Host: projeto de membros do Paradise Lost é uma evolução do que foi iniciado nos anos 90
Resenha - IX - Host
Por Mário Pescada
Postado em 24 de maio de 2023
Nota: 8 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Era final dos anos 90 quando o PARADISE LOST resolveu dar uma ousada guinada no seu som e visual, o que deixou seus fãs pasmos: de um grupo de doom/gothic metal para um grupo de rock com influências de eletrônica.
Essa fase "alternativa", digamos assim, renderia uma sequência de quatro discos, com muitos fãs virando as costas e chamando eles de vendidos. Passados uns bons anos, a banda voltaria a lançar excelentes discos de doom/gothic metal e boa parte desses mesmos fãs os receberia de braços abertos.
Mas, novamente a vontade de fazer algo naquela linha bateu forte e Greg Mackintosh (guitarrista) resolveu dar voz a esse desejo antigo, só que agora, calejado das porradas levadas, fora do PARADISE LOST. Surge então o HOST, então projeto individual, mas que virou uma dupla com a entrada do seu velho amigo, Nick Holmes (vocais).

"Estou preso naqueles clubes de meados dos anos 1980", disse Greg em uma entrevista explicando o motivo do HOST existir. Nessa época, a então a dupla de adolescentes era frequentadora das pistas de dança dos clubes de West Yorkshire que tocavam THE CULT, THE MISSION, SISTERS OF MERCY, SIOUXSIE AND THE BANSHEES, DEPECHE MODE e mais uma infinidade de bandas com aquela inigualável pegada dark/gothic inglesa. Experiência bem vivida, vide as faixas "Tomorrow’s Sky" e "Hiding From Tomorrow" do disco debut que animariam facilmente essas mesmas pistas de dança caso tivessem sido lançadas a época.
E quando falamos de PARADISE LOST e HOST, logo vem a mente o homônimo disco de 1999, um dos mais marcantes da fase alternativa do grupo. Já "IX" (2023), o então debut, não é uma continuação do que foi feito lá atrás, mas sim uma evolução, já que seus resultados são bem superiores ao que havia sido feito então.
Não que "IX" (2023), caso tivesse sido lançado em meados dos anos 90, junto com "One Second" (1997) e "Believe In Nothing" (2001) fosse ser bem acolhido pela maioria dos fãs do PARADISE LOST daquela época, é uma questão temporal mesmo, de ser lançado na hora certa. Acredito que tanto eu como de boa parte dos fãs do grupo tenha hoje em dia maior tolerância a esse tipo de som do que quando dos lançamentos citados.
O HOST tem uma aura dark wave/gothic rock forte, com muitos sintetizadores, teclados, violinos e um clima melancólico que você pode sentir especialmente pelos soberbos vocais de Nick Holmes. Faixas como "Divine Emotion", "My Only Escape" e "Inquisition" dificilmente seriam melhor interpretadas por outro vocalista.
Outra escolha acertada de Greg Mackintosh, que também assina a produção e gravação, foi chamar o experiente Jaime Gomez Arellano, músico e produtor que já trabalhou com ANGEL WITCH, CATHEDRAL, GHOST, MAYHEM e o próprio PARADISE LOST, para fazer a mixagem e masterização, além de tocar bateria acústica em três faixas. Um disco com um clima carregado desse, poder contar com uma pessoa experiente foi meio caminho andado para ter bons resultados.
A versão em CD ganhou três bonus tracks: o bom cover para "I Ran", hit de 1982 do A FLOCK OF SEAGULLS, e dois remixes bem distintos: "Hiding From Tomorrow" em uma ótima versão bem dark wave feita pelo compositor de trilhas sonoras LUSTMORD (ou Brian Williams) e "Tomorrow’s Sky", pelo misterioso produtor e músico GOST, beirando a dance music (aí já foi forçar demais a tolerância).
Seria ótimo se o HOST virasse de fato uma banda fixa, com mais lançamentos, mesmo que sob as sombras do PARADISE LOST. Greg e Nick não precisam provar mais nada a ninguém faz tempos, o projeto só reforça ainda mais como eles são dois músicos muito talentosos e versáteis.
Lançado no Brasil pela Shinigami Records em parceria com a Nuclear Blast, "IX" (2023) deve ser ouvido sem ressalvas, mesmo por quem torceu o nariz no longínquo ano de 1999...
Confira o vídeo para "Hiding From Tomorrow".
Formação:
Greg Mackintosh: guitarra, baixo, teclados, programação, composição
Nick Holmes: vocais, letras
Jaime Gomez Arellano: bateria acústica
Alicia Nurho: violino
Faixas:
01 Wretched Soul
02 Tomorrow’s Sky
03 Divine Emotion
04 Hiding From Tomorrow
05 A Troubled Mind
06 My Only Escape
07 Years Of Suspicion
08 Inquisition
09 Instinct
10 I Ran (A FLOCK OF SEAGULLS cover, bonus track)
11 Hiding From Tomorrow (LUSTMORD remix, bonus track)
12 Tomorrow’s Sky (GOST remix, bonus track)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O fenômeno do rock nacional dos anos 1970 que cometeu erros nos anos 1980
A música que surgiu da frustração e se tornou um dos maiores clássicos do power metal
9 bandas de rock e heavy metal que tiraram suas músicas do Spotify em 2025
A farsa da falta de público: por que a indústria musical insiste em abandonar o Nordeste
A canção emocionante do Alice in Chains que Jerry Cantrell ainda tem dificuldade de ouvir
Nick Cave descreve show do Radiohead como uma "atividade espiritual"
Adrian Smith fala sobre teste que fez para entrar no Def Leppard
A lenda do rock nacional que não gosta de Iron Maiden; "fazem música para criança!"
A banda fenômeno do rock americano que fez história e depois todos passaram a se odiar
A dificuldade de Canisso no estúdio que acabou virando música dos Raimundos
David Ellefson explica porque perdeu o interesse em Kiss e AC/DC; "Foda-se, estou fora"
Ian Gillan nem fazia ideia da coisa do Deep Purple no Stranger Things; "Eu nem tenho TV"
Phil Collen explica porque Adrian Smith fez teste mas não entrou no Def Leppard
Os 15 melhores álbuns de metal de 2025 segundo a Rolling Stone
Cinco bandas de heavy metal que possuem líderes incontestáveis

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional


