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Thy Light - Quando angústia se torna expressão...

Resenha - Thy Light – Thy Light

Por
Postado em 04 de setembro de 2025

O cultuado Thy Light germinou, há duas décadas, no interior paulista, na cidade de Limeira. Alçando, desde então, voos elevados, ascendeu como um dos mais notáveis nomes da música extrema, na vertente depressivo-belo-melancólica, posição que ainda ocupa, por mérito e por justiça.

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Thy Light conquistou espaço não apenas em território nacional. Projetou-se ao mundo. Paolo Bruno, sua mente criativa, está radicado na Europa. E o Thy Light compõe, atualmente, o cast de inumeráveis festivais prestigiados daquele circuito.

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O material mais recente, um EP autointitulado, já não é tão novo. Lançado em 2021, viu a luz do dia no epicentro da pandemia, momento em que, por sinal, testemunhou-se não apenas intensa profusão artística, mas crescente interesse por música (e, claro, por outras formas de expressão cultural). Tudo isso, reflexo do necessário lockdown à época.

O EP Thy Light é composto por duas canções, Infinite Stars Thereof e The Crossing of the Great White Bear. O trabalho alcança, porém, verdadeiro status de full-length, com seus 36 minutos de duração (a primeira faixa estende-se por aproximadamente 19 minutos e, a segunda, por cerca de 17 minutos).

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O conjunto impera, com pródigas razões, como referência absoluta e indiscutível do gênero. O EP Thy Light revalida o prestígio de sua irretocável biografia.

Como sempre repito, a degustação de trabalho artístico-musical propriamente dita pertence ao ouvinte, em sua íntima contemplação. Não há comunicação escrita que lhe equivalha ou lhe substitua, efeito da natural limitação das palavras. Isso é especialmente válido em relação ao Thy Light, considerando sua tapeçaria e estrutura musicais multiformes, complexas e atmosféricas. Mais que isso: emotivas e sentimentalistas em níveis transcendentais. De todo modo, arrisco-me ao rabisco de algumas palavras, inclusive como forma de instigar o ouvinte ao saboreio desse material.

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Embora composto por duas faixas, o EP é, como já mencionado, bastante extenso. E o principal ponto: multivariado. Esqueçam-se aqui, portanto, daquelas faixas ultralongas de black metal melancólico que se arrastam, interminavelmente, por riffs que se repetem, à exaustão, por escassas notas. Os contornos característicos de Thy Light são, justamente, o oposto: a experimentação e a alteração cíclica das rotações e de movimentos, tudo preparado num caldeirão denso, complexo e carregado de inventividade e de criatividade.

É dizer: o ouvinte é exposto, no curso da audição, a "várias canções distintas", alocadas e unidas no interior de cada uma delas, a tornar a degustação sonora uma experiência dinâmica e distintamente prazerosa.

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Infinite Stars Thereof, faixa inaugural, inicia-se com um longo trecho instrumental. Ancora-se, em seu nascedouro, numa verve psicodélica, que mescla sutis influências de space rock com um aflitivo clima de suspense (comparativamente semelhante àqueles momentos climáticos imediatamente anteriores à combustão de um susto em filmes de terror psicológico).

A canção é prorrompida, então, com uma intensa explosão sonora, inaugurando a entrada dos demais instrumentos e do vocal, esse último, desenvolvido num estilo visceralmente rasgado.

O ritmo de Infinite Stars Thereof, no seu aspecto geral, alterna-se entre o lento-arrastado e o moderado, embora alguns de seus arranjos sejam episodicamente mais velozes. A veia tétrica de desolação é primorosamente trabalhada ao longo dos percursos instrumentais, permitindo a evolução da canção a partir das múltiplas mudanças climáticas e do protagonismo de diversos instrumentos, talhados alternadamente, cada um a seu tempo.

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As incursões vocais, com seu inconfundível desespero estético, são perfeitamente adaptadas à proposta musical e, inseridas com justeza – equilibradamente e sem excessos –, elevaram as camadas musicais a uma atmosfera verdadeiramente angustiosa. E isso, no contexto desse EP, alcançou estatura do mais genuíno elogio.

Por volta da marca de 15 minutos, Infinite Stars Thereof agracia o ouvinte com um belíssimo, emocionante e longamente imponente solo de guitarra, sucedido por um arranjo de guitarras-gêmeas. Essas incursões resgatam certo espírito tradicional do heavy metal, funcionando como mais um elemento para enriquecimento das complexas multicamadas da paisagem musical de Thy Light.

