"Selva de pedra", primeiro álbum de estúdio da Odiosa
Resenha - Selva de Pedra - Odiosa
Por Davi Martins
Postado em 13 de março de 2024
Odiosa lançou seu novo álbum. Selva de Pedra. Essa banda, é de Recife e eles ousam, pois misturam metal com uma pegada de hardcore e uma letra que protesta contra o sisitema como num discurso visceral. Esse álbum vaticina duas coisas verdades nuas e cruas, primeira, Odiosa, não é meramente uma brincadeira, uma reuniãozinha para passar tempo e fazer uma musiquinha. Não! Odiosa é uma banda de verdade, que tem um projeto de verdade e quer cravar sua música de verdade. Uma outra verdade que sou uma capaz de atestar a ouvir Odiosa, é que o rock não está morto. Ele simplesmente está se reinventando e nessa reinvenção, a voz do rock será feminina. O rock não está morto e não está, por causa das mulheres.

Eu fico impressionado com a capacidade da Odiosa de flutuar entre ritmos dentro de uma mesma canção. A segunda música de Selva de Pedra, nos apresenta essa virtude. A música começa com uma pegada hardcore de extrema crueza, desde os instrumentos ao vocal, fluindo com um manifesto cantado. E de repente, a música assume uma postura de um trashão seco. E essas nuances vão se repetindo no decorrer de todo esse trabalho. É hardcore, é trash, tem elementos do metalcore, do grindcore. É um crossover para quem tem mente aberta e está disposto a bater cabeça como se não houvesse amanhã.
A música que me arrebatou nesse trabalho, sem sombra de dúvidas, é "Traje do Fascismo". O Fascismo, é uma ideologia política de repressão e opressão, ditatorial, de forte privação econômica, social e todo controle é dado nas mãos de um ditador. Essa música levanta a voz com autoridade contra o estado fascista. O álbum declara uma guerra contra o fascismo, denunciando mortes, a perseguição, as injúrias, realidades infames de uma realidade nossa que não faz mais sentido existir. A música da Odiosa suscita (ou deveria) nosso ódio contra um sistema em que a necropolítica é vista como algo comum e corriqueiro.
Nesse trabalho, a bateria é agressiva, medonha, infame. Domina os espaços da música com precisão de quem leva a música a sério. As guitarras são comprometidas em guiar a musicalidade com coragem e técnica, mostrando que mesmo um álbum veloz pode ser técnico e com sonoridade multiangular. Gosto do baixo, é um gentleman, apoia e tonifica a musicalidade como um celébre maestro que sabe o seu papel e propósito. E o vocal de Luísa, Luísa Cunha é poderosa, com uma mente consciente, canta o que sente de fato, entende o que está cantando, ela realmente compreende a mensagem que está passando, já que ela é a letrista de boa parte das músicas ao lado do guitarrista Rafa Farias. Odiosa é composta por Luísa Cunha nos vocais, Rafa Farias na guitarra, Thalys Rossi no baixo e Vítor Lima na bateria. A mixagem e masterização foi feita por Rafa Farias.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O primeiro tecladista estrela do rock nacional: "A Gloria Pires ficou encantada"
Axl Rose ouviu pedido de faixa "esquecida" no show de Floripa e contou história no microfone
A banda desconhecida que influenciou o metal moderno e só lançou dois discos
A melhor música dos Beatles, segundo o Ultimate Classic Rock
"Um cantor muito bom"; o vocalista grunge que James Hetfield queria emular
Nicko McBrain revela se vai tocar bateria no próximo álbum do Iron Maiden
Documentário de Paul McCartney, "Man on the Run" estreia no streaming em breve
Slash quebra silêncio sobre surto de Axl Rose em Buenos Aires e defende baterista
Regis Tadeu explica por que não vai ao show do AC/DC no Brasil: "Eu estou fora"
O convite era só para Slash e Duff, mas virou uma homenagem do Guns N' Roses ao Sabbath e Ozzy
Janela de transferências do metal: A epopeia do Trivium em busca de um novo baterista
Organização confirma data do Monsters of Rock Brasil 2026
O que realmente fez Bill Ward sair do Black Sabbath após "Heaven & Hell", segundo Dio
Os 11 melhores discos de rock progressivo dos anos 1970, segundo a Loudwire
Krisiun celebra o aniversário do clássico "Apocalyptic Revelation", gravado em apenas uma semana

Quando o Megadeth deixou o thrash metal de lado e assumiu um risco muito alto
"Hollywood Vampires", o clássico esquecido, mas indispensável, do L.A. Guns
"Hall Of Gods" celebra os deuses da música em um álbum épico e inovador
Nirvana - 32 anos de "In Utero"
Perfect Plan - "Heart Of a Lion" é a força do AOR em sua melhor forma
Pink Floyd: O álbum que revolucionou a música ocidental


