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Evergrey: Trabalho árduo e relação muito próxima aos fãs

Por Thiago Sarkis
Postado em 05 de setembro de 2005

Desde o debute "The Dark Discovery" em 1998, o Evergrey vem edificando uma invejável reputação na Suécia. O grupo parece crescer de produção a cada lançamento, construindo uma muralha de clássicos instantâneos como "For Every Tear That Falls", "The Masterplan", "A Touch Of Blessing", e muitos outros.

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Como conseqüência de trabalho árduo e relação próxima aos fãs, os suecos chegam agora também com muita força aos mercados das Américas, da Ásia, e de toda a Europa.

O CD / DVD duplo "A Night To Remember" coroa um percurso, até então, praticamente impecável, levando o Evergrey ao topo das paradas em sua terra natal, e trazendo-os até a América do Sul pela primeira vez, ao lado do Pain Of Salvation.

Conversamos com Tom S. Englund, guitarrista, vocalista, e líder da banda, sobre o novo trabalho e as expectativas para os shows.

Whiplash! – Seria redundante perguntá-lo como vêm sendo as respostas para o CD / DVD duplo ao vivo "A Night To Remember". Todos sabem do tremendo sucesso que o Evergrey está fazendo e a ótima repercussão mundial. Como vocês recebem este entusiasmo acerca da banda? Esperavam por algo desta dimensão?

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Tom S. Englund – No dia após o show em Gotenburgo, nós nos reunimos, discutimos o show, e chegamos à conclusão de que havia sido fantástico. Então, quando comecei a passar os arquivos para o computador em nossos estúdios, já estava convencido de que aquilo era algo realmente muito especial. Sendo honesto, sim, nós sabíamos que o resultado seria excelente, mas, por outro lado, a repercussão foi além de nossas expectativas e claro que isso é um ótimo bônus para nós.

Whiplash! – O que você diria que levou o Evergrey ao ‘status’ atual?

Tom S. Englund – Essa é uma pergunta muito difícil. Acredito que a mistura e diversidade de gostos musicais existentes entre os membros da banda criam algo muito único, e assim foi desde o início. Acho também que minha voz ajuda a separar-nos de todas as milhões de bandas por aí atualmente e, o mais importante, somos cinco indivíduos com um mesmo objetivo, exatamente as mesmas intenções e aspirações com as nossas vidas e música.

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Whiplash! – Algumas pessoas afirmam que o sucesso não reflete necessariamente a qualidade de um álbum, o quão boa é uma banda, ou se determinado lançamento é melhor que qualquer outro. Ainda neste sentido, há argumentos dizendo que 60% ou mais de um trabalho bem-sucedido é resultado de divulgação e empenho da gravadora. Como você pensa isso adaptado à realidade de "A Night To Remember"?

Tom S. Englund – Definitivamente tenho que acreditar que as opiniões dos outros não têm a ver com a qualidade daquilo que crio. Se vivesse dessa forma, não demoraria muito para que eu, como indivíduo, caísse em ruínas. O trabalho das gravadoras, imprensa, VJs é sem dúvida mais que 60% do resultado final, mas eu prefiro compreendê-los como uma parte de todo o produto e, confiantemente, ao invés de ser destrutivo para a banda, que se torne algo que ande de mãos dadas conosco da primeira nota tocada ao último item vendido.

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Whiplash! – Como podemos ler no encarte de "A Night To Remember" e nas notas publicadas no site oficial, os membros do Evergrey se dedicaram 100% para que este álbum ao vivo se tornasse algo de fato inesquecível. Conte-nos sobre essa experiência e trabalho intenso, e também fale um pouco da responsabilidade de ter que fazer tudo bem acertado e exato, sem a chance de poder cometer qualquer erro, já que tudo estava sendo gravado numa só noite...

Tom S. Englund – Apenas para aquela noite, preparamos, por pelo menos dois meses, intensa e detalhadamente os equipamentos de gravação, instrumentos, etc., com planejamento sério e dedicado. Chegou a um ponto em que estávamos próximos de esquecer a parte essencial do show, nós mesmos, e o que vem antes de tudo, os ensaios! E como escrevi no encarte, depois de não tocar a primeira nota 100% corretamente, simplesmente olhei para os outros membros e foi como se disséssemos juntos: "dane-se", vamos apenas fazer o que sempre fizemos. Esqueçamos a gravação e as câmeras. Acho que isso também ajudou a fazer CD e DVD soarem bem naturais.