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Em seus momentos finais, Infinite Stars Thereof amaina-se. Embora preserve o clima carregado, denso e soturno, a tensão até aqui propulsora tempera-se com alguns arranjos, sutis e doces, de violão, e com uma caída de tempo que encerra, em ambiência acústica, essa verdadeira epopeia. Nesse primeiro cerrar de cortinas, o ouvinte recupera-se com certa sensação de agradável conforto, ao manso esmorecer do som de chuva, inserido ao fundo e em fade-out.

A segunda faixa, The Crossing of the Great White Bear, conserva as qualidades e a estética já expostas. Inicia-se igualmente em clima soturno e sombrio, mas, aqui, com aura e contorno belo-melancólicos desenvolvidos num longo, suave e envolvente arranjo de teclado.

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A exemplo da predecessora, essa canção também possui uma cadência que se alterna, ritmicamente, entre o lento e o moderado.

Se, porém, na composição anterior, imperam os elementos tétrico-horripilantes de terror e de aflitiva apreensão, em The Crossing of the Great White Bear predomina a ambiência triste-taciturna, verve que encontra eco em sua própria inspiração. Afinal, The Crossing of the Great White Bear foi idealizada como íntima e pessoal homenagem do compositor ao falecimento de uma pessoa de seu relacionamento próximo.

Semelhantemente, essa canção é complexa e multiforme. Por volta de 12 minutos, evolui para um clímax, na forma de crescendo, com um arranjo de guitarra capaz de colocar o ouvinte em verdadeira espiral e ao centro de um vórtice de emoções e sentimentos.

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Então, abruptamente – e, aqui, no melhor dos sentidos –, The Crossing of the Great White Bear sofre uma caída de tempo, criando uma espécie de anticlímax sequenciado por notas de teclado e pela pulsação do baixo. Essa cozinha conquista um protagonismo essencial ao clima que se segue.

Esculpindo, a partir de então, verdadeira aura cinematográfica, ambientada palpavelmente em filmes de suspense e de terror psicológico, The Crossing of the Great White Bear inclina-se aos seus momentos finais. Com um apagar de luzes também psicodélico, moldado, porém, com contornos sinistros – ingredientes que transmitem dissoluta sensação apocalíptica –, o EP Thy Light cerra as suas cortinas, prostrando o ouvinte nesse redemoinho de emoções.

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E assim se encerra esse monumental, epopeico e escultural trabalho musical.

Há conjuntos que, enveredando para meandros interiores-contemplativos, manifestam-se por meio da arte belo-melancólica. Outros, à sensorialidade do terror e do suspense. Há, ainda, aqueles que incursionam em facetas tétrico-angustiosas de desesperança, de desolação e de desespero. O Thy Light habita os lúgubres campos dessa última expressão, transformando angústia em linguagem musical. Mais: em verdadeiro canal de comunicação. E assim o faz com extrema competência, reverberando a sua intensa carga emocional na sensorialidade do ouvinte, à sua pele, espírito e coração, totalmente envoltos pelas camadas desse mosaico de sentimentos.

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Altamente recomendável, portanto.

Por fim, um depoimento pessoal que gostaria de compartilhar.

Recentemente, Paolo Bruno revisitou o Brasil por algumas semanas. Em determinada data, ele esteve num pub numa cidade próxima à minha (local que visito com frequência, por sinal). Soube, por "informações privilegiadas", que ele estaria lá. Desloquei-me, então, levando comigo o EP Thy Light. Encontrei-o. Começamos a conversar, intermediado pelo extremamente carismático dono do pub.

O bate-papo perdurou, seguramente, por quase 2 horas. Um momento especialíssimo e particularmente inesquecível. Paolo Bruno é não apenas uma das grandes mentes brilhantes em atividade no circuito do heavy metal. É, sobretudo, uma das pessoas mais carismáticas, acessíveis e agradáveis com quem tive o prazer de longamente conversar nessas andanças e nesses encontros que a vida me proporcionou com os artistas que admiro.

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Fica, então, a nota, que considero digna de registro.

Boa audição.

Faixas:
1. Infinite Stars Thereof.
2. The Crossing of the Great White Bear.

Formação:
Paolo Bruno – Todos os instrumentos, vocais, letras e composições.

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Resenha publicada originalmente na página Rock Show.

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Sobre Marcelo R.

"Marcelo R. é natural de Itu. Da fama de sua cidade, herdou alguns exageros, como o gosto pela música e pela literatura. Ávido leitor e aficionado por uma imensa gama de subgêneros do rock, possui especial paixão pelo metal nacional, do qual é incansável apoiador. É colecionador de discos, já tendo completado algumas discografias, como a do Katatonia e a do Bruce Dickinson. Nas horas vagas, é um despretensioso escritor, aventurando-se especialmente em resenhas de livros e de música. Colabora com a página Rock Show, sediada no site Medium. É formado em Direito."
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