Lançamento despercebido de 2023 - Eloy - "Echoes from the Past"
Resenha - Echoes from the Past - Eloy
Por Isaias Freire
Postado em 01 de fevereiro de 2024
Às vezes, me vejo pensando como Jimi Hendrix soaria hoje e, cada vez mais, me convenço de que o Jimi Hendrix de hoje soaria completamente diferente do Jimi Hendrix de 1970. A mudança criativa com qualidade é para muito poucos e, na história da música, somente os grandes gênios conseguem tal feito.
Ano passado, a banda de rock progressivo Eloy lançou mais um trabalho, "Echos from the Past". Vendo os dados de streaming da banda, é bem provável que você nunca tenha ouvido falar dela, e o lançamento de seu último trabalho passou batido. Gostando ou não do estilo progressivo, você não viu. Eloy é das boas bandas de rock progressivo, porém, nunca alcançou o superestrelato, ao meu ver, por ser uma banda de fora do eixo USA/Inglaterra. Mesmo cantando em inglês, o sotaque alemão de Frank Bornemann mostra que a banda faz parte do movimento prog/Europeu que conseguiu alguma notoriedade, mas não o suficiente para viralizar como Pink Floyd e Genesis. Ficou ao largo como Premiata Forneria Marconi, Banco Del Mutuo Soccorso e tantas outras.
Eu, particularmente, gosto do Eloy, ouço desde sempre. Acho "Ocean" um ótimo disco e o "Live", fantástico. Estou sempre revisitando-os.
Agora, vamos a "Echoes from the Past", o último trabalho de uma trilogia que tem como tema a história de Joana d´Arc. O disco tem nove músicas, são 49 minutos de música competente, porém, seguindo seu estilo à risca, nenhuma mudança, nada de novo, todas as músicas poderiam estar inseridas em qualquer outro trabalho da banda. O disco começa com "Conspiracy" que claramente pega emprestado acordes do disco "Ocean". "Warning Signs" remete claramente ao Genesis do Peter Gabriel, e, acreditem, "The Pyre", inusitadamente, leva a impressão de ter saído de "Hells Bells" do AC/DC. Menção para "Danger", a melhor música do disco.
Vendo este trabalho, em 2023, de uma banda com mais de 50 anos de estrada chego à conclusão de que, realmente, mudanças criativas são para muito poucos.
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