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Monster: "Não tem ninguém por trás? - Não, por trás, de jeito nenhum!"

Por Fábio Faria
Postado em 20 de setembro de 2006

No meio da turnê de divulgação de seu mais recente álbum, o conjunto paulista MonsteR concedeu uma entrevista bem humorada para o Whiplash!. Paulo "X", Renato Stone e E.V. Sword comentam a batalha de ser um artista independente, dão detalhes sobre a gravação de "Thicker Longer and Harder" e falam sobre o festival Brasil Metal Union.

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Whiplash! - Vocês estão divulgando o novo álbum "Thicker Longer and Harder". Como está sendo esse processo, uma vez que o MonsteR trabalha no esquema independente?

MonsteR - Trabalhamos de forma totalmente independente. É tudo a gente que faz, que vai atrás, que constrói, não tem ninguém ajudando...

Whiplash! - Não tem ninguém por trás...

MonsteR - Não, por trás de jeito nenhum (risos)... É tudo o Monster que faz e estamos bem assim.

Whiplash! - E o interessante é que dessa forma vocês podem optar sem problemas por fazer coisas do tipo "comprar o ingresso e ganhar o CD" (NR: o que a banda fez em algumas apresentações)

MonsteR - Numa gravadora isso seria inviável.

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Whiplash! - Fale sobre essa iniciativa. Tem dado o retorno esperado?

MonsteR - Não são todos os shows que podemos fazer isso, algumas casas não permitem. A gente tira uma parte do custo do ingresso para bancar o CD, praticamente sem lucro. Mas a gente faz um show em um lugar que tenha duzentas pessoas, são duzentos CDs que a gente deixa. Como o CD não está vendendo por causa de uma complicação tremenda de mercado, preço muito caro, pirataria, etc, o que acontece é que a gente acaba tendo uma divulgação melhor do que outras bandas que vendem pela forma convencional. Mesmo a venda dos CDs nos show é feita por R$10,00, que é um preço bem acessível. A repercussão está muito boa, as pessoas têm gostado muito do CD, inclusive estamos com um problema em relação ao repertório, sempre falta alguma música que o pessoal quer ouvir. Pretendemos continuar nesse esquema independente.

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Whiplash! - Vocês foram escolhidos para fazer parte do cast do Brasil Metal Union. Como foi recebida essa notícia pela banda?

MonsteR - O BMU é uma oportunidade muito legal, a gente já tocou duas vezes no festival, em 2003 e 2004, são shows ótimos porque além de ter um público grande, você é tratado como uma atração mesmo, existe um retorno muito bom. Apesar de não termos tido uma votação muito expressiva na segunda fase, muita gente questiona "porque os caras estão ai?". Simplesmente porque somos uma das bandas mais trabalhadoras do Brasil. Fale o que quiser, você escuta o nome do MonsteR em todo lugar, estamos sempre tocando. Tem uma porrada de gente que quer chegar e já sair tocando para 5 mil pessoas. A gente já fez show para quinze pessoas, entramos às cinco da manhã e foi do caralho. Somos uma banda de heavy metal, mas em muitos aspectos temos mais a ver com a cena hardcore pelo lance da independência e tudo mais. Queremos viver com os dois pés no chão, fazemos nosso CD com um custo acessível, tentamos vender para as pessoas num preço legal, para viabilizar um novo CD. É por isso que a gente tem uma constância, estamos sempre lançando material novo, pretendemos lançar algo esse ano ainda. Estamos sempre tocando e divulgando a banda. Por isso a escolha para o BMU é o reconhecimento desse trabalho.

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Whiplash! - As bases das canções desse disco novo vocês gravaram ao vivo. Como surgiu essa idéia, em que momento sentiram que isso era necessário?

MonsteR - Essa idéia já existia desde o primeiro disco, mas nos anteriores acabamos fazendo da maneira tradicional por falta de tempo e coisas do tipo. Somos uma banda "ao vivo", que precisa do público, se não tem interação com o público a gente fica brochado. Quanto mais a resposta for maior mais o show melhora. E isso é muito louco com relação ao público porque não precisa de quantidade, mas qualidade. Tocamos para 35 pessoas recentemente e eles cantaram todas as músicas e foi do caralho. E tem outra, não fazemos música para músicos, pro cara que vem conferir se erramos uma nota, fazemos para quem quer se divertir.

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Whiplash! - Sobre as letras, as temáticas são bem variadas, mas duas me chamaram a atenção, "That’s Why I Killed The President" e a "Metal Boy". A primeira tem relação com Lula especificamente ou fala dos políticos de uma forma geral?

MonsteR - Não, imagina (risos). É o seguinte, a gente sempre faz as bases das canções e eu levo pra casa e crio a melodia de voz. Baseada na melodia de voz sai a letra. Eu criei a estória de um cara psicótico que achou que deveria fazer alguma coisa por que ninguém tirava o presidente do cargo mesmo ele fazendo um monte de cagada. Sou totalmente contra o Lula, na minha opinião colocar um semi-analfabeto para governar uma nação é uma puta de uma cagada. Ele é um cara que vive a vinte anos sustentado pelo partido (PT). Dá licença, né? Então esse personagem fictício serve para o Lula, mas também para o Bush ou qualquer outro. O governo do Lula é um dos piores que o Brasil já teve, dos mais corruptos, e o povo um dos mais burros, porque vai reeleger o cara. Xingamos tanto quando os americanos reelegeram o Bush, é a mesma coisa.

