Dio: Liberte o lobo que há dentro de você
Resenha - Lock Up the Wolves - Dio
Por Ricardo Cunha
Postado em 19 de julho de 2020
Nota: 9
Dio é uma das personalidades mais amadas do mundo da música. Depois de liderar uma obscura banda de hard rock chamada Elf no início dos anos 70, ele alcançou fama e fortuna com suas passagens pelo Rainbow e Black Sabbath antes de se seguir carreira solo no início dos anos 80. Seus dois primeiros álbuns, Holy Diver e The Last In Line, são clássicos absolutos do metal em todos os tempos. Como quase todos os veteranos da música, ele é mais lembrado pelos seus trabalhos mais antigos, mas ele manteve uma o alto padrão musical até os seus últimos dias. Ele teve carreira brilhante que nem sempre foi devidamente honrada mas nós, os fãs sabemos que nada do que fez foi em vão. Ronnie James Dio faleceu de câncer em 2010, mas sempre será lembrado como um grande mestre na escola do Heavy Metal.
DIO ficou insatisfeito com o produto final do disco anteior (Dream Evil), por esse motivo e por desavenças internas, decidiu reformular toda a banda para a gravação do se quinto disco. Assim, DIO recrutou uma equipe que contou com jovens de várias nacionalidades: o sueco Jens Johansson (ex-Yngwie Malmsteen) para os teclados, o americano Teddy Cook no baixo, Simon Wright (ex-AC/DC) para a bateria e um escocês de 16 anos, Rowan Robertson para a guitarra. A combinação resultou num bando de músicos virtuosos, sem nenhuma química aparente. Mas isso era uma coisa que poderia ser resolvida com as experiências da vida na estrada.
DIO já tinha metade do material no disco novo escrito por Jimmy Bain e Vinie Appice quando ainda estavam na banda, por isso seus nomes foram creditados no álbum. Robertson co-escreveu todas as músicas, e Jens Johansson compôs duas, já o baixista Cook, apenas uma. Entraram no estúdio com o produtor Tony Platt que,nessa ocasião atuou como co-produtor ao lado do próprio DIO.
Antes de escrever, vi alguns textos no quais, os autores se dizem decepcionadas com a obra em questão. Alguns se referem a este como "o pior" álbum da carreira solo do mestre. Contudo, mantendo a tradição do blog, me coloco em posição contrária a de tais "críticos. Claro que podemos classificá-lo como um ponto médio no conjunto da obra, mas não devemos ignorá-lo em suas circunstâncias. Mais do que isso, temos a responsabilidade de verificar o que há de bom e de ruim no material. Do meu ponto de vista, dado o contexto em que ouvi, talvez esteja abrindo mão do meu direito de criticá-lo de uma forma imparcial. Mas percebo que até as questões técnicas podem ser repensadas pelos "especialistas" se deixarem de lado seus preconceitos.
As composições em nada deixam a desejar se comparadas a outros álbuns da sua carreira solo. A sonoridade é moderna e a gravação é alta e clara. Talvez o ponto que mais pese na opinião de tais jornalistas seja o que diz respeito a falta de entrosamento dos músicos, que de fato ocorreu. Mas até isso pode ser perdoado em função dos fatos. Não há como negar que Lock Up the Wolves é um disco cheio de bons momentos: riffs pesados, climas ajustados aos temas, inflexões vocais emocionantes e uma ótima produção. No geral, podemos dizer que os músicos foram profissionais o suficiente para que o disco saísse de acordo com o idealizado. Foi um fracasso comercial? Sim! Mas isso também depende do suporte da gravadora e não deve ser relacionado ao poder da música nele contida.
FONTE: Esteriltipo Blog
https://wp.me/p16vjm-6Ta
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