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Whiplash! – Após este planejamento, como vocês chegaram às músicas que estariam no show naquela noite e também no CD?

Tom S. Englund – Novamente nos reunimos em nossos estúdios e combinamos que cada um de nós escreveria o nome de cinco músicas que absolutamente, sem dúvida alguma, independentemente de qualquer coisa, deveriam estar no show. Depois disso perguntamos aos fãs o que eles pensavam, quais músicas gostariam de ouvir no ao vivo, e realizamos uma espécie de votação pelo site oficial, já incluindo aí nossas próprias escolhas. Para nós e acho que para 80% dos fãs este é o set list definitivo. Inclui os corais, quarteto de cordas, e músicas que nunca tocamos antes e nunca tocaremos ao vivo de novo.

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Whiplash! – Uma coisa que sempre acreditei, ficou muito nítida depois de "A Night To Remember": quão intenso e pesado o Evergrey pode ser. Num tempo longínquo e às vezes ainda hoje, a banda seria colocada dentro do metal progressivo, o que acho totalmente impossível na atualidade. Qual a sua opinião sobre as considerações relativas ao estilo de música tocado por vocês?

Tom S. Englund – Nós, os cinco membros do Evergrey, não nos vemos como uma banda progressiva. Achamos que grupos como os nossos conterrâneos e colegas de gravadora do Pain Of Salvation são progressivos. O Dream Theater é progressivo. Porém, acredito que o Evergrey é dark metal melódico ou simplesmente Metal, e é isso que dizemos a qualquer um que peça para nos descrevermos.

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Whiplash! – Seria "A Night To Remember" e seus resultados comerciais mais positivos que de qualquer outro álbum do Evergrey, a prova concreta de que vocês são uma banda ainda mais forte no palco do que em estúdio?

Tom S. Englund – O Evergrey é uma banda diferente ao vivo e em estúdio. Mas eu disse diferente, não melhor. Também não é tão verdade que este álbum tenha recebido muito mais atenção ou vendido mais que os outros. Talvez os resultados em alguns países tenham sido melhores pelo empenho das gravadoras, o que é extraordinário! Esta é uma ótima chance de pessoas que não conhecem o Evergrey ouvirem a banda em sua forma mais direta, ao vivo, e num tipo de "best of". Acredito que isso sim atraiu mais fãs ao redor do mundo.

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Whiplash! – Vocês realizaram as gravações no Storan Teatern, uma casa extremamente conceituada em Gotenburgo. Foi a primeira vez que uma banda de metal tocou lá, certo? Fale-nos sobre a atmosfera do local, especialmente na noite em que o show foi gravado...

Tom S. Englund – A atmosfera era eletrizante e tentei capturar isso o mais próximo possível ao mixar o DVD. O Storan é um antigo teatro e, como você disse, foi realmente a primeira vez que uma banda tocou lá. O local é fantástico e conseguimos passar isso muito bem no DVD. Indubitavelmente nos completou perfeitamente. Não posso esquecer de falar que nosso diretor Patric Ullaeus é totalmente responsável pela excelente imagem, e fez com que todos aparecêssemos muito bem no DVD.

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Whiplash! – O Evergrey já esteve em excursão pela América do Norte, tocando com Children Of Bodom, Arch Enemy e Iced Earth. Como foram essas turnês e a resposta dos americanos à banda ao vivo?

Tom S. Englund – Sim, nós excursionamos com Children Of Bodom, Iced Earth e depois com o Arch Enemy nos Estados Unidos. Já foram três turnês americanas e durante estas passagens tivemos três vídeos nossos tocados por lá na MTV2, realizamos três dias de coletivas de imprensa em Nova York, e isso tudo deu muita força para que crescêssemos bastante naquela região. A atenção ao Evergrey na época foi extremamente grande, e os fãs foram fantásticos.

Whiplash! – Qual seria a principal cena para o Evergrey na atualidade? É ainda possível localizar isso com precisão, ou já falamos de um sucesso mundial?

Tom S. Englund – É sucesso desde que uma única pessoa além da minha mãe compre o CD. Então acho que sim, somos um sucesso mundial! (risos) Mas na América do Norte estão nossos maiores mercados, e Turquia, Grécia. Temos crescido muito em outros lugares onde tocamos mais de uma vez. Só estamos esperando para conquistar a América do Sul e aí será incrível.

