal de compor uma música para um filme é que a nossa criatividade é concebida pelas limitações impostas do storyline, nos tornando mais criativos ainda. Nos filmes, você tem que respeitar o diretor e o desenvolvimento da trama, então se faz coisas com o qual não está acostumado. Temos que fazer mais com menos"..

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Blistering.com: Jean trabalhou de forma brilhante em "Filthy Rot" e "What I do". O que ele de fato acrescentou?

Kisser: "Jean é um músico fenomenal e incrível. Ele é muito mais jovem do que nós e um grande fã do Sepultura. Ele conhece a nossa música e respeita o Igor no estilo e como baterista. Ele é um cara legal, muito musical, talentoso e a nossa química agora é unica. Fazemos muitas jams e gostamos de tocar diferentes estilos. A maioria das coisas que estão no álbum vieram dos ensaios destas jam sessions".

Blistering.com: Foi dificil ter alguém novo na formação?

Kisser: "Na realidade não. Jean não veio para substituir o Igor. Ele não veio para copiar o Igor dentro de uma certa maneira e isto é legal - eu sei que o Igor não está ali (risos). Nós apenas trabalhamos com um cara que teve uma formação, influências e outras coisas diferentes. Claro, Igor esteve na banda por muito tempo mas Jean está há três anos e a fase de transição já passou".

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Blistering.com: Há algum ressentimento com esta nova formação no Brasil? Na América do norte, parece que a formação antiga é o que todos recordam quando se pensa no Sepultura.

Kisser: "Estamos sentindo vibrações positivas de todos os lugares. Max (Cavalera) tem tocado nos EUA muito mais que nós, então as opiniões dele aparecem com mais frequência na imprensa local. Acho que é normal, é propaganda. Max é louco - diz sandices nas entrevistas, se contradiz muito. Nunca dá pra se levar em consideração o que ele fala, então acho que isso deixa as pessoas confusas. Todos têm o direito de dizer o que quiserem, mas acho que poderíamos evitar tudo isso. Teremos a chance de voltar aos Estados Unidos. Esse álbum (A-Lex) é muito forte e a reação a ele também tem sido. Estou dando muitas entrevistas para a imprensa norte-americana e isso é positivo. O Sepultura está vivo, não parou em 95 ou 96. Recriamos a banda todos os dias".

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Blistering.com: Há um sentimento de orgulho sabendo que vocês foram a primeira banda de metal brasileira conhecida mundialmente?

Kisser: "Claro, é muito legal fazer algo único e especial. Tivemos tempo para aprimorar nosso estilo e no 'Chaos A.D.' houve a comprovação. No 'Arise', ainda que as pessoas nos comparassem com o Slayer, que é otimo, foi nele que encontramos o nosso rumo. É legal estar ligado por estas bandas e ser influciando por elas e é por isto que estamos aqui. Temos uma história de 25 anos, fazendo as coisas de forma relevante e o que estamos afim".

Blistering.com: Você fica tenso quando em cada entrevista te questionam sobre uma possível reunião do Sepultura?

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Kisser: "Definitivamente (risos). Desde que Max saiu isto vêm sendo perguntado, e piorou ainda mais quando o Igor saiu. Algumas pessoas criam uma pressão para nos reunirmos mas não há motivo - no geral, não estamos interessados nisto. Estamos muito focados no que fazemos agora pois estamos fazendo o que estamos afim. Não entendo todo este papo furado. Nós estamos vivos e focados no futuro - não somos feitos de plástico".

Blistering.com: Sequindo esta linha de raciocínio, se você tivesse sido mais firme na época da separação, o Sepultura estaria ganhando mais destaque com esta formação?

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Kisser: "Eu não compro esta idéia. Max é maluco e não segue nenhuma lógica e pode mudar as coisas mês a mês. Não há nada bom nisto e existe somente uma versão da história, mas temos a nossa e sabemos o que aconteceu. Não temos interesse em reviver o passado ou relatar o ocorrido. Apenas o tempo irá dizer. Papo furado, voce pode dizer o que quiser, mas as suas atitudes e maneiras de fazer as coisas é que contam. Nós fazemos as coisas. Não ficamos falando (risos).

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Sobre Fabio Kuriyama

Analista de sistemas, 28 anos, carioca nato, rockeiro e headbanger de coração, curte de Carcass a Metallica passando por The Cure a Deftones. Tenta ser um bom Baixista nas horas vagas mas há mais esforço do que talento. :)
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