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Whiplash! - E quem é esse tal de "Metal Boy"?

MonsteR - (Risos) Não é alguém específico, é uma figura até comum, folclórica, que todo mundo já conheceu. O cara que era o fodão na escola, tocava pra caralho, tinha cabelão, sempre com roupas de metal e tal. Ai você vê hoje está gordo, careca, com uma vida de merda. Na real são características de várias pessoas que a gente chegou a conhecer em algum momento. Acontece até nos shows de aparecer um amigo que a gente não vê faz um tempo e chega dizendo "pô, parei com isso" (risos). Ai você fala que tem três CDs e o cara não acredita. E dava pra ter mais, mas a gente tá no Brasil...

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Whiplash! - E vocês têm planos para o mercado exterior?

MonsteR - Sim, mas na verdade nunca fizemos nada consistente por isso. Viver de música aqui no Brasil é complicado, a gente quer trabalhar aqui, criar uma base sólida. Existe aquele papo que primeiro tem que fazer sucesso lá fora pra depois vir pra cá. Mas isso não é sólido, você engana a galera por um tempo. Não vou citar nome, mas tem banda de conhecidos meus que fizeram uma turnê européia, com vinte shows, e o público maior que eles conseguiram foi 200 pessoas. Voltaram pra cá dizendo "grande turnê européia, sucesso e tal" e daí eles conseguiram colocar mais público nos shows aqui. Isso é legal? É jogo sujo? Sei lá, cara, se a música é boa qualquer coisa vale. A gente manda material lá pra fora só que maior dificuldade no nosso caso é o estilo. Porque as pessoas não entendem o tipo de música que a gente faz. A gente não é extremo, não é melódico, não é hardcore, na nossa música temos um pouco de punk, de hard rock, de thrash metal, metal tradicional, então fica difícil de rotular. E o interessante é que vários shows que a gente faz com bandas diferentes, o nosso show se destaca independente do estilo. A dificuldade é com o pessoal de gravadora.

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Whiplash! - Pela primeira vez o E. V. Sword junto com Paul X e o Stone fizeram as vozes principais numa música do MonsteR, que é a "Us Against The World". Como rolou isso? Como vocês pretendem lidar com isso nas futuras composições do MonsteR?

MonsteR - Já rolava em show deles cantarem cover. Fazer som próprio rolou nos quarenta e oito do segundo tempo (risos). Existia a idéia e na última hora eu já tinha até gravado a voz, e decidimos tentar com o E.V. Sword e o Stone. O resultado foi muito legal e deu uma puta vida pra música. Nesse caso cada um ficou com um verso e eu cantando o refrão. Pretendemos no futuro gravar músicas inteiras com eles no vocal. Pra mim é muito bom porque é muito pesado ter que tocar e cantar um show inteiro.

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Whiplash! - Vamos falar sobre o "MonsteR Choir". Antes contava com a participação de pessoas amigas, dessa vez contou com a presença de pessoas que fazem parte de comunidades do Orkut relacionadas ao MonsteR.

MonsteR - Isso, o Orkut fez com que ficássemos com um contato muito próximo com a galera, é uma ferramenta muito boa. Tem pessoas que conhecíamos apenas de falar "oi" e que acabaram se transformando em grandes amigos. No primeiro disco chamamos amigos das antigas para gravar o "MonsteR Choir", músicos que tinham tocado com a gente no passado. No segundo, foi basicamente a equipe técnica que gravou. No último, a gente quis extrapolar. Como nos shows a participação do público era grande e queríamos trazer isso para o disco, mandamos pela lista de contato o convite e no dia de gravar eram de doze em doze pessoas no estúdio porque só tínhamos doze fones (risos).

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Whiplash! - Como banda independente a Internet tem uma importância muito grande para vocês...

MonsteR - Antes da Internet fazíamos trabalho por carta e o resultado era praticamente nulo. Quem escreve carta não tem grana mesmo. Por mais elitista que isso possa parecer, na verdade, é uma pessoa que não vai no show, não vai comprar CD, não é interessante. O site é uma puta ferramenta, pode-se ouvir as canções. Quando mandávamos fitas demos, mais de oitocentas, era uma grande dificuldade e tinha um custo.

Whiplash! - Planos para o futuro?

MonsteR - A gente pretendia gravar um DVD e um CD ao vivo nesse ano, mas decidimos adiar pro ano que vem. Tem umas idéias rolando de uns festivais que a gente quer promover; se acontecer mesmo, talvez usaremos esses shows para gravar o DVD. Ainda em 2006 sai um disco inédito.

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Whiplash! - Para finalizar, gostaria que vocês deixassem uma mensagem para os visitantes do site.

MonsteR - Olha, saiam de casa, assistam shows, tirem a bunda da cadeira (risos).

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Sobre Fábio Faria

"Maidenmaníaco" convicto, nascido em 1973, passou a escutar Rock com 10 anos de idade. Primeiro disco adquirido foi "Destroyer" do Kiss. Logo depois conheceu o álbum "Killers" do Iron Maiden, e a identificação foi instantânea. Curte todos os estilos e sub-estilos do Rock e do Metal. Sem preconceito, escuta desde Black Sabbath, Yes, Janis Joplin, Slayer, In Flames, Sex Pistols até Dream Theater, U2, Blind Guardian, Slipknot, Carcass, etc. Bandas favoritas: Iron Maiden e Beatles.
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