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Whiplash! – E a Suécia? Como o Evergrey é recebido em seu próprio país? Gostaria de tê-los visto no Sweden Rock Festival...

Tom S. Englund – A Suécia é um mercado enorme para nós. Nosso DVD estreou no topo das paradas suecas, se manteve na mesma posição na segunda semana, e continua no Top 10 depois de nove semanas! Este ano infelizmente não tocamos muito na Suécia, mas certamente voltaremos a fazer longas turnês pelo país em 2006.

Whiplash! – Por falar em Suécia, vocês começaram a carreira com o apoio de um célebre sueco, ninguém menos que Andy LaRocque do King Diamond. Contudo, nunca li comentários do Evergrey sobre essa parceria com ele, as produções realizadas, etc...

Tom S. Englund – Trabalhar com Andy LaRocque como produtor nos nossos três primeiros álbuns (N. do E.: "The Dark Discovery", "Solitude, Dominance, Tragedy", e "In Search Of Truth") foi ver um sonho se tornar realidade. É muito raro ter a oportunidade de trabalhar lado-a-lado a um dos ídolos de sua infância. Poucos conseguem, e sou muito feliz por ter vivido isso. Só tenho coisas positivas a falar sobre Andy. A paixão dele pela música é algo que raramente vi em outras pessoas.

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Whiplash! – A cena sueca é simplesmente monstruosa. É o país do rock no século XXI, sem dúvida. Como é viver e participar disso?

Tom S. Englund – A Suécia é definitivamente uma cena muito forte, não só para Metal ou Hard Rock, como também para a música Pop. É fenomenal viver isso aqui. A música é o terceiro produto de exportação da Suécia, isso é fantástico!

Whiplash! – Eu não sabia disso. Realmente incrível. E essa cena está a caminho do Brasil, representada por Evergrey e Pain Of Salvation, que confirmaram a turnê conjunta na América do Sul. Quais as expectativas para esses shows?

Tom S. Englund – Primeiro de tudo preciso ser honesto e dizer que a razão de estarmos indo é a grande demanda dos fãs sul-americanos. Faríamos qualquer coisa para tocar aí. Só precisávamos do convite e acertar os detalhes. Ter o Pain Of Salvation como parceiro nessa turnê é simplesmente maravilhoso, já que gostamos da banda, e somos colegas de gravadora em todo o mundo. Só posso esperar por casa cheia e que as duas bandas concordem em todos os detalhes, sem atitudes de ‘rockstar’. Tenho certeza que vai dar tudo certo, pois conhecemos o pessoal do Pain Of Salvation, já nos encontramos algumas vezes anteriormente, e foi bem legal!

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Whiplash! – Certamente não haverá tempo para tantas músicas como em "A Night To Remember", mas o que vocês estão preparando em relação a set lists?

Tom S. Englund – Ainda não sei exatamente quanto tempo cada banda vai tocar. Acho que teremos setenta e cinco minutos ou mais, e ainda estamos pensando nosso set list. Diga a nossos fãs para nos escrever enviando sugestões e o que querem e gostariam que tocássemos. Podem usar meu email que está no site oficial.

Whiplash! – Passaremos a mensagem Tom. Muito obrigado pela entrevista. Esperamos ansiosos pelo Evergrey nessa turnê com o Pain Of Salvation, e depois, da maneira que for.
Tom S. Englund – Olha Thiago, nós mal podemos esperar...

Site Oficial – http://www.evergrey.net

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Sobre Thiago Sarkis

Thiago Sarkis: Colaborador do Whiplash!, iniciou sua trajetória no Rock ainda novo, convivendo com a explosão da cena nacional. Partiu então para Van Halen, Metallica, Dire Straits, Megadeth. Começou a redigir no próprio Whiplash! e tornou-se, posteriormente, correspondente internacional das revistas RSJ (Índia - foto ao lado), Popular 1 (Espanha), Spark (República Tcheca), PainKiller (China), Rock Hard (Grécia), Rock Express (ex-Iugoslávia), entre outras. Teve seus textos veiculados em 35 países e, no Brasil, escreveu para Comando Rock, Disconnected, [] Zero, Roadie Crew, Valhalla.
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