Kekal: Indonésios fazendo som pesado
Resenha - Beyond The Glimpse - Kekal
Por José Sinésio Rorigues
Postado em 08 de agosto de 2019
Nota: 8 ![]()
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Existem tantos rótulos, no âmbito do Heavy Metal, que às vezes a coisa acaba ficando meio contraditória e descambando para o risível. É o que penso do termo Black White Metal. Isso existe?... Existe... E o KEKAL é um exemplo. O grupo é, liricamente, White Metal; mas também é, em termos sonoros e de vocalização, uma banda de Black Metal, com todas as características inerentes ao estilo e o mesmo peso de uma mala cheia de pedras. Para completar as excentricidades, a banda é da Indonésia. Nada contra aquele arquipélago, mas responda sem pesquisar na internet: quantas bandas de lá você conhece? Mas vamos resumir a conversa: este álbum, de nome Beyond The Glimpse Of Dreams, é muito bom, apesar das citadas esquisitices, e segue a mesma linha de Embrace The Dead, o segundo petardo do grupo, que viria a ser lançado posteriormente.
Quanto às músicas, talvez seja incorreto rotular o KEKAL como puro Black Metal, pois além deste estilo, o grupo incorpora elementos de Thrash e, sobretudo, de Grindcore, trazendo também algo de Metal Clássico e toques de Gótico. O mais correto, então, é definir o som do KEKAL como sendo um Black Metal Sinfônico mesclado com Metal Progressivo, com boas melodias em todas as faixas, faixas estas que nos trazem teclados atmosféricos e guitarras muito bem tocadas. Ainda que a banda tenha evidentes influências de grupos da cena escandinava do Black Metal, tem também inegável identidade própria. Estou certo de que, antes deles, poucos haviam combinado elementos tão diversos de modo tão competente. Há ainda uma bela vocalização feminina incrementando algumas faixas (experiência muito exitosa), vocalização tipicamente Black Metal em outras e ainda vocal no estilo Gótico em algumas outras. A primeira faixa, cujo nome é "Rotting Youth", resume bem a proposta da banda; a faixa seguinte, "Armaggedon", é um som com bateria rápida, variações interessantes e vocalização competente. A música "Spirit" é uma das melhores do álbum, começando meio arrastada, evoluindo para algo pesado e rápido, vocal meio caricato, mas nervoso. Mas o grande destaque é "Deceived Minds", com vocal igualmente caricato (parece o Pato Donald cantando Metal), mas sem deixar de ser competente e nervoso, guitarra rápida, música com excelentes variações. O baterista, apesar de não ser genial, desempenha bem seu trabalho. As demais faixas seguem basicamente a mesma linha – embora "Escaping Eternal Suffering" seja uma exceção, sendo mais lenta, meio progressiva. No final, contudo, o álbum dá uma guinada – para baixo – com a dispensável faixa "My Eternal Love", o calcanhar de Aquiles do álbum, com vocalizações femininas nada empolgantes. Por que fizeram isso num álbum que até aqui estava tão bom? Como diria o pessoal d´O RAPPA: "Aí é que está o mistério, meu irmão..."
Antes de terminar, analisemos as letras: estas falam sobretudo a respeito de Jesus Cristo e mantêm uma característica missionária, de modo inteligente, nada forçado. Curioso existir uma banda cristã na Indonésia, uma vez que mais de 80% da população daquele país é islâmica. Imagino o que os caras tiveram de enfrentar para, além de fazer som pesado, usar a música para divulgar mensagens cristãs num país que já registrou atentados contra cristãos...
Track List do álbum Beyond The Glimpse:
01 – Rotting Youth
02 – Armaggedon
03 – Spirits
04 – Deceived Minds
05 – The Conversion
06 – Behind Those Images
07 – Reality
08 – Escaping Eternal Suffering
09 – A Day The Hatred Dies
10 – My Eternal Love
Bandas Similares:
FUNERAL INCEPTION, também da Indonésia
CARCASS, do Reino Unido
MOONSORROW, da Lituânia
ARVINGER, da Noruega
BORKNAGAR, da Noruega (em algumas músicas)
EUPHOREON, da Nova Zelândia
IMMORTAL SOULS, da Finlândia
PANTOKRATOR, da Noruega
SVARTEDIKET, da Noruega
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