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The Downward Spiral: 30 anos de autodestruição e da genialidade de Trent Reznor

Resenha - Downward Spiral - Nine Inch Nails

Por Fernando Claure
Postado em 08 de março de 2024

Há três décadas atrás, Michael Trent Reznor canalizou sua solidão, ódio, depressão e agressão em direção à música de sua banda, o Nine Inch Nails. O resultado desse esforço é descrito perfeitamente pelo próprio site da banda: "Uma celebração inabalável e sombria de autodestruição no formato de um álbum conceptual que, de algum jeito, conseguiu virar um hit internacional multi-platina".

O início do álbum reflete o estado mental degradante do protagonista, que vive com um alter ego maníaco e destrutivo. A partir da primeira música ("Mr. Selfdestruct"), combinada com o nome do LP ("A Espiral Descendente"), é possível perceber que esse é só o começo da decadência mental e estrutural do personagem. Aos poucos ele vai se abrindo, exaltando frustrações consigo mesmo e com o cristianismo até que ele começa a exibir falhas em sua personalidade e devagarmente, este ‘outro eu’ passa a exibir sua influência como um mecanismo de lidar com sua situação no momento.

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O ouvinte percebe o decorrer da história conforme a música e a letra flui. Reznor, que na época de gravação do disco havia lançado apenas um álbum e um EP, mostra sua versatilidade e criatividade com sintetizadores, guitarras, efeitos sonoros distorcidos e samples de diversas mídias, incluindo "Nightclubbing" de Iggy Pop e filmes como THX 1138 e O Massacre da Serra Elétrica. De acordo com o músico, suas principais inspirações para o álbum foram "Low" de David Bowie e "The Wall" do Pink Floyd.

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Ao longo do caminho, as letras vão tomando rumos diferentes de seus significados aparentes na superfície, sendo "Closer" um exemplo disso. A música possui um cunho sexual bem explícito, mas não é o ponto principal. Ela descreve o primeiro ponto em que o personagem, por um breve momento, rejeita seu caminho de destruição e anseia em ser outra pessoa. Apesar disso, nas faixas seguintes o alter ego começa a tomar conta do personagem e arruinar tudo que era precioso para ele, até que ele é consumido pela violência e se torna um ser que existe apenas para causar dor nos outros e para si mesmo.

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O álbum termina com o aparente suícido do personagem e as suas consequentes últimas palavras na última faixa do álbum, a icônica "Hurt", que mostra o remorso do personagem pelo o que ele se tornou e causou. A canção se tornou lendária após o cover do ícone do country, Johnny Cash, em 2002. Reznor mencionou para a Alternative Press em 2004 que, após ter visto o videoclipe, sentiu que a música não era mais dele.

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A narrativa do LP foi algo que Trent veio a descrever em entrevistas como uma "premonição". Exemplos desse tipo de realização vieram em respostas como "Eu não percebi que o álbum era uma premonição. Eu estava usando a metáfora das drogas na frente do que estava acontecendo. Eu não era um viciado, mas depois eu virei um. Eu não sabia que havia um adicto em mim que ainda não havia florescido da lama" para a Uncut em 2005 e "Eu não gostava da pessoa que eu era no começo desse álbum. ‘The Downward Spiral’ virou uma profecia autorrealizada. Eu acabei ficando distorcido, alguém que eu não reconhecia" para a Kerrang! em 1999.

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Algumas características e curiosidades do álbum ressaltam a melancolia expressa. "Just Do It" era uma música que foi escrita por Trent, mas acabou não sendo incluída no álbum por recusa do produtor Flood. A letra era apenas "Just do it. Nobody cares at all": "Apenas faça. Ninguém se importa". Outra curiosidade é o local do estúdio: 10050 Cielo Drive. Neste mesmo lugar, em 1969, a atriz Sharon Tate foi assassinada pelo culto de Charles Manson.

Mesmo com toda essa energia grotesca e repulsiva, o álbum não apenas virou um dos maiores hits da década de 1990 como também deixou um legado imenso, sendo listado por publicações como Spin, Rolling Stone, Q e Loudwire como um dos álbuns imperdíveis de todos os tempos. "The Downward Spiral" está na posição de #122 na lista dos 500 melhores álbuns de todos os tempos da Rolling Stone (um pulo de 78 posições desde a primeira lista em 2003, que marcava o álbum em #200).

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Desde seu lançamento inicial, o LP recebeu diversas edições, como a versão expandida e com faixas adicionais. O cover de "Dead Souls" do Joy Division e "Burn" são faixas compostas para as trilhas sonoras dos filmes The Crow e Natural Born Killers, respectivamente, que vieram a fazer parte do álbum nestas edições.

Em 2017 o álbum recebeu uma versão definitiva com áudio remasterizado em vinil 180g. Nem Trent Reznor, nem a administração do Nine Inch Nails online comentaram sobre uma nova edição de "The Downward Spiral". Porém, independentemente da versão, este projeto é um clássico que todo fã de música deve ouvir pelo menos uma vez na vida. Mesmo com tanto tempo de existência, o álbum continua novo, proporcionando uma experiência única para o ouvinte.

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Faixas:
1. Mr. Self Destruct
2. Piggy
3. Heresy
4. March of the Pigs
5. Closer
6. Ruiner
7. The Becoming
8. I Do Not Want This
9. Big Man With a Gun
10. A Warm Place
11. Eraser
12. Reptile
13. The Downward Spiral
14. Hurt

Vocais e instrumentos: Michael Trent Reznor
Sintetizadores: Mark "Flood" Ellis
Bateria: Chris Vrenna
Guitarra: Adrian Belew
Guitarra: Danny Lohner
Bateria adicional: Andy Kubiszewski
Loop de bateria: Stephen Perkins
Produção: Michael Trent Reznor e Mark "Flood" Ellis

Tempo: 1hr 5min

Selo: Nothing Records (Subsidiária da Interscope Records)

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Sobre Fernando Claure

Jornalista formado em 2023, cresci ouvindo Sabbath e Metallica com o meu irmão mais velho e hoje escuto de tudo e mais um pouco. No momento meu ato favorito é o Nine Inch Nails, mas é capaz que mude daqui a um tempo. Se pudesse pegar três ídolos pessoais, estes seriam Iggy Pop, Glenn Danzig e Trent Reznor